Discurso durante a 82ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

CONSIDERAÇÕES SOBRE PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTOS PARA OS CANDIDATOS DO PMDB A PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTOS PARA OS CANDIDATOS DO PMDB A PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
Aparteantes
Ademir Andrade, Casildo Maldaner, Nova da Costa.
Publicação
Publicação no DSF de 30/06/2001 - Página 14604
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, DESAPROVAÇÃO, ATUAÇÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • COMENTARIO, CRESCIMENTO, OPINIÃO PUBLICA, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • REPUDIO, ENTREVISTA, JARBAS VASCONCELOS, GOVERNADOR, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), IMPUTAÇÃO, FALTA, ETICA, ORADOR, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).
  • ESCLARECIMENTOS, IDONEIDADE, ORADOR, DEFESA, INTERESSE PUBLICO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), NECESSIDADE, ALTERAÇÃO, POLITICA NACIONAL.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no decorrer desta semana, os dois institutos de pesquisa que têm acompanhado o desempenho do Governo Fernando Henrique Cardoso e dos candidatos à corrida presidencial divulgaram novos números. O Ibope e o Sensus confirmaram aquilo em que temos batido neste plenário quase todos os dias.

O sentimento do brasileiro pelo Governo Federal não se traduz mais pela chamada desaprovação. Ele chega às raias de uma justificada irritação, em face da paralisia e da impotência com que o Presidente e seus Ministros se movem diante dos problemas.

Vejamos só:

Ibope:

-     a avaliação positiva do Governo caiu dos já minguados 26% para apenas 19%;

-     a avaliação negativa, que, em maio, era de 31%, subiu agora para 45%;

-     62% dos brasileiros desaprovam a forma como o Presidente administra o País;

-     e 64% não confiam mais no Presidente, um índice realmente alarmante.

Embora eu não tenha nenhum vínculo de ligação política com o Presidente, ao contrário, coloco-me numa raia oposta à dele, não vejo motivos para comemorar tais números. Eles retratam uma paisagem de tristeza nacional refletida no descaso com os mais pobres, o desprezo sofrido pelo setor produtivo, pela agricultura; o pouco caso com o salário dos trabalhadores, com o salário dos funcionários públicos, como se referiu há pouco o Senador Ademir Andrade, pelo verdadeiro desrespeito à vida. Algo que definitivamente não nos dá o direito a comemorações.

Mesmo àqueles que se colocam na oposição não cabe o direito de apostar no “quanto pior, melhor”. O nosso desejo é o de que o País estivesse melhor e de que o povo brasileiro estivesse satisfeito, atendido em seus anseios de uma vida digna.

Se não nos traz motivos para alegria, os números concretizam elementos para uma reflexão nacional. Sem dúvida, o País não suporta mais esse modelo econômico, que tem olhos apenas voltados para os poderosos. O lado bom, no entanto, é o de que o povo acena para uma mudança, que certamente será concretizada nas eleições do ano que vem.

Esse é um sentimento cristalino, expresso na outra pesquisa - essa do Instituto Sensus:

-     65% dos brasileiros garantem que não irão votar de forma alguma em qualquer candidato apontado pelo Presidente da República. Ou seja, o povo não quer alguém comprometido com o atual modelo de gestão implantado pelo PSDB;

-     justamente por isso, 75% das intenções de voto caminham para candidatos da Oposição;

-     o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que está há bastante tempo em campanha, mantém a liderança, mas estacionado em torno de 30%. Em segundo lugar, aparece o PMDB, com o Governador Itamar Franco, com 16% das intenções de voto, confirmando uma forte tendência de crescimento.

-     Numa outra simulação, o Senador Pedro Simon, também pré-candidato do PMDB, soma 6% das intenções de voto, num universo em que 41% dizem ainda desconhecer a sua candidatura. Ou seja, possui um campo de crescimento enorme para se explorar até as próximas eleições.

Para o PMDB, os números das pesquisas confirmam o sentimento refletido pelas bases nos encontros que temos mantido - e que não têm sido poucos. Reforça no seio de nosso Partido a necessidade inadiável de lançarmos candidato próprio a Presidente da República em 2002.

