Pronunciamento de Elcio Alvares em 31/10/1995
Discurso durante a 181ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
ESCLARECIMENTOS AO SR. ANTONIO CARLOS VALADARES SOBRE A CONVOCAÇÃO DO MINISTRO PEDRO MALAN.
- Autor
- Elcio Alvares (PFL - Partido da Frente Liberal/ES)
- Nome completo: Élcio Alvares
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MINISTRO DE ESTADO, CONVOCAÇÃO.:
- ESCLARECIMENTOS AO SR. ANTONIO CARLOS VALADARES SOBRE A CONVOCAÇÃO DO MINISTRO PEDRO MALAN.
- Publicação
- Publicação no DCN2 de 01/11/1995 - Página 2225
- Assunto
- Outros > MINISTRO DE ESTADO, CONVOCAÇÃO.
- Indexação
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- ESCLARECIMENTOS, ANTONIO CARLOS VALADARES, SENADOR, MOTIVO, AUSENCIA, COMPARECIMENTO, PEDRO MALAN, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), CONVOCAÇÃO, SENADO, OBJETIVO, JUSTIFICAÇÃO, DEMISSÃO, BANCO DO BRASIL.
O SR. ELCIO ALVARES (PFL-ES. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eminentes Colegas, lamento não ter podido, devido ao teor da comunicação, intervir no pronunciamento do eminente Senador Antonio Carlos Valadares para prestar esclarecimentos, já que, a esta altura, sou portador de uma palavra do Ministro Pedro Malan.
Cheguei aqui - e convoco o testemunho da Mesa, em homenagem ao Senador Antonio Carlos Valadares - com a preocupação de examinar o ofício. Logo em seguida, após uma conversa com o Vice-Líder Vilson Kleinübing, eu iria procurar o Senador Antonio Carlos Valadares para transmitir-lhe o teor da minha conversa com o Ministro Pedro Malan.
Examinei o ofício - confesso, sinceramente, que eu faria alguns reparos, por uma questão até minha, de ordem pessoal - e solicitei à Mesa que o sobrestasse, porque eu gostaria de conversar com o Senador Antonio Carlos Valadares e adaptar esse ofício à realidade daquilo que penso ser a relação do Governo com o Senado da República, inclusive em virtude da solicitação de um dos seus mais eminentes membros, o Senador Antonio Carlos Valadares. Se posso me atribuir uma culpa foi a de não ter conseguido falar imediatamente com S. Exª.
Entrei hoje aqui às 2h30 da tarde. Quando cheguei ao plenário, o Senador Vilson Kleinübing conversava com o Senador José Eduardo Dutra. Procurei pelo Senador Antonio Carlos Valadares e até fiquei em plenário para dar a S. Exª uma satisfação de ordem pessoal. Dirigi-me à Mesa e, perante a Secretaria da Casa, examinei o teor do ofício. Tomei a decisão, que julguei ser do meu dever como Líder, de pedir o sobrestamento do ofício, para que eu pudesse conversar com o Senador Antonio Carlos Valadares.
E agora, Senador Antonio Carlos Valadares, quero dizer a V. Exª que, independentemente da comunicação, eu era portador de um convite do Ministro Pedro Malan, que teria imenso prazer em receber V. Exª em uma audiência especial para lhe dizer, de viva voz, as razões que estou alinhavando agora em defesa exatamente dele, Ministro Pedro Malan.
Obviamente, também desci a detalhes, e essa convocação, se não me engano, é de agosto deste ano. O seu tema é a justificativa da demissão dos funcionários do Banco do Brasil. Há o tempo mediando. Eu diria até que isso não colhe em favor do Ministério convocado. Mas, por outro lado, há um aspecto profundamente interessante: as últimas matérias que temos lido a respeito das demissões no Banco do Brasil mostram que hoje aquilo que pareceu, à primeira vista, uma maldição transformou-se realmente numa bênção. Os funcionários do Banco do Brasil, inteligentemente - quero dizer isso, pois senti que muitos funcionários de valor deixaram o Banco do Brasil -, hoje, através de negócios pessoais, de cooperativas que fizeram com o dinheiro recebido do Banco do Brasil, até sentem a medida adotada, a demissão, como altamente saudável.
Mas isso não vem à discussão. O importante - quero fazer este registro agora, em homenagem a V. Exª, Senador Antonio Carlos Valadares - é que, na condição de Líder do Governo, neste momento, estou transmitindo a V. Exª as palavras do Ministro Pedro Malan, todas elas do mais profundo respeito e admiração por V. Exª.
Lamentavelmente houve um problema de tempo. Fui convocado para uma reunião no gabinete do Senador Gerson Camata, com vários Deputados Federais, com o Prefeito da Capital do Espírito Santo, Paulo Hartung, e exatamente no momento em que saí V. Exª fez a sua comunicação.
Então, neste instante, dentro da nossa convivência, que é a mais amistosa e respeitosa possível, eu pediria a V. Exª, Senador Antonio Carlos Valadares, que reencetasse esse assunto comigo. Poderíamos conversar; inclusive, vou transmitir-lhe o inteiro teor das palavras do Ministro Pedro Malan, que esteve comigo. Sou portador de um convite de S. Exª para uma audiência especial com V. Exª. Nessa oportunidade, o Sr. Ministro poderá, de viva voz, transmitir a V. Exª o que lhe estou dizendo neste instante. Invoco apenas, em obséquio da verdade, o testemunho da Mesa de que a minha primeira preocupação e minha reação foi de pedir o sobrestamento do ofício, porque eu queria colocá-lo dentro daquilo que julgo ser uma norma profundamente respeitosa entre o Governo e a Casa.
Portanto, comunico ao Senador Antonio Carlos Valadares, com a minha maior estima e respeito, que o Ministro Pedro Malan não pôde vir e apresentou suas razões - evidentemente, quem as escreveu foi o Dr. Pedro Parente. Asseguro a V. Exª, com todo empenho, que, de maneira nenhuma, da parte do Governo, haveria qualquer desapreço não só por esta Casa, que merece o maior respeito, mas principalmente por um Senador do porte e do tratamento do Senador Antonio Carlos Valadares.
Restauro, neste momento, talvez, uma conversa que não tive tempo de cumprir por inteiro. Quero dizer claramente que, em nenhum instante, o Ministro Pedro Malan teve qualquer gesto de desapreço ao Senado Federal e muito menos ainda ao Senador Antonio Carlos Valadares. Tenho a incumbência de transmitir um convite do Ministro Pedro Malan a S. Exª, e pretendo fazê-lo em conversa pessoal logo após este registro.
São esses os esclarecimentos, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que faço em homenagem ao nosso ilustre Representante de Sergipe. Exalto o entrosamento altamente honroso que deve existir entre o Senado da República e o Governo do País.