O SR. BERNARDO CABRAL (PFL - AM. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando aqui cheguei, Deputado Federal, nos idos de 1967, tive um convívio muito intenso com Evandro Carlos de Andrade.

Sei que o requerimento do Senador Francelino Pereira foi apresentado muito a contragosto, sentimento que sinto ao usar da palavra neste instante. Digo contragosto, porque tem o timbre de que jamais gostaríamos de apresentar uma manifestação de pesar acerca de tão grande amigo.

Passados os anos 60, era eu Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - instituição ainda sediada no Rio de Janeiro - e almoçava com Evandro, um dia pela semana, para trocarmos idéias. Ele já era um jornalista respeitado e em ascensão. Por várias vezes, dele colhi a certeza de quem conhece muito o jornalismo por dentro para se impressionar com ele por fora. O jornal era a sua vida.

Mais tarde, tendo alçado à vice-presidência das Organizações Globo, sobretudo na área de televisão, cumprimentei-o e relembramos todos aqueles amigos de há mais de trinta anos, como dizia há pouco Senador Roberto Saturnino, todos jovens à época.

Hoje, encanecidos, tivemos essa terrível notícia pela manhã. Não que não estejamos preparados para o desenlace, mas quando ele chega antes do tempo, antes da hora, deixa uma marca de tristeza. Imagino com que intranqüilidade o Senador Francelino Pereira redigia o requerimento a bordo da aeronave, talvez sem poder arrumar suas idéias, porque, quando se perde um amigo na nossa idade, fase difícil de fazer novas amizades, é sempre uma perda irreparável. Todos nós vamos nos associar ao requerimento lido ainda há pouco.

É evidente que, ao deplorar essa perda, a área do jornalismo também fica mais pobre. Numa hora em que a velocidade da notícia já não permite que, em determinados instantes, se confirme o acontecimento - o que era um paradigma no passado -, a perda de Evandro, um fiscal da boa atuação jornalística, há de ser registrada com profunda tristeza.

Quero também dar o meu voto favorável e dizer ao meu companheiro Francelino Pereira que o seu requerimento marca a dor de todos nós, dos que com ele convivemos e que dele sabemos o quanto era ético. Por isso, ao me associar, peço ao Senador Francelino Pereira que me permita também subscrever o seu requerimento.

Sr. Presidente, era o meu voto.