Discurso durante a 70ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

REGISTRO DA OBTENÇÃO, PELO ESTADO DO TOCANTINS, DO CERTIFICADO DE ZONA LIVRE DE AFTOSA COM VACINAÇÃO, CONFERIDO PELA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE EPIZOOTIA - OIE.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PECUARIA.:
  • REGISTRO DA OBTENÇÃO, PELO ESTADO DO TOCANTINS, DO CERTIFICADO DE ZONA LIVRE DE AFTOSA COM VACINAÇÃO, CONFERIDO PELA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE EPIZOOTIA - OIE.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2001 - Página 12958
Assunto
Outros > PECUARIA.
Indexação
  • ELOGIO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), RECEBIMENTO, CERTIFICADO, ORGANISMO INTERNACIONAL, AUSENCIA, FEBRE AFTOSA, REGIÃO.
  • ANALISE, CERTIFICADO, BENEFICIO, EXPORTAÇÃO, BRASIL, UNIÃO EUROPEIA, MOTIVO, RECONHECIMENTO, QUALIDADE, REBANHO.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO) - Presidente, Sras e Srs. Senadores, em recente missão na Europa, uma comissão de agropecuaristas do Estado do Tocantins recebeu o certificado da Organização Internacional de Epizootia (OIE), em Paris, que conferiu ao Estado o status de zona livre de aftosa, com vacinação.

Na bagagem, a comitiva trazia vários contratos de exportação de carne, na área da União Européia, interessada em ampliar as compras do “boi verde” - até em conseqüência de problemas das “carnes artificiais”, da vaca louca -, fruto e conseqüência da artificialização dos processos de criação e alimentação dos rebanhos. Não é assim o que ocorre no Tocantins. Segundo explicou o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Tocantins, Nasser Iunes, “aumentou a responsabilidade e devemos agora implementar novas medidas para assegurar a manutenção desse certificado”.

De acordo com ele, o pasto tocantinense, de boa qualidade e sem aditivo químico, vai permitir que o “boi verde” tenha um bom acesso ao mercado europeu. “O que eles querem é o boi sem agrotóxico, sem suplementação, que tem durante todo o ano um pasto de boa qualidade e sem aditivos químicos e esse é o nosso melhor produto”, explicou.

Após o certificado, começa uma nova batalha da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), a declaração de zona livre de aftosa sem vacinação. “Trabalhar a vigilância e assegurar a manutenção desse status visando uma nova classificação, esta é a nossa meta”, esclareceu o presidente da Adapec, Reinaldo Soares.

A comitiva composta pelo presidente do Sindicarnes, José João Stival, o Secretário da Indústria e do Comércio do Tocantins, Jalbas Aires Manduca, o Secretário da Agricultura do Tocantins, Nasser Yunes, a Deputada Federal Kátia Abreu, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária, Reinaldo Soares, realizou vários contratos com compradores da Eslováquia, Inglaterra e Alemanha. Ainda negociaram com representantes de países asiáticos, que já vinham inclusive comprando miúdos de bovinos no Estado.

O rebanho do Estado do Tocantins, hoje, é de cerca de 6,2 milhões de cabeças de gado, em sua maioria criado de forma extensiva, embora existam áreas onde já estão introduzidas tecnologias intensivas de reprodução e criação, com ótimos resultados. Esta melhoria do processo poderá multiplicar por diversas vezes esse número, sempre preservando a qualidade “verde” da carne bovina - a grande vantagem competitiva da carne brasileira, a ser preservada, sobretudo nas Regiões Norte e Centro-Oeste.

Aliás, tenho afirmado freqüentemente desta tribuna, que a grande vantagem competitiva do Brasil, não só no setor de carnes, mas de produtos alimentícios em geral, está exatamente na oferta de alimentos naturais frente à aos excessos dos processos artificiais de produção.

Não tenho dúvidas, Sr. Presidente, Srs. Senadores, que o investimento maciço e prioritário no desenvolvimento da pecuária, como aliás do setor agrícola em geral, através de tecnologias naturais, constitui o grande trunfo brasileiro para competir nos mercados mundiais.

Se o rebanho tocantinense de 6 milhões de cabeça pode ser multiplicado dessa forma, os rebanhos dos demais Estados do Norte e do Centro-Oeste, da mesma forma, poderiam multiplicar-se e o Brasil transformaria a Amazônia, como os Cerrados e o Pantanal, no grande fornecedor de alimentos “verdes” para o mundo.

Para isto, Sr. Presidente, não seriam necessários investimentos maiores do que os que seriam necessários para desenvolver ou adquirir e difundir as tecnologias artificiais. É necessário para isto, no entanto, que o país evite a tendência de cair nos modismos, como tem acontecido e está acontecendo em vários setores - renunciando às suas potencialidades e vocação próprias, “para aderir à primeira proposta, adequada ou não, que venha de Washington ou de qualquer país do chamado impropriamente primeiro mundo” - a expressão não é minha, mas do “brazilianist” Thomaz Skidmore em recente entrevista à Revista Veja.

            É preciso também, Sr. Presidente e Srs. Senadores, como tenho insistido, o crescimento da consciência nacional e da vontade política, para que este novo país, viável e dono de seu próprio destino, deixe de ser meramente um sonho para transformar-se em esplêndida realidade.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2001 - Página 12958