Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ENCAMINHAMENTO A MESA DE REQUERIMENTO DE PESAR PELA MORTE DO JORNALISTA EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, DESTACANDO A SUA BRILHANTE TRAJETORIA PROFISSIONAL. (COMO LIDER)

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • ENCAMINHAMENTO A MESA DE REQUERIMENTO DE PESAR PELA MORTE DO JORNALISTA EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, DESTACANDO A SUA BRILHANTE TRAJETORIA PROFISSIONAL. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2001 - Página 14026
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, JORNALISTA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), EX-DIRETOR, JORNALISMO, IMPRENSA, TELEVISÃO.

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL - MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Bernardo Cabral, desde logo apresento o requerimento.

Sr. Presidente, requeiro, nos termos do art. 218 do Regimento Interno do Senado Federal, e de acordo com a tradição da Casa, sejam prestadas as seguintes homenagens pelo falecimento, ocorrido hoje no Rio de Janeiro, do grande jornalista Evandro Carlos de Andrade:

a) inserção em ata de voto de pesar de todos nós;

b) apresentação de condolências à família e às Organizações Globo, na pessoa do seu Presidente, Roberto Marinho.

Sala de sessões, 25 de junho de 2001.

Sr. Presidente, chegava de Belo Horizonte, há poucos instantes, e no próprio avião anotei alguns dados para falar de um amigo, de um jornalista, de um homem que sempre teve a visão do Brasil e, conseqüentemente, merece infinito respeito.

Evandro Carlos de Andrade - permita-me ele a intimidade - era sobretudo um jornalista.

Um dia, se vier a ser escrita a História do Jornalismo no Brasil, ao nome de Evandro Carlos de Andrade bastaria ser acrescentada uma única palavra: Jornalista!

Essa seria a melhor homenagem ao repórter que morreu hoje, aos 69 anos de idade, na cidade do seu coração, o Rio de Janeiro, no pleno exercício de sua profissão, que sempre foi sua grande paixão, o jornalismo.

Evandro, carioca de nascimento e de coração, também flamenguista, por conhecimento do legítimo futebol, veio para Brasília com dois outros grandes nomes do nosso jornalismo: Pompeu de Sousa, nosso amigo, meu amigo, com quem trabalhava no Diário Carioca e Carlos Castello Branco, “Castelinho”, também meu amigo, irmão e da mesma origem terrena. Desde quando, no início de uma vitoriosa carreira, foi repórter de esporte, o Evandro.

Em Brasília, quando o Dr. Júlio Mesquita Neto precisou de um nome capaz para dirigir a sucursal do O Estado de S.Paulo, “Castelinho”, o Carlos Castello Branco, indicou Evandro Carlos de Andrade.

No Estadão, Evandro chegou a ser convidado para ser o diretor- responsável. Mas, antes de assumir o posto, ele foi novamente lembrado, quando o Dr. Roberto Marinho pediu a “Castelinho” - ao Carlos Castello Branco, nosso amigo e nosso irmão - que indicasse um nome para assumir o comando de O Globo. V. Exª sabe que a maior paixão de Roberto Marinho, que preside as Organizações Globo, é o jornal O Globo. Ele costumava ir à redação do jornal diariamente. Depois passou a despachar diariamente no Jardim Botânico, na TV Globo.

Sr. Presidente, Evandro optou pelo jornal O Globo. Afinal, pesaram para isso dois fatores: a ida para o Rio de Janeiro, sua terra natal e de seus filhos, e o desafio de fazer de O Globo um jornal editorial e graficamente moderno. E assim fez Evandro.

Vinte e quatro anos à frente do hoje maior jornal carioca o credenciaram para uma outra missão de Roberto Marinho: estender ao jornalismo da Rede Globo a mesma qualidade que Evandro soube implantar em O Globo.

            Srs. Senadores, ao iniciar esta homenagem a Evandro, mencionei como suficiente uma palavra única “jornalista”. É o termo que melhor define o profissional correto, que ao longo de uma trajetória excepcional, jamais se distanciou das regras da ética.

Em Brasília, contam seus colegas, a conduta de autêntico profissional zeloso levava Evandro a recomendar permanentemente aos repórteres que integravam a sua equipe no O Estado de S. Paulo a única regra que deveriam seguir nos anos da interrupção da democracia: “Escrevam, e bem, o que houver de verdade, sem jamais aceitar a censura, a não ser pela força; muito menos a autocensura, incompatível com o jornalismo”.

Concluo, Sr. Presidente, voltando para o começo deste pronunciamento, para, simplesmente, repetir o nome que honrou a Imprensa Nacional: Evandro Carlos de Andrade.

Permita-me, Sr. Presidente, transmitir à imprensa, aos jornalistas que promovem esta instituição e a divulgam perante os brasileiros, que tenham sempre em mente a figura de Evandro Carlos de Andrade e se recordem dele entre nós, porque ele continua entre nós.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2001 - Página 14026