Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESCRITOR JORGE AMADO, OCORRIDO ONTEM, EM SALVADOR/BA.

Autor
Amir Lando (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Amir Francisco Lando
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESCRITOR JORGE AMADO, OCORRIDO ONTEM, EM SALVADOR/BA.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2001 - Página 15888
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JORGE AMADO, ESCRITOR, ESTADO DA BAHIA (BA).

O SR. AMIR LANDO (PMDB - RO. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não poderia deixar, neste momento, de registrar o profundo pesar não só do Estado de Rondônia, mas de toda a Nação pelo desaparecimento de Jorge Amado.

Aos seus familiares, os nossos votos de pesar.

Sr. Presidente, Jorge Amado, neste momento, deve estar diante do Criador, levando na bagagem essa produção imortal - e, diante de Deus, talvez, todas as suas angústias - poderá ele desfiar e ser muito mais feliz do que nós que ainda permanecemos com o mesmo sofrimento e a mesma dor de um povo que ele soube pintar com mestria, com beleza, com a estética e com a estrutura com que a palavra consegue encantar a todos.

Exatamente agora, quando ele sai do nosso convívio, poderíamos relembrar a idéia de Michelangelo, que, diante da morte, afirmou: “morrer: não ser nada; não ser mais ninguém; despojar-se da fascinação de si próprio”.

É esse vazio que o artista deixa de si mesmo, mas não de sua obra, porque ela há de desfiar os séculos. Com ele vai sobreviver a cultura nacional. Jorge Amado faz parte do grande acervo da memória deste País. Não tenho dúvidas de que sua obra sobreviverá para mostrar às gerações vindouras o que foi o retrato de um Brasil, sobretudo o dos excluídos, o Brasil de um povo que ainda tem esperança e sonha um dia ser feliz. Essa a mensagem que encontro na obra de Jorge Amado. Apesar de todas as mazelas da vida, das dificuldades, o homem tem ainda um projeto de felicidade.

É por isso que, nesta hora, ao dizer que a imortalidade não só o acompanhará, mas também o Brasil pelos séculos afora, porque essa literatura será lida e revivida, pois Jorge Amado encenou o Brasil para o mundo inteiro e para os brasileiros. É isso que fica na nossa memória; é isso que fica naquilo que reverenciamos.

O artista não morre. A arte sobrevive a todos nós, e há de sobreviver Jorge Amado com ela.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2001 - Página 15888