Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, OCORRIDO HOJE NO RIO DE JANEIRO.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, OCORRIDO HOJE NO RIO DE JANEIRO.
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2001 - Página 14029
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EVANDRO CARLOS DE ANDRADE, JORNALISTA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encaminhamos o requerimento do Senador Francelino Pereira que solicita a homenagem desta Casa à memória de Evandro Carlos de Andrade. Pelo PFL, como assegura o Líder Eduardo Siqueira Campos, já falou o Senador Bernardo Cabral. Mas tendo eu sido um colega de Evandro Carlos de Andrade, não posso deixar também de me manifestar. Devo começar por dizer que o Senador Francelino Pereira, nosso senador de hoje, deputado de ontem, pertenceu a uma geração de grandes políticos que conviveu também com uma geração de grandes e notáveis jornalistas, entre os quais pontificavam Evandro Carlos de Andrade, Mauritônio Meira, Rubens de Azevedo Lima, Flamarion Mossiri, Carlos Castelo Branco, Octacilio Lopes, Fernando Pedreira, Murilo Melo Filho, Benedito Coutinho, Fernando Cesar Mesquita, Flávio Tavares, além de outros nomes que tanto honravam e ilustravam essa profissão. A eles eu aqui cheguei para me juntar em 1962, claro que sem o brilho deste grupo de talentosos jornalistas brasileiros, mas convivi com Evandro Carlos de Andrade por muitos anos, aprendendo com ele como se fazia jornalismo. Procurávamos, diariamente, Francelino Pereira, Pedro Aleixo, Martins Rodrigues, os grandes líderes da política naquele instante, e com eles aprendíamos e mantínhamos uma relação de seriedade, seja com a confidencialidade da informação, seja com a precisão da informação.

Temos hoje também uma geração de jornalistas de grande inteligência e que já se vale dos mecanismos modernos, como o computador, o telefone muito fácil e diversos instrumentos que, naquela época, não havia. Mas o fato é que aquela geração que lutava com outras possibilidades, seguramente mais difíceis do que as de hoje, era, sem dúvida, aquela que compunha uma profissão de grande relevância no País, como sempre foi, mas todos os jornalistas preocupados em jamais caluniar a quem quer que fosse.

O Senador Francelino Pereira lia, ainda há pouco, as recomendações de Evandro Carlos de Andrade a seus colegas de redação: “Quando a notícia for verdadeira, publique-a”. Era a recomendação fundamental de Evandro.

Devo dizer que com Evandro aprendi muito. Eu o admirava. Admirava-o pelo seu talento, pela sua inteligência e pela sua correção pessoal.

A imprensa no Brasil perde muito. Perde muito já não mais com a ausência de um jornalista, mas de um professor, de um mestre, de um homem que ensinou gerações de jornalistas. Oxalá o seu exemplo possa frutificar em nosso País e que outros, de quem foi mestre, possam vir a substituí-lo nessa magistratura que é a imprensa brasileira!

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2001 - Página 14029