Discurso durante a 86ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SR. PLINIO RAMOS COELHO, EX-DEPUTADO ESTADUAL, EX-DEPUTADO FEDERAL, EX-GOVERNADOR, ADVOGADO, JORNALISTA E PROFESSOR, FALECIDO NO ESTADO DO AMAZONAS.

Autor
Bernardo Cabral (PFL - Partido da Frente Liberal/AM)
Nome completo: José Bernardo Cabral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SR. PLINIO RAMOS COELHO, EX-DEPUTADO ESTADUAL, EX-DEPUTADO FEDERAL, EX-GOVERNADOR, ADVOGADO, JORNALISTA E PROFESSOR, FALECIDO NO ESTADO DO AMAZONAS.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2001 - Página 15577
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PLINIO RAMOS COELHO, POLITICO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA.

           O SR. BERNARDO CABRAL (PFL - AM. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com profunda tristeza que ocupo a tribuna do Senado para registrar este infausto acontecimento.

A morte de Plínio Ramos Coelho, ocorrida ontem na cidade de Manaus, deixa o nosso Estado empobrecido devido à figura humana e política que ele representou, primeiramente para uma mocidade mal saída dos bancos da Faculdade de Direito. Plínio foi jornalista dos mais competentes, advogado militante. Elegeu-se Deputado Estadual pela Assembléia Legislativa do Amazonas e, ali, à época da redemocratização do País, foi constituinte e mais tarde Deputado Federal.

Elegeu-se Governador numa campanha em que não havia sequer as mínimas condições financeiras. Tinha ele, então, 35 anos. Todos nós o acompanhamos - universitários, alunos da Faculdade de Direito - numa campanha que tinha como lema “O Tostão Contra o Milhão”. Plínio conseguiu derrotar uma oligarquia política que, ao longo dos anos, vinha tomando conta do nosso Estado. Encontrou uma circunstância altamente desfavorável, com o funcionalismo atrasado, leprosos na rua e apenas - se o valor fosse hoje atualizado - pouco mais de R$2 mil nos cofres públicos.

Criou o que se chamou Novo Amazonas. Saneou as finanças públicas. A sua Lei nº 5 ficou famosa porque foi possível pagar todos os compromissos e confiar na juventude que ele chamou para os seus quadros.

Imagine, Sr. Presidente, que, aos 25 anos de idade, fui nomeado Chefe de Polícia do Estado do Amazonas a convite de Plínio Coelho. Aos 26 anos, ele repetiu o convite, convidando-me para ser Secretário do Interior da Justiça. Àquela altura, também fez ele Prefeito de Manaus - a nomeação era feita diretamente pelo Chefe do Executivo - o então jovem assessor Gilberto Mestrinho, hoje Senador da República, que aqui não se encontra porque teve de comparecer à última homenagem àquele nosso amigo, uma vez que não me pude deslocar. Falo, portanto, em nome de nós dois, Sr. Presidente.

A matriz política que me levou até hoje às funções mais altas iniciou-se com o Governador Plínio Coelho. Sei que o Estado do Amazonas dificilmente terá outro Governador da sua estirpe intelectual e moral. Além de advogado, escritor, também era poeta com várias obras publicadas. Plínio deixa, sem dúvida nenhuma, uma grande saudade para o povo amazonense.

Por isso, Sr. Presidente, em meu nome e também em nome do Senador Gilberto Mestinho, solicito a V. Exª e aos meus eminentes pares que aprovem este requerimento e que, na forma regimental, a homenagem de profundo pesar seja levada à família enlutada, à Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, ao Governo do Estado do Amazonas e à Academia Amazonense de Letras, a fim de que, um dia, os pesquisadores notem que não passou em branco uma homenagem a quem tanto merecia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2001 - Página 15577