O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como transformar uma das regiões mais subdesenvolvidas do Continente, abandonada não durante décadas, mas séculos, em algo que o próprio Presidente Fernando Henrique Cardoso classificou como o “Eldorado brasileiro”?

           A receita, Sr. Presidente, está na administração do Estado do Tocantins, e tem como ingredientes fundamentais muito trabalho, muito interesse público e uma política inteligente e criativa de incentivos fiscais, que vem atraindo, constantemente, investimentos nacionais e internacionais.

           Nossa intenção, ao fazermos este breve pronunciamento, é demonstrar que o desânimo, o marasmo, o derrotismo que hoje contamina parcela da população e até autoridades governamentais em seus vários níveis, pode e deve ser superado, pois o Brasil, e seu extraordinário povo, são infinitamente maiores do que qualquer crise episódica e passageira, e o caso do Estado do Tocantins é um exemplo dos mais positivos, que deve ser considerado paradigma e inspiração para todos, particularmente em momentos de preocupação com a coisa pública, como o que estamos atualmente a viver.

           Todos sabemos que, com a globalização que inexoravelmente espraiou-se para todo o planeta, é essencial, em nosso tempo, que investimentos domésticos e internacionais sejam atraídos, para que o desenvolvimento possa ser deflagrado. É a estratégia utilizada por países formalmente comunistas, como a República Popular da China, que não tem nenhum constrangimento em receber empresas “capitalistas”, ou da Cuba de Fidel Castro, que hoje arrecada mais com o turismo de estrangeiros do que com a produção de açúcar.

           Essa, precisamente, é uma das tônicas dominantes da estratégia desenvolvimentista implantada no Tocantins, e que, queremos proclamar desta tribuna, vem dando certo, permitindo que o Estado se liberte dos grilhões do atraso e do subdesenvolvimento e ensejando uma melhor qualidade de vida à sua laboriosa população.

           No último mês de julho, por exemplo, nosso Estado foi honrado com a visita do Presidente da Eslováquia, Rudolf Schuster, quando declarou que seu país e o Tocantins deverão tornar-se parceiros comerciais. A nação européia deverá importar grãos e cristais tocantinenses e o Tocantins deverá tornar-se um centro de distribuição, para os demais Estados, de produtos eslovacos.

           Também um grupo empresarial espanhol, denominado Uniön Fenosa e Soluciona Saúde, que atua no setor de consultoria, visitou o Tocantins, buscando parcerias em negócios emergentes, manifestando particular interesse nas sete usinas hidroelétricas que proximamente serão objeto de licitação, e que serão construídas no Estado.

           Negociações estão sendo promovidas com grupos franceses que atuam no setor de cosméticos, pois há interesse na importação de quinze plantas típicas do cerrado tocantinense havendo concreta possibilidade de o Estado abrigar um grande laboratório que atua nesse segmento.

           Missão francesa, igualmente, esteve em nosso Estado no final do mês transato, integrada por técnicos da universidade gaulesa de Contiegne, com o objetivo de prestar assistência técnica em projetos de tecnologia, no contexto de um projeto de transferência de tecnologia denominado “Exchange”.

           E, já no primeiro dia do mês em curso, empresários gaúchos da Maxxibolt, do Grupo Fio Forte, estiveram em nosso Estado, informando que vão investir cerca de R$20 milhões na instalação de uma fábrica metalúrgica, em Palmas, cujas obras terão início em apenas 15 dias e gerarão, inicialmente, pelo menos 200 empregos.

           Todas essas visitas a nosso Estado, todos esses investimentos de grupos brasileiros e internacionais vêm dinamizando a economia do Tocantins, ensejando a abertura de vagas no mercado de trabalho e permitindo que a população tenha melhores condições de vida.

           Para nós, por conseguinte, a palavra crise não é motivo de desânimo, de desalento, mas, muito pelo contrário, é desencadeadora e novas ações, da busca por financiamentos e investimentos.

           Foi com esse propósito que fizemos este pronunciamento, não apenas para apresentar uma pequena amostra do que está sendo feito no Tocantins, mas, principalmente, para que esse exemplo frutifique, servindo de modelo aos administradores públicos e políticos de nosso País.

           Era o que tínhamos a dizer.

           Muito obrigado.