O SR. CARLOS PATROCÍNIO (PFL - TO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, até por obrigação, quero comunicar à Casa que eu, o Senador Leomar Quintanilha e o Senador Eduardo Siqueira Campos estivemos no Estado do Tocantins, por designação do Senado Federal, para tentar mediar a crise que existia no âmbito da Polícia Militar do Estado.

Sr. Presidente, quero dizer que, para o bem de todos e felicidade geral do Estado do Tocantins e da Nação, quando lá chegamos a greve já era finita, já havia acabado. Quero, portanto, nesta oportunidade, homenagear todos os envolvidos nesse movimento de perspectivas, à época, talvez, dramáticas, mas que acabou resolvido da maneira como todos nós esperávamos. Quero cumprimentar de maneira especial o glorioso Exército brasileiro, que, por intermédio dos Generais Comandantes da 3ª Brigada de Infantaria, sediada em Goiânia, e Comandante Militar do Planalto, teve bom senso e pôs termo a essa greve que nos preocupava a todos.

Sr. Presidente, quero também dizer, na linha do mesmo discurso do eminente Senador Ademir Andrade, que, lendo durante a semana o noticioso de maior circulação em nosso Estado, o Jornal do Tocantins, constatei com muita alegria que o Estado incluiu o racionamento em sua rotina. A Celtins - Companhia de Energia Elétrica do Tocantins -- fez um levantamento que apontava para uma queda no consumo de energia, no mês de maio, de 2,15%. Mas uma queda espontânea, Sr. Presidente, por alta recreação da população do Tocantins, que tem, como todo o povo brasileiro, a solidariedade no coração e também se propôs a economizar energia, embora as Regiões Norte e Sul não estivessem incluídas no racionamento de energia. As perspectivas são de que, no decorrer deste mês, novas pesquisas empreendidas pela Celtins haverão de apontar uma diminuição substancial na economia de energia.

Todavia, Sr. Presidente, aconselha-se também a Região Norte a economizar energia, de acordo com a recomendação feita, ontem, pelo Operador Nacional do Sistema. Isso, de pronto, provocou a revolta do nosso Estado. O Estado do Tocantins consome menos de 1% da média nacional. Prepara-se para, nos próximos meses, adiantando o cronograma da construção da Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, oferecer mais 170 megawatts e, posteriormente, quando todas as turbinas estiverem instaladas, poderá oferecer até cerca de 1.000 megawatts à Nação.

O Governador Siqueira Campos deslocou-se hoje para conversar com o Ministro do Apagão - assim está sendo chamado o nosso querido Pedro Parente ---, com o Ministro de Minas e Energia e com o Presidente da República, porque isso não pode ser impingido ao povo tocantinense, que está colaborando de maneira espontânea, assim como o povo do Sul. Temos sobra de energia, embora usemos basicamente a energia de Tucuruí, e estamos propondo inserir para consumo cerca de 170 megawatts nos próximos meses. O Tocantins é um Estado insipiente e sobretudo a indústria de carne haverá de sofrer muito.

Com relação à recomendação do Operador Nacional do Sistema e as palavras dos eminentes Ministros da crise energética do nosso País, houve uma certa contrariedade do povo tocantinense. O Governador está negociando. Acredito que, como tem demonstrado o Presidente Fernando Henrique Cardoso, o bom senso haverá de prevalecer. Nos próximos anos deveremos construir mais algumas hidrelétricas. No dia 28 serão abertos os envelopes, no Rio de Janeiro, para a construção da Hidrelétrica de Peixe Angical, também para ser colocada à disposição do povo brasileiro.

Sr. Presidente, manifestamos a nossa alegria pelo encerramento definitivo, sem mortes, sem qualquer traumatismo mais sério, da greve da Polícia Militar do nosso Estado. Agradecemos, também, a participação do Senado Federal nesse desfecho. Manifestamos ainda o nosso repúdio à decisão das autoridades do setor da crise energética de incluir o Estado do Tocantins no racionamento de energia, o que poderá acarretar danos à nossa economia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.