O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, hoje, fazer uma comunicação a esta Casa e à Nação que me enche de orgulho, como representante de Roraima. Há poucos dias, foi feita a interconexão da energia que vem da Venezuela, da hidrelétrica de Guri, até Boa Vista, capital de Roraima. Portanto, ao contrário do que está acontecendo com as Regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste e outros Estados da Região Norte, que estão tendo de racionar energia, Roraima tem hoje energia elétrica vinda da Venezuela, que lhe garante abastecimento por 25 anos, pelo menos.

O Senhor Presidente Fernando Henrique estará em Boa Vista nos próximos dias, para formalmente inaugurar essa linha de transmissão. Vamos ter uma energia comprada da Venezuela, mas uma energia firme, barata, gerada por uma hidrelétrica que é equivalente à de Itaipu.

Aproveito também para registrar que, embora a obra tenha sido do Governo Federal, houve o empenho pessoal do Governador Neudo Campos, que não se deitou naqueles louros ou na comodidade de dizer que o problema era federal e que, por isso, não moveria nenhuma palha para sensibilizar as autoridades - que, diga-se de passagem, no início, eram completamente contrárias a essa linha de transmissão.

Hoje, a linha está concluída, energizada, e isso se deveu muito ao trabalho particular de S. Exª em convencer não só as autoridades brasileiras, como também as venezuelanas de que seria bom para ambos os países. Tanto a Venezuela vai ter o seu sul energizado - a sua parte subdesenvolvida -, quanto o Brasil, o seu extremo norte, graças a esse trabalho.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no momento em que faço este registro positivo da ação do Governo Federal em parceria com o Governo Estadual - repito que, se não fosse o empenho pessoal do Governador Neudo Campos, isso não teria sido possível; basta ver o contraste com o clima de apagão no resto do País -, quero também assinalar o meu inconformismo, como Senador, com a deselegância do Presidente da Eletronorte, que, indo a Roraima para fazer os testes de energização da linha, convidou apenas um Senador do Estado de Roraima. O Presidente da Eletronorte, aliás, tem feito pouco caso do resto da representação do Estado e precisa, inclusive, dar algumas explicações sobre irregularidades cometidas na Bovesa, a subsidiária da Eletronorte em Roraima, pelo cidadão Waldemar Johanson, que, inclusive, foi afastado da companhia.

Portanto, além de registrar o fato auspicioso da energização da rede, menciono esse outro fato infeliz, triste, do Presidente da Eletronorte, que decididamente procura agir de maneira facciosa, parcial, sem levar em conta que não é o dono da Eletronorte e que não lhe pertencem, exclusivamente, as decisões e as ações políticas e administrativas que devem ser tomadas.

Muito obrigado.