O SR. JOSÉ COÊLHO (PFL - PE. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não sei se devo falar como pernambucano ou como filho da Bahia, porque, desde cedo, eu pegava o trem que saía de Juazeiro, na Bahia, para Salvador, onde concluí o ginásio e o meu curso superior. Portanto, sou baiano por formação e pernambucano por nascimento.

Sr. Presidente, participei de todas as lutas acadêmicas que se desenvolveram desde 1934 a 1946, quando terminou a II Guerra Mundial. Convivi com os estudantes e com Jorge Amado, não na sua intimidade familiar, mas como companheiro de luta, naquela oportunidade em que se imaginava sair do Estado Novo para o regime democrático.

Jorge Amado foi cantado e decantado por todos os oradores que me antecederam, os quais descreveram a sua imagem de cidadão perfeito, completo e de uma inteligência que vai fazer falta à Bahia e ao Brasil. Jorge Amado era um homem humilde, um homem extraordinário, de uma visão espetacular. Poucos homens neste País foram tão próximos dos humildes como Jorge Amado. Nesta oportunidade, como baiano, não poderia deixar de dar uma palavra, quando um grande manto negro cai sobre a Bahia, deixando os baianos todos entristecidos e chorando.

A Bahia perde uma grande figura. Certamente que os baianos vão venerar a sua inteligência, a sua vivacidade, o seu contágio, enfim, todas as qualidades extraordinárias que ele possuía. E nós, que hoje estamos aqui, entristecidos, haveremos de, também, juntar tudo isso em favor dessa figura extraordinária, transferindo à sua família os nossos sentimentos, os nossos pesares, na certeza de que tudo o que estamos fazendo é menos do que Jorge Amado merecia.

Muito obrigado.