Itamar Franco e Pedro Simon crescem na preferência popular não apenas pelo rastro do descontentamento com o atual Governo. Os dois representam o exato oposto do modelo atual de gestão no País. Mais do que isso, ostentam o emblema da credibilidade.

Credibilidade que vem de uma vida limpa, sem os arranhões da corrupção, que abate parte da classe política País afora. E trazem com eles uma história de trabalho, de força e de dedicação ao Brasil, especialmente às camadas mais sofridas. Isso dá aos brasileiros a certeza de que um governo de Itamar ou de Simon certamente será um governo mais honesto, um governo mais humano e sensível, centrado na retomada do desenvolvimento nacional, com a criação de oportunidades dignas para os que se acham hoje totalmente excluídos.

Itamar e Simon crescem na preferência popular porque representam um Partido cuja história se confunde com a história mais recente do Brasil. O PMDB esteve à frente de todas as mudanças importantes ocorridas no País nas últimas décadas e, por isso mesmo, tem a obrigação de se apresentar uma vez mais para dar a sua colaboração à democracia e à Nação brasileira.

Na Presidência Nacional do Partido, tenho procurado fazer minha parte. Desde que assumi esse importante posto, venho cumprindo uma agenda carregada, que inclui encontros com líderes regionais, com representantes dos diretórios estaduais, visitas e encontros em diversos Estados brasileiros.

Nesta semana mesmo, tive a felicidade de participar, no Rio de Janeiro, ao lado dos Senadores Pedro Simon e Ney Suassuna, sob a coordenação do grande Líder político daquele Estado, o nobre Deputado Sérgio Cabral, de uma grande e movimentadíssima solenidade, em que vários prefeitos, deputados estaduais, vereadores e líderes políticos do Rio de Janeiro se filiaram ao PMDB, em uma demonstração de força do nosso Partido naquele Estado.

Hoje, o PMDB do Rio de Janeiro já pode ser considerado um dos maiores do Brasil, tendo inclusive a maior Bancada na Assembléia Legislativa, dentre todas as Assembléias Legislativas do nosso País.

Temos, ainda, um reforço de peso: o Prefeito Zito, de Duque de Caxias. Esse querido prefeito, que também faz parte, hoje, do PMDB, é um grande Líder, um político forte do Estado fluminense, que terá, sem dúvida nenhuma, grandes condições de ser o candidato a Governador do Rio de Janeiro pelo PMDB. Ele ou o Deputado Sérgio Cabral. Um dos dois, naturalmente, será o próximo Governador do Rio de Janeiro.

Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho trabalhado com afinco, procurando servir o Partido e o País da melhor forma possível, atendendo, constantemente, Deputados, Senadores e Líderes de outros Estados. Tenho dado expediente diário na Presidência do nosso Partido e caminhado bastante, conversando muito com os companheiros pelo País afora. Em cada visita, em cada reunião, certifico-me da madura e acertada opção que o Partido fez internamente, em direção à sua independência e à construção de um projeto para o Brasil.

Essa certeza de que o PMDB do Brasil escolherá o caminho correto na convenção de setembro, me alimenta e me dá mais disposição para continuar trabalhando.

O Sr. Ademir Andrade (PSB - PA) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Com muita honra, concedo o aparte ao nobre Senador Ademir Andrade.

