Discurso durante a 90ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

EXPECTATIVA QUANTO A CONTINUIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL DE TRES LAGOAS, EM MATO GROSSO DO SUL, DIANTE DO RACIONAMENTO DE ENERGIA ELETRICA. POTENCIAL TURISTICO DO MUNