Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESCRITOR JORGE AMADO, OCORRIDO ONTEM, EM SALVADOR/BA.

Autor
Paulo Souto (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Paulo Ganem Souto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESCRITOR JORGE AMADO, OCORRIDO ONTEM, EM SALVADOR/BA.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2001 - Página 15883
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JORGE AMADO, ESCRITOR, ESTADO DA BAHIA (BA).

O SR. PAULO SOUTO (PFL - BA. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, baianos de todas as cores, de todas as raças, de todos os partidos políticos tiveram, talvez, a partir de ontem às 10h, o seu momento mais triste ao entrarem no Palácio da Aclamação. Lá estávamos todos recebendo o corpo de Jorge Amado para a última homenagem que os baianos e os brasileiros lhe prestariam. Ali, o abraço afetuoso em Zélia, em João Jorge, em Paloma, em James, enfim, em todos os seus familiares representava o abraço que, sem dúvida, todos os brasileiros e baianos gostariam de dar para demonstrar sua tristeza.

Mas, se é verdade que aquele era um momento triste para todos nós, não deixa também de ser verdade que a morte de Jorge Amado não invalida as passagens de sua vida. Jorge Amado não é um imortal apenas porque pertencia à Academia Brasileira de Letras. O que o imortaliza, sem dúvida, é a riqueza de sua obra, são os personagens que ficaram populares no rádio, na televisão e no cinema, tornando sua obra conhecida de todos os brasileiros e também além de nossas fronteiras.

Ontem alguém dizia, com muita propriedade, que a literatura brasileira realmente não seria conhecida no estrangeiro não fora a obra desse grande brasileiro e grande baiano.

A sua generosidade e a sua doçura foram forjadas no seu convívio com os baianos. Ele representava bem o que chamamos de sentimento de “baianidade”. Ninguém o representava como ele. E ele conseguiu reproduzi-lo nos seus livros e na sua obra.

Por isso, nós que presenciamos, ontem, aquele momento de tristeza - falo aqui também em nome do Senador Waldeck Ornélas - dirigimo-nos ao Senado Federal para dizer que consideramos justas todas essas manifestações de pesar, que, certamente, serão encampadas pela grande maioria dos Senadores aqui presentes.

Dessa forma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Bahia se sente contristada. A Bahia sente que perdeu um grande filho, um grande brasileiro. Nós, da Bahia, não perdemos apenas o escritor que honrou o Brasil, mas perdemos um filho ilustre, perdemos um grande amigo, aquele que imortalizou, por intermédio de seus personagens, o nosso Estado, e levou para todo o mundo as paisagens mais diversificadas da nossa querida Bahia.

Por isso, estamos aqui, hoje, participando, juntamente com o Senado Federal, desse momento de tristeza, mas certos de que a obra deixada por Jorge Amado vai imortalizá-lo, será reproduzida para sempre e deixará um grande exemplo desse baiano e brasileiro que soube honrar o nosso País.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2001 - Página 15883