O Sr. Ademir Andrade (PSB - PA) - Senador Maguito Vilela, em primeiro lugar, quero me congratular com V. Exª pela forma como vem conduzindo o seu trabalho como Presidente Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, um dos maiores Partidos do País. Hoje, V. Exª vive a descaracterização do PMDB, problema pelo qual já passei. Lembro-me que em 1985, quando Sarney assumiu o Governo em função da morte de Tancredo, o PMDB fazia parte desse Governo e quase que Ulysses Guimarães chegou à Presidência da República. Num determinado momento, o Presidente Sarney conduziu bem o Plano Cruzado. Como houve uma queda na balança comercial brasileira, o Presidente Sarney foi obrigado a acabar com o Plano Cruzado. Nesse momento, entendi que o PMDB deveria sair do Governo e comuniquei isso, pessoalmente, ao Presidente Sarney. Naquela ocasião, eu era Deputado Federal. Senador Maguito Vilela, as elites são extremamente espertas no processo político. Enquanto se prega a idéia, para o povo, de que política é algo que não presta, é algo sujo, as elites, mais do que ninguém, sabem fazer política e correm sempre para o lado que vai ganhar. E grande parte da elite, àquela altura, já estava no PMDB e não queria mais sair do Governo, fosse ele ruim e estivesse fazendo o mal que fosse. Os sanguessugas de Ministérios, de cargos públicos e de benesses preferiram continuar no PMDB e mantê-lo atrelado ao Governo, embora este já estivesse seguindo as determinações dos chamados países desenvolvidos. Assim, penso que V. Exª vive, hoje, esse mesmo drama. O PMDB, que já foi tão importante no País, que ainda se mantém como o maior Partido nacional, apesar de tudo, que lutou contra a ditadura - e eu, até 1987, fui seu militante -, ao longo desses treze últimos anos, não tem tido uma definição. Ele tem figuras como Pedro Simon e Requião, que são Oposição e, digamos, Esquerda, e tem figuras do Centrão, da UDR, da Direita - é um Partido extremamente indefinido no seu posicionamento político. Infelizmente, V. Exª vive o drama da sabedoria das elites, que querem estar sempre presas às tetas do Governo, sugando a máquina administrativa e os Ministérios políticos. Somo-me à posição de V. Exª e espero que consiga convencer os filiados do Partido para que voltem a ser aquele PMDB autêntico, representativo do povo brasileiro, afastando-se do Governo e com um candidato próprio. Tenho pelo Governador Itamar Franco uma enorme admiração, pela sua simplicidade, pela sua maneira de agir, pelo seu caráter como ser humano e, fundamentalmente, pela sua posição nacionalista, de defesa dos interesses brasileiros e de não deixar que outros imponham regras em nossa terra, como acontece no atual Governo. Desejo a V. Exª sorte e o parabenizo pela forma como tem conduzido o seu Partido. Muito obrigado.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - V. Exª tem razão até certo ponto. Todo Partido tem as suas contradições e o PMDB não podia e não pode ser diferente. É lógico que tivemos alguns acidentes de percurso, como o caso da morte de Tancredo Neves e a falta de firmeza do Partido quando participou do Governo do ilustre ex-Presidente e hoje nosso colega, Senador José Sarney.

O PMDB vive, hoje, esse dilema, mas quero dizer a V. Exª que as bases e a militância do Partido, embora alguns não achem assim, estão a exigir um posicionamento correto com relação ao apoio ao Governo. O PMDB entende que existe em andamento o apoio definido pela convenção passada e que só outra reunião poderá decidir pelo desligamento. No dia 9 de setembro do corrente ano, ocorrerá a grande convenção do PMDB e tenho a certeza absoluta de que a militância e os companheiros mais idealistas vão, sem dúvida nenhuma, colocá-lo na trilha correta.

Temos, em todos os Partidos, os fisiológicos, os clientelistas, aqueles que fazem política para defender os seus interesses ou os interesses grupais, mas também existe, principalmente no PMDB, uma maioria de homens e mulheres que fazem política por amor ao seu Estado, à sua Pátria, com idealismo e não com clientelismo, fisiologismo ou coisa que o valha.

