Discurso durante a 81ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

RESULTADO DO TRABALHO DE ELIMINAÇÃO VETORAL DA DOENÇA DE CHAGAS EM MINAS GERAIS, DIVULGADO DUTRANTE SEMINARIO REALIZADO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • RESULTADO DO TRABALHO DE ELIMINAÇÃO VETORAL DA DOENÇA DE CHAGAS EM MINAS GERAIS, DIVULGADO DUTRANTE SEMINARIO REALIZADO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS.
Publicação
Publicação no DSF de 29/06/2001 - Página 14445
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • REALIZAÇÃO, SEMINARIO, UNIVERSIDADE ESTADUAL, MUNICIPIO, MONTES CLAROS (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), DIVULGAÇÃO, ELIMINAÇÃO, DOENÇA DE CHAGAS, ELOGIO, ATUAÇÃO, PESQUISADOR, COMBATE, TRANSMISSOR, DOENÇA.

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL - MG) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, numa época de tantas e más notícias, quero hoje referir-me a uma boa nova. Que vem de Minas.

A boa notícia é que já não existe no meu Estado o barbeiro, o inseto transmissor do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da terrível doença de Chagas, por coincidência diagnosticada em Minas Gerais.

Vale recordar: era o ano de 1908, quando o mineiro Carlos Chagas, pai, no Norte de Minas, na cidade de Lassance, localizou o tripanossomo que vinha causando numerosas vítimas entre a população local.

Agora, decorrido quase um século, os modernos pesquisadores, no mesmo Norte de Minas, baseados em Montes Claros, divulgaram o resultado de um trabalho que vinha sendo executado sistematicamente e graças ao qual o Estado se credencia para receber o certificado de eliminação vetorial da doença de Chagas.

Essa notícia foi veiculada durante recente seminário realizado sob os auspícios da Universidade Estadual de Montes Claros, a Unimontes.

Desse encontro participaram, além de técnicos e pesquisadores, os cientistas Márcio Costa Vinhaes, diretor do Programa Nacional de Combate à Doença de Chagas; João Carlos Pinto Dias, da Fundação Nacional de Saúde(FUNASA), Antonio Carlos Silveira, assessor da Organização Pan-Americana de Saúde, bem como os coordenadores dos programas de combate à Doença de Chagas no Uruguai e na Argentina.

No final da semana passada, em Belo Horizonte, esses pesquisadores dedicaram-se à redação final do relatório sobre a erradicação da Doença de Chagas, para encaminhamento formal dos resultados à Organização Pan-Americana de Saúde e à Organização Mundial de Saúde.

Os trabalhos a que, com grande júbilo, trago ao conhecimento do Senado, desenvolveram-se a partir de 1991, em sete Estados brasileiros e, mais, na Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia. A meta, de errradicar o barbeiro, fixava um prazo de 10 anos. E isso foi alcançado.

Em Minas, essa ação alcançou 23 Municípios, nos quais foi intensiva a captura dos insetos hematófagos - o barbeiro, com o uso de inseticida, ao mesmo tempo em que eram repassadas às populações dessas áreas folhetos explicativos sobre o combate ao causador da doença de Chagas.

Com esse trabalho didático, busca-se também assegurar uma permanente vigilância, como forma mais adequada para evitar que no futuro volte a aparecer o barbeiro entre nós.

Srªs e Srs. Senadores, com o registro dessa grande vitória de pesquisadores brasileiros, estendo cumprimentos a todos quantos puderam, de alguma forma, contribuir para a eliminação do barbeiro. A notícia é auspiciosa, sobretudo diante das estatísticas que apontavam a morte de mais de 5 mil pessoas no Brasil, vitimadas pela doença de Chagas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/06/2001 - Página 14445