Pronunciamento de Francelino Pereira em 28/06/2001
Discurso durante a 81ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
RESULTADO DO TRABALHO DE ELIMINAÇÃO VETORAL DA DOENÇA DE CHAGAS EM MINAS GERAIS, DIVULGADO DUTRANTE SEMINARIO REALIZADO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS.
- Autor
- Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
- Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SAUDE.:
- RESULTADO DO TRABALHO DE ELIMINAÇÃO VETORAL DA DOENÇA DE CHAGAS EM MINAS GERAIS, DIVULGADO DUTRANTE SEMINARIO REALIZADO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 29/06/2001 - Página 14445
- Assunto
- Outros > SAUDE.
- Indexação
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- REALIZAÇÃO, SEMINARIO, UNIVERSIDADE ESTADUAL, MUNICIPIO, MONTES CLAROS (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), DIVULGAÇÃO, ELIMINAÇÃO, DOENÇA DE CHAGAS, ELOGIO, ATUAÇÃO, PESQUISADOR, COMBATE, TRANSMISSOR, DOENÇA.
O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL - MG) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, numa época de tantas e más notícias, quero hoje referir-me a uma boa nova. Que vem de Minas.
A boa notícia é que já não existe no meu Estado o barbeiro, o inseto transmissor do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da terrível doença de Chagas, por coincidência diagnosticada em Minas Gerais.
Vale recordar: era o ano de 1908, quando o mineiro Carlos Chagas, pai, no Norte de Minas, na cidade de Lassance, localizou o tripanossomo que vinha causando numerosas vítimas entre a população local.
Agora, decorrido quase um século, os modernos pesquisadores, no mesmo Norte de Minas, baseados em Montes Claros, divulgaram o resultado de um trabalho que vinha sendo executado sistematicamente e graças ao qual o Estado se credencia para receber o certificado de eliminação vetorial da doença de Chagas.
Essa notícia foi veiculada durante recente seminário realizado sob os auspícios da Universidade Estadual de Montes Claros, a Unimontes.
Desse encontro participaram, além de técnicos e pesquisadores, os cientistas Márcio Costa Vinhaes, diretor do Programa Nacional de Combate à Doença de Chagas; João Carlos Pinto Dias, da Fundação Nacional de Saúde(FUNASA), Antonio Carlos Silveira, assessor da Organização Pan-Americana de Saúde, bem como os coordenadores dos programas de combate à Doença de Chagas no Uruguai e na Argentina.
No final da semana passada, em Belo Horizonte, esses pesquisadores dedicaram-se à redação final do relatório sobre a erradicação da Doença de Chagas, para encaminhamento formal dos resultados à Organização Pan-Americana de Saúde e à Organização Mundial de Saúde.
Os trabalhos a que, com grande júbilo, trago ao conhecimento do Senado, desenvolveram-se a partir de 1991, em sete Estados brasileiros e, mais, na Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia. A meta, de errradicar o barbeiro, fixava um prazo de 10 anos. E isso foi alcançado.
Em Minas, essa ação alcançou 23 Municípios, nos quais foi intensiva a captura dos insetos hematófagos - o barbeiro, com o uso de inseticida, ao mesmo tempo em que eram repassadas às populações dessas áreas folhetos explicativos sobre o combate ao causador da doença de Chagas.
Com esse trabalho didático, busca-se também assegurar uma permanente vigilância, como forma mais adequada para evitar que no futuro volte a aparecer o barbeiro entre nós.
Srªs e Srs. Senadores, com o registro dessa grande vitória de pesquisadores brasileiros, estendo cumprimentos a todos quantos puderam, de alguma forma, contribuir para a eliminação do barbeiro. A notícia é auspiciosa, sobretudo diante das estatísticas que apontavam a morte de mais de 5 mil pessoas no Brasil, vitimadas pela doença de Chagas.