Dessa forma, nobre Senador Ademir Andrade, confio muito no nosso Partido e nos nossos dois pré-candidatos, Pedro Simon e Itamar Franco, dois homens realmente extraordinários, que têm biografias das melhores, neste País, e que têm passados inatacáveis. São homens já testados e aprovados na vida pública. Acredito que o Partido está tomando rumo e, no dia 9 de setembro, definitivamente, anunciará sua candidatura própria e seu desligamento desse Governo, que não atende aos anseios da Nação brasileira.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Com muita honra, concedo o aparte ao ilustríssimo Senador de Santa Catarina, Casildo Maldaner.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Senador Maguito Vilela, V. Exª, como Presidente do nosso Partido, retrata com fidelidade o que vem ocorrendo e sintetiza aquilo que é o sentimento mais palpitante das bases do PMDB. Sem dúvida alguma, na convenção do próximo dia 9 de setembro vamos culminar com essa luta e essa decisão da maioria de defender a candidatura própria, no ano que vem, à Presidência da República. Em 1998, não entramos em campo para disputar o campeonato nacional - eu sempre uso este exemplo no meu Estado -, quer dizer, não lançamos candidato próprio. Há um ditado que diz: “Quem não entra em campo não poderá ter torcida”. Foi o que aconteceu: não tivemos candidato e, em conseqüência, não tivemos torcida. A grande torcida peemedebista brasileira ficou sem saber a quem apoiar, a quem aplaudir. Essa foi uma experiência para as lutas do PMDB e, por isso, estamos decidindo pela candidatura própria, pela independência, pelo caminho próprio, respeitando as tendências de outros Partidos políticos. Eu gostaria que o nosso Senador Ademir Andrade, com quem me encontrei pela primeira vez em 1983, na Câmara dos Deputados, tivesse ficado conosco desde aquela época lutando, como V. Exª e como tantos outros que permaneceram no PMDB. Controvérsias internas existem, são normais em um sistema democrático, mas continuamos no Partido, apesar dos altos e baixos. Ninguém é perfeito, nenhum partido é perfeito; nenhuma sociedade, ela também tem os seus problemas. As pessoas passam mas as instituições permanecem. O nosso Partido, apesar das lutas internas, está a culminar candidatura própria. Aliás, o PMDB nunca conseguiu viver in totum o exercício do comando do País. O nosso Partido ainda não teve a oportunidade de se completar, mas há de chegar lá com essa sua democracia. Um Partido que lutou para se implantar o sistema democrático e o pluripartidarismo no Brasil, respeitando todas as tendências; um Partido, Senador Maguito Vilela, nosso Presidente, que nunca “trocou de roupa”, que nunca fez “plástica”. O PMDB tem cara própria para enfrentar alegrias e tristezas. Caindo muitas vezes, mas se levantando adiante, nas tormentas ou nas bonanças, procurando levar os seus ideais e nunca trocando de roupa ou fazendo maquiagem ou coisa que o valha, levando essa tese à frente. Esse é o caminho, e não o de renegar as suas deficiências, mas procurando evoluir, se corrigindo e se reciclando e seguindo a história, a exemplo de tantos clubes, times e instituições existentes neste País e no mundo. Portanto, sob o comando de V. Exª, nós vamos culminar, na Convenção Nacional marcada para setembro, com essa direção. E, sem dúvida alguma, encabeçando a nova chapa para Presidente da República, que será composta pelo Senador Pedro Simon e pelo Governador Itamar Franco, dois grandes companheiros que, de mãos dadas, haverão de percorrer o Brasil, tendo V. Exª à frente do Partido para dizer que estamos aí, nas alegrias e nas tristezas e que vamos seguir, construindo um projeto alternativo para o País, sem dizer que vão mal o atual Presidente e o seu Governo. Não! Aliás, o PMDB, muitas vezes, oferece até condições de governabilidade, porque quer ganhar as eleições para um Governo que esteja de pé, indo bem e não caído. A melhor vitória é ganhar de alguém quem esteja de pé e não caído, massacrado. É este o desejo do PMDB: que o Governo siga bem. Se pudermos ajudar esposando as nossas teses sob o comando de V. Exª, ótimo. Cumprimento V. Exª ao analisar e sintetizar a tese do nosso PMDB em todo o Brasil.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Muito obrigado.

Nobre Senador, acolho e incorporo o aparte que veio enriquecer o meu pronunciamento. Congratulo-me também com V. Exª pela forma lhana, correta e idealista com que conduz o bravo e extraordinário PMDB catarinense.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, as pesquisas divulgadas essa semana são um alento importante. É o povo brasileiro nos apontando o rumo, indicando-nos o melhor caminho a seguir. O caminho onde poderemos, com humildade, transparência e muito trabalho, ao lado das forças progressistas da sociedade, fazer as mudanças que o País exige sem demora.

Foram esses sentimentos de alegria e esperança enormes que me trouxeram hoje a esta Tribuna, no encerramento dos trabalhos do primeiro semestre. Com o objetivo de registrar aos companheiros de Partido e à sociedade brasileira a mensagem de otimismo do PMDB.

Se, por um lado, os problemas se avolumam, por outro, existem homens e mulheres pensando e trabalhando duro para mudar essa realidade. Entre eles, certamente estão o Governador Itamar Franco e o Senador Pedro Simon.

O Sr. Nova da Costa (PMDB - AP) - Permite-me um aparte, Senador?

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Nobre Senador , permita-me apenas concluir o meu raciocínio.

Certamente está o PMDB que, em 2002, estará colocando sua proposta de governo à apreciação do Brasil.

E, quem sabe, com o apoio da valorosa gente brasileira, assumindo de fato o poder para implantar um projeto de governo arrojado, que irá nos levar a viver novamente num verdadeiro tempo bom para o Brasil.

Concedo um aparte, com muita satisfação, ao nobre Senador Nova da Costa.

O Sr. Nova da Costa (PMDB - AP) - Eminente Senador Maguito Vilela, o PMDB foi o Partido ao qual me filiei quando estava no Amapá, oportunidade em que recebi integral apoio do Dr. Ulysses Guimarães. Nobre Senador, quero aqui também enaltecer a referência feita pelo Senador Ademir Andrade com relação ao ex-Presidente José Sarney que, na primeira etapa do seu Governo, conseguiu fazer cerca de 22 Governadores pelo PMDB. Parabenizo V. Exª por resgatar a tradição do PMDB. Em seu pronunciamento, V. Exª também resgata o desejo de todos nós, qual seja, o de que o PMDB conduza uma linha de ação que, de fato, venha a representar uma atividade que chegue aos mais longínquos recantos do País, sob o comando de quem confia em melhores condições de vida para o nosso povo. Portanto, acompanhei, com atenção, as viagens de V. Exª. Desejo, sinceramente, sucesso tanto ao eminente Senador Pedro Simon quanto o Governador de Minas, Itamar Franco. É preciso recordar que Itamar Franco é um homem sério e que deixou o Governo com o melhor índice de aceitação. Não podemos ter uma democracia de hegemonias, temos que abrir espaços para que os demais Partidos apresentem os seus candidatos, os seus programas, para que o povo possa decidir. Parabenizo-o por suas colocações. Hoje, o Senado, ao encerrar suas atividades, deixa esse marco para que o PMDB, que é o Partido que tem a maior base de diretórios municipais, é, portanto, um Partido de base. Estamos atentos para levarmos os benefícios estruturais ao homem e que eles se integrem à sua dignidade de vida.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Agradeço e incorporo também o aparte do Senador Nova da Costa, do querido Estado do Amapá. Mesmo tendo chegado há pouco tempo, V. Exª já deu o seu testemunho e já disse a que veio, trazendo muitas idéias, a sua experiência, o seu equilíbrio, a sua sabedoria, a sua inteligência, contribuindo, realmente, com muitas luzes para com esta Casa.

Sr. Presidente, ontem em uma reunião de Governadores, o Governador Jarbas Vasconcelos, do PMDB de Pernambuco, em um encontro realizado no Palácio de Ondina, criticou o Senador Maguito Vilela, do PMDB de Goiás, que defende a ruptura do PMDB com o Governo.

Disse o Governador Jarbas Vasconcelos que, para ser ético, o Senador Maguito Vilela deveria entregar todos os cargos que tem, inclusive em seu Estado. Depois, então, S. Exª pode sair e fazer campanha para o ex-Presidente Itamar Franco.

Quero dizer, com todo o respeito pelo Governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, que sou ético realmente. Não tenho um cargo sequer no Governo Federal, não tenho um cargo sequer no governo do meu Estado e nunca pedi ao Presidente da República um cargo sequer, e Sua Excelência é testemunha disso. Nunca! Nunca fiz política com fisiologismo, com clientelismo e com oportunismo. Sempre fiz e faço política com muito idealismo.

Sr. Governador, entendo que ser aético é ser do PMDB e lançar candidato do PSDB à Presidência da República - aí, sim, é ser aético -, e, principalmente, querendo ser o candidato a Vice-Presidente da República de outro Partido. Não, Governador! Vamos lutar pelo PMDB, dentro do PMDB, com o PMDB. Vamos depurar este Partido, vamos fazer deste Partido o melhor Partido do Brasil.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, as minhas palavras finais são de desejo que todos tenham um belíssimo recesso, que todos possam dar assistência às suas bases e continuar discutindo os problemas do nosso Brasil. Esperamos que, em agosto, possamos trazer muitas soluções para o nosso País e para a nossa gente.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/06/2001 - Página 14604