Pronunciamento de Hugo Napoleão em 29/05/2001
Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
SAUDAÇÕES AO NOVO INTEGRANTE DA CASA, SENADOR LINDBERG CURY. GRAVIDADE DA SECA NO ESTADO DO PIAUI. (COMO LIDER)
- Autor
- Hugo Napoleão (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
- Nome completo: Hugo Napoleão do Rego Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SENADO.
CALAMIDADE PUBLICA.:
- SAUDAÇÕES AO NOVO INTEGRANTE DA CASA, SENADOR LINDBERG CURY. GRAVIDADE DA SECA NO ESTADO DO PIAUI. (COMO LIDER)
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/05/2001 - Página 10616
- Assunto
- Outros > SENADO. CALAMIDADE PUBLICA.
- Indexação
-
- SAUDAÇÃO, POSSE, LINDBERG CURY, SENADOR.
- GRAVIDADE, SECA, REGIÃO NORDESTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), CALAMIDADE PUBLICA, MUNICIPIOS, PERDA, SAFRA.
- DEFESA, MOBILIZAÇÃO, BANCADA, REGIÃO NORDESTE, SOLICITAÇÃO, EXECUTIVO, PROVIDENCIA, COMBATE, SECA.
O SR. HUGO NAPOLEÃO (PFL - PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, evidentemente é desejo da Liderança saudar o novo membro do nosso Partido a ingressar no Senado, o Senador Lindberg Cury.
Neste instante, ao tempo em que manifesto esse regozijo, tenho também, infelizmente, o dever de trazer ao conhecimento desta Casa a terrível situação de seca que assola o Nordeste, particularmente o meu Estado, o Piauí.
Devo dizer que, nos idos de 1968, assisti e ouvi do Presidente Juscelino Kubitscheck, em palavras dirigidas ao ex-Diretor-Geral do Dnocs, José Cândido Pessoa, as motivações que o levaram a criar a então Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste: haver se emocionado, em solo pernambucano, ao ver tantos flagelados e tantos sofridos.
Sr. Presidente, os números, em todos os Estados nordestinos, desde o Piauí até a Bahia, envolvendo as populações, são terríveis. Posso dizer, por exemplo, que, no meu Estado, dos 222 Municípios, 100 foram declarados em emergência por decretos municipais, e o Governo do Estado considerou na mesma situação o número elevado de 98 Municípios.
A situação da safra é terrível. Segundo o IBGE, os números assustam. Houve perda da produção agrícola do Estado de 40,29% em relação à safra estimada no início do ano. Estava prevista uma colheita de 877 mil toneladas de grãos - milho, arroz, feijão e soja -, e serão colhidas apenas 524 mil toneladas este ano. Portanto, 18 mil toneladas a menos do que na safra de 2000.
De mais a mais, das 14 estações medidoras de chuvas do Instituto Nacional de Meteorologia no Piauí, em 9 foram registradas quedas nos índices pluviométricos.
As piores situações no Estado foram verificadas em Floriano e em Bom Jesus. Bom Jesus, por exemplo, não é área pertencente ao semi-árido, pois está inteiramente fora, no vale do Gurguéia. Mas ali as perdas montam a 45% da safra.
Quase 30% da população do Estado do Piauí está envolvida com esse tipo de flagelo. Não preciso mais dizer que todos nós - do meu Estado e da bancada nordestina - estamos obrigados a tomar as providências necessárias.
É bem verdade que o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário determinou a distribuição de cestas de alimento. Penso, contudo, que precisamos ir a mais. Insto o próprio Ministério da Integração Nacional e os órgãos do Governo Federal de desenvolvimento no Nordeste a passarem a pensar seriamente na execução de um plano de emergência que envolva frentes produtivas de serviço de modo a preparar a contenção das águas.
Esse é nosso drama permanente, constante. Portanto, venho apelar aos colegas, companheiros de Bancada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados - não só os do meu Estado, repito, como os Parlamentares de todo o Nordeste brasileiro - para que todos nos unamos, a fim de que, no Poder Executivo Federal, tenhamos o melhor proveito para minorar, reduzir e minimizar a situação sofrida das populações.
Era o que tinha a dizer.