Pronunciamento de Teotonio Vilela Filho em 20/06/2001
Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
TERMINO DA GESTÃO DE S.EXA. FRENTE A PRESIDENCIA DO PSDB, QUE PASSA A SER OCUPADA PELO DEPUTADO JOSE ANIBAL PONTES. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DE LEI 125, DE 1990, DE SUA AUTORIA, ONDE JA ERA MANIFESTADA A PREOCUPAÇÃO COM A CRISE ENERGETICA NO PAIS.
- Autor
- Teotonio Vilela Filho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AL)
- Nome completo: Teotonio Brandão Vilela Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
ENERGIA ELETRICA.:
- TERMINO DA GESTÃO DE S.EXA. FRENTE A PRESIDENCIA DO PSDB, QUE PASSA A SER OCUPADA PELO DEPUTADO JOSE ANIBAL PONTES. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DE LEI 125, DE 1990, DE SUA AUTORIA, ONDE JA ERA MANIFESTADA A PREOCUPAÇÃO COM A CRISE ENERGETICA NO PAIS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 21/06/2001 - Página 13675
- Assunto
- Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. ENERGIA ELETRICA.
- Indexação
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- REGISTRO, CONCLUSÃO, ATUAÇÃO, ORADOR, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), COMENTARIO, SUCESSÃO, JOSE ANIBAL PONTES, DEPUTADO FEDERAL.
- REGISTRO, APREENSÃO, SITUAÇÃO, ENERGIA ELETRICA, ANTERIORIDADE, CRISE, JUSTIFICAÇÃO, PROJETO DE LEI, DEFESA, PARTICIPAÇÃO, SOCIEDADE, ECONOMIA, UTILIZAÇÃO, ENERGIA, NECESSIDADE, PLANEJAMENTO INTEGRADO, PRODUÇÃO, CONSUMO, ANALISE, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, TECNOLOGIA.
O SR. TEOTONIO VILELA FILHO (Bloco/PSDB - AL) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, findou-se uma missão igualmente árdua e digna em minha vida política: a Presidência Nacional de meu Partido, o PSDB. Foram cinco anos de intenso aprendizado e de profunda participação política, já que o PSDB é o Partido do Governo e do Presidente da República, o que agregou inegáveis responsabilidades à nossa agremiação e a seus dirigentes.
Fui sucedido na Presidência do PSDB pelo ilustre Deputado José Aníbal Pontes, sob cujo comando o Partido continuará firme no rumo do fortalecimento da socialdemocracia brasileira e de nossos valores mais profundos de dignidade e de austeridade na condução das questões públicas.
Findo um tempo, outro se inicia. A vida parlamentar, agora dotada de maior disponibilidade de tempo, está sendo retomada, com a consciência dos novos tempos, com a maturidade acrescida das experiências vividas e, também, com a eterna preocupação em relação aos grandes temas nacionais.
Agora, no mundo e, em particular, no Brasil, vivemos desafios que exigem que a sociedade se volte uma vez mais para a questão da energia, dando a esta a dimensão que lhe é devida (...)
Grandes preocupações surgem em relação ao suprimento desse insumo indispensável, porém temos alguns caminhos identificados para tanto: o planejamento integrado de sua produção e uso, o investimento em novas tecnologias, a busca de fontes alternativas renováveis e não poluentes e uma necessária reavaliação das condições com que produzimos e consumimos energia hoje.
Sr. Presidente, os parágrafos que acabo de enunciar não são de agora. São parte da justificativa do Projeto de Lei n° 125, que dispõe sobre a política nacional de conservação e uso racional de energia elétrica, por mim apresentado ao Senado Federal, em 1990.
A preocupação manifestada há mais de uma década se revigora na grave conjuntura por que passa o Brasil. Volto ao exercício da plena atuação parlamentar, elegendo a água e a energia elétrica como minhas maiores prioridades.
A iniciativa de 1990, enviada para revisão na Casa irmã em 1993, foi aprovada agora na Câmara dos Deputados, retornando a esta Casa com algumas alterações que a atualizaram e aperfeiçoaram, o que representa uma esperança na condução da questão energética, ainda que o projeto se caracterize como definidor de políticas de atuação, requerendo um tempo de maturação para que seus princípios se transformem em real racionalização e em economicidade no uso da energia elétrica.
Srªs e Srs. Senadores, a crise energética atual é um somatório perverso de erros históricos com o imponderável de condições naturais extremamente adversas, mas não se pode negar que, tanto na oferta como na demanda de energia elétrica, temos necessidade de mudanças substantivas.
Detenho-me, nessa oportunidade, sobre algumas questões relativas à demanda, onde há uma consciência generalizada, apoiada em dados técnicos, de baixíssima produtividade e grande desperdício no consumo de energia elétrica.
Nossas lâmpadas incandescentes transformam em calor 92% da energia que consomem. Nossas geladeiras consomem o dobro de suas similares norte-americanas e japonesas e nossos motores consomem três vezes mais energia do que os similares no mercado mundial, em igualdade de potência oferecida.
A modernização tecnológica de nossos produtos consumidores de energia elétrica é imprescindível e urgente, para que possamos estabelecer um novo e mais racional patamar de consumo, sem comprometer nosso progresso ou nossa qualidade de vida, preservando o meio ambiente em proveito também das gerações futuras.
Vamos trabalhar no estabelecimento de níveis máximos de consumo específico de energia, níveis mínimos de eficiência de equipamentos e edificações; vamos criar indicadores técnicos confiáveis e, porque não dizer, ambiciosos que impliquem desafios para nossos pesquisadores e industriais; vamos, finalmente, criar mecanismos de educação em energia, que conduzam nossos compatriotas e descendentes a um comportamento moderno, coerente e socialmente justo, em relação ao consumo de energia.
Sr. Presidente, minhas palavras finais são para o povo brasileiro. Não poderiam ser essas palavras senão de sincero e caloroso elogio por sua resposta pronta e significativa na redução do consumo de energia, que, tenho a convicção, é essencialmente atribuível ao vigoroso espírito de solidariedade e de compromisso com a Nação brasileira.
Mais do que por receio de qualquer multa, corte ou “apagão”, cada brasileiro se sentiu motivado, por espírito cívico coletivo, a dar sua contribuição à redução do consumo, o que já resultou, em menos de um mês, em índices muito próximos das metas pretendidas.
Cabe, pois, aos homens públicos, cumprir seu papel de criar as soluções e os caminhos necessários para que, mais uma vez, nossos obstáculos sejam ultrapassados, e novos e melhores tempos possam advir.
A minha confiança e o meu trabalho estão ao dispor para auxiliar em tal missão.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.