Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

DISCURSO DE POSSE NO SENADO FEDERAL.

Autor
Pedro Ubirajara (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Pedro Ubirajara de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • DISCURSO DE POSSE NO SENADO FEDERAL.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2001 - Página 13623
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • POSSE, ORADOR, MANDATO, SENADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), SUBSTITUIÇÃO, RAMEZ TEBET, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO, INTEGRAÇÃO, COMPROMISSO, ETICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.

O SR. PEDRO UBIRAJARA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exm.º Sr. Presidente, ínclitos Senadoras e Senadores, senhoras e senhores, é com muita honra e emoção que compareço a esta grandiosa Casa para, ao lado de V. Exªs, passar a exercer o mandato de Senador da República, representando o Estado de Mato Grosso do Sul.

Estou certo de que é praticamente impossível substituir o Senador Ramez Tebet, político nacionalmente respeitado pelo elevado espírito público e reputação ilibada. Homem público que, chegando ao Senado, conquistou a simpatia e o respeito de seus Pares. Hoje, a opinião pública e a Nação brasileira reconhecem sua retidão de caráter, sua inteligência, sua competência e sua simplicidade. Logo, não tenho sequer o direito de ter a pretensão de substituí-lo. Entrementes, assumo aqui perante os Srs. Senadores o compromisso de não decepcionar quanto à ética, à seriedade e à inafastável missão de bem representar e defender os legítimos interesses do meu Estado e do meu País.

Deus me deu a vida. Meus pais, além de me darem os irmãos que amo, moldaram o meu caráter e me ensinaram as virtudes da honestidade e da solidariedade humana, atributos estes que me impeliram - a despeito de minha origem humilde - a me tornar um médico reconhecido e realizado. Íris me deu tudo: os maravilhosos filhos que temos. O voto popular me fez Vereador, Presidente da União de Vereadores de Mato Grosso do Sul, Prefeito da minha Aquidauana e suplente de Senador.

Nesse sentido, Sr. Presidente, a vida me proporcionou e continua proporcionando toda a matéria-prima para a construção de um trabalho honroso, gratificante e muito fértil, tanto na vida pública quanto na particular. Tenho tudo, não para substituir Ramez Tebet pois, como disse, não tenho essa pretensão, mas sim para continuar honrando, dignificando e frutificando o mandato até então exercido por S. Exª.

Com trabalho e esforço determinados e com os primorosos ensinamentos dos senhores, aos quais pretendo sempre recorrer, espero que os frutos desse meu pequeno-grande mandato tombem em terras sul-mato-grossenses.

Aos sul-mato-grossenses, em especial, digo que vocês brotaram na mesma terra que eu. Vocês são meus irmãos. Eu tenho que honrá-los. É meu dever mínimo. Afianço-lhes que sempre procurei, no exercício dos meus mandatos, acertar, bem administrar, bem representá-los. Nessa trajetória, tive muitos êxitos, muitas vitórias. Acertei muito, mas também errei. Onde errei, me perdoem. Nunca tive a aspiração de ser perfeito. Mas nunca, nunca agi de má-fé. Nunca fui desleal. Minha consciência é cristalina. Meu patrimônio é moral.

E assim continuarei nesta Casa. Vou perseverar nas virtudes e procurar não errar, mesmo sabendo de minhas naturais limitações. Nos trilhos da minha trajetória, estejam certos, à frente das minhas funções, das minhas manifestações e dos meus votos estará, sempre, a locomotiva da boa-fé, da lealdade, da honestidade e do intuito de bem servir.

Para uma plena representação do meu Estado nesta Casa, na defesa de seus legítimos interesses, tenho o forte desejo de me aliar aos Senadores Lúdio Coelho e Juvêncio da Fonseca, independentemente de eventuais divergências ideológicas, pois o nosso objetivo é único: servir ao País, representando o Mato Grosso do Sul. Quero, Senador Juvêncio e Senador Lúdio, poder contar com a experiência e os ensinamentos dos senhores.

A Democracia, que hoje vivenciamos plenamente no Brasil, permite que cidadãos e políticos das mais diversas tendências se unam, trabalhem juntos em prol do mesmo ideal. Antes não era assim. Oposicionistas, governistas, esquerdistas, direitistas não se misturavam, a não ser para se digladiarem. Não existia o Centro. A força impunha a divisão de políticos em compartimentos estanques, incomunicáveis.

Hoje, não. Tudo é discutido e negociado em bom nível. Às vezes, porém, interpretam-se distorcidamente as negociações entre o Legislativo e o Executivo. Mas, meu Deus, a democracia exige entendimentos entre os Poderes. O Presidente da República ouve e respeita o Legislativo em uma interação necessária, útil e salutar. E ambos cumprem as decisões do Judiciário, baseadas em leis votadas por eles. Os Poderes funcionam harmonicamente. Que beleza é a democracia! Será que alguém deseja a volta dos compartimentos estanques?

Ressalto ainda que meu coração é da minha família e do meu Estado. Quem convive comigo sabe o quanto amo Mato Grosso do Sul e a minha Aquidauana, portal do Pantanal, celeiro de grandes políticos de meu Estado, conhecidos e reconhecidos por exemplar postura pública, verbi gratia nosso ínclito Senador José Fragelli, na pessoa de que os homenageio. Sabe o quanto valorizo aquelas terras: o Pantanal, o Bolsão, a grande Campo Grande, o Cone Sul, a Região Norte.

A grandiosa e altaneira região do Pantanal, onde se contempla a edificação da maravilhosa Corumbá, ícone de grandes nomes políticos, reportando-me ao então colega Pedro Paulo de Barros Lima, nome este que, pelas circunstâncias, impõe-me a zelar ainda mais do mandato que ora assumo. Receba, Senhora Guiomar, minhas sinceras homenagens como atributo a imagem e caráter do grande Pedro Paulo.

Mato Grosso do Sul. É impossível esquecer aquele torrão. É impossível não se orgulhar daquele povo. É impossível deixar de admirar a nossa gente. É impossível deixar de lutar ao seu lado. É impossível não valorizar as nossas tradições. É impossível não gostar de quem gosta da nossa terra e do nosso povo. É impossível não repelir com firmeza quem queira nos discriminar. É impossível não sonhar. É impossível não se emocionar.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amigo Ramez Tebet, muito obrigado. E que Deus nos abençoe. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2001 - Página 13623