Discurso durante a 70ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

REGOZIJO PELA ESCOLHA DO SENADOR RAMEZ TEBET PARA O MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL.

Autor
Juvêncio da Fonseca (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Juvêncio Cesar da Fonseca
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • REGOZIJO PELA ESCOLHA DO SENADOR RAMEZ TEBET PARA O MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2001 - Página 12956
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, ESCOLHA, RAMEZ TEBET, SENADOR, CARGO PUBLICO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO, INTEGRAÇÃO.
  • ANALISE, COMPETENCIA, RAMEZ TEBET, SENADOR, REGISTRO, EXPECTATIVA, ADMINISTRAÇÃO.

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nas duas últimas semanas, Mato Grosso do Sul viveu momentos de muita expectativa, porque se esperava, a qualquer momento, a definição sobre quem seria o Ministro da Integração Nacional.

Na semana toda, o mato-grossense-do-sul debruçava-se sobre a questão, assistindo à televisão, ouvindo o rádio. Para sua frustração às vezes imediata, tinha-se a notícia de que o Ministério da Integração Nacional não poderia ser ocupado por um mato-grossense-do-sul, mas, sim, por um nordestino, porque aquele Ministério precisava ser preenchido por uma pessoa com mais sensibilidade para as questões dramáticas vividas pelo homem do Nordeste.

E eu pensava comigo: será que Ramez Tebet, homem preparado, já testado pelo Senado Federal, não mereceria da Presidência da República a sua unção àquele Ministério tão importante, criado justamente para não digo eliminar, mas minorar as profundas diferenças regionais de nossa terra?

Ramez Tebet foi advogado brilhante, inteligente, com vasta clientela. Jovem ainda, ficou famoso no Estado. Sua ação na área do Direito foi tão impressionante, tão forte que, não demorou muito tempo, já era prefeito de Três Lagoas, aquela cidade pujante, situada na divisa com o Estado de São Paulo. Com uma administração forte, muito ordenada, planejada, inteligente, fez com que Três Lagoas fosse o centro das atenções no Estado do Mato Grosso do Sul. Foi, logo em seguida, Deputado Estadual, Vice-Governador, Governador, e por um período pequeno, Superintendente da Sudeco. Em todos os lugares por onde passou o Senador Ramez Tebet, S. Exª exerceu suas funções sempre com proficiência, com determinação, com inteligência, deixou a sua marca de homem capaz de realizar, homem ponderado, homem disciplinador, homem que não esconde a vontade de servir com coragem.

Chegando ao Senado Federal, S. Exª soube conquistar os seus Pares e entrar na liturgia do Senado - e isso é muito importante para que se acomodem os Senadores que chegam. Logo no início do seu mandato, conquistou seus Pares e seus companheiros de Partido, exercendo funções as mais importantes, Srª Presidente, funções delicadas e difíceis. Às vezes, duvidávamos que S. Exª desse conta dessa empreitada tão forte e tão grande como a CPI do Judiciário, de difícil condução, de interesses os mais diversos que desfilaram pela sua sala, com os quais, certamente, muitos de nós Senadores teríamos dificuldades, talvez até receosos do confronto com a própria Magistratura.

Mas Ramez Tabet teve a decisão firme de aceitar a Presidência da CPI do Judiciário e, felizmente, à frente desta fez um trabalho primoroso, estabelecendo-se como homem que conduz com sapiência as suas reuniões, tomando decisões com maturação, com ordenamento jurídico, transmitindo a seus Pares confiança na condução daquela Comissão.

A partir da CPI do Judiciário, Ramez Tabet já estava consagrado como um dos Senadores desta Casa que poderia exercer qualquer função, pois S. Exª o faria com a inteligência com que sempre exerceu todas as funções a que se submeteu.

Ainda lhe reservaria o Senado Federal uma outra missão, delicada, difícil, que exigiria desse Senador não só a capacidade de dirigir uma Comissão, mas também uma ascendência muito forte sobre seus Pares, pela sua competência, pela sua credibilidade, para que o trabalho do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar chegasse às conclusões com segurança.

E Ramez Tabet foi eleito Presidente do Conselho de Ética do Senado Federal. A história deu-se ali. Todos nós a conhecemos, assim como todo o Brasil. O trabalho do Senador Ramez Tabet no Conselho de Ética consagrou-o mais uma vez pela sua coordenação inteligente, pela sua coragem ao tomar decisões na hora certa, pela sua maneira não de impor forçosamente as suas idéias, mas, sim, de convencer os seus Pares nas decisões importantes que teriam de ser tomadas e que deveriam ser aceitas não só pelo Conselho de Ética, como também pelo povo brasileiro, que estava voltado para o Senado Federal, esperando o desfecho do seu trabalho. Feito isso, estaria, portanto, aberto o caminho para o Ministério.

Constrangia-me ouvir que Ramez Tebet não poderia ser o nosso Ministro da Integração Nacional por não ser oriundo do Nordeste. Mas Ramez Tebet, como qualquer outro brasileiro, tem o Nordeste no coração, como tem o Norte, o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste. Somos todos brasileiros!

Daremos oportunidade a todos nós para uma grande integração nacional e para que um Senador do humilde Centro-Oeste, de uma densidade eleitoral rarefeita, que não dispõe de uma bancada federal forte para as grandes decisões políticas do País, mas que tem homens inteligentes, sensíveis, experientes e com vida feita no trato com o homem, com a população, com os excluídos, com aqueles que necessitam de uma atenção maior. E não seria por ser um homem do Centro-Oeste que não teria sensibilidade para com os irmãos do Nordeste. Da forte decisão do Presidente da República veio a certeza de que, no âmbito do Brasil, todos os brasileiros são irmãos e têm sensibilidade independentemente da região em que nasceu ou que representa com o voto popular.

Portanto, Mato Grosso do Sul, assim como o Centro-Oeste, está radiante de alegria e satisfeito por sentir que se fez justiça também com o povo dessa região, elegendo para o Ministério da Integração Nacional uma das suas maiores inteligências, mostrando a confiança no povo brasileiro nascido e representante de qualquer região, porque a verdadeira integração nacional é feita, espírita e historicamente, pelo povo brasileiro. Desde o descobrimento até hoje, todos somos irmãos. Esta Nação é continental por isso. Não vamos seccionar o nosso território em razão de discriminação de origem parlamentar ou de nascimento. A grande prova é essa.

Foi um ato muito feliz do Senhor Presidente da República. Tenho certeza de que o Mato Grosso do Sul, o Centro-Oeste, o Norte, o Sudeste, o Sul e especialmente o Nordeste ganharão um grande Ministro, que haverá de ser um dos instrumentos fundamentais para a realização da integração nacional, colaborando para uma grande administração daquele Ministério.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, essa é nossa esperança e certeza.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2001 - Página 12956