O SR. ROBERTO SATURNINO (PSB - RJ. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há certas pessoas com quem convivemos em determinado momento, mesmo que depois ocorra afastamento por circunstâncias alheias à nossa vontade, cuja imagem e conceito ficam indelevelmente gravados em nossa memória. Evandro Carlos de Andrade é uma das pessoas que ganhou a minha admiração.

Lembro-me que ele, jornalista, fazia a cobertura do Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados. Eu era Deputado Federal e freqüentemente trocava idéias com ele - que era, então, jovem, e obviamente eu também -, haurindo os frutos da sua inteligência e perspicácia na análise do quadro político do País.

Lembro-me também da sua indignação, quando houve o golpe militar, que quebrou o frágil sistema democrático implantado no Brasil. Isso ficou para mim como uma recordação indelével e a admiração se manteve durante todos esses anos. Tivemos contatos muito menos freqüentes mas que sempre confirmaram o conceito que fiz de Evandro Carlos de um homem lúcido, inteligente, brilhante e eficiente como jornalista, e um homem de estofo moral, muito sólido e ético na sua inteireza.

Por conseguinte, manifesto também o meu pesar. Evandro Carlos de Andrade, na medida em que se ocupou da direção, primeiro, do jornal e, depois, da Rede Globo, passou a ser um cidadão carioca. Este pesar é muito profundo e muito grande, razão pela qual desejo secundar as palavras do Senador Francelino Pereira, que foram muito adequadas e próprias. O jornalismo brasileiro e, especialmente, a vida política brasileira sofreram uma grande perda e que temos de lamentar de coração. Deixo registrado este sentimento, sincero e efetivo, que considero representar o pensamento do Rio de Janeiro de um modo geral.

Assim, louvo a iniciativa do Senador Francelino Pereira e peço aos Colegas Senadores que aprovemos, por unanimidade, o requerimento de profundo pesar que o Senado Federal e a vida política brasileira sentem neste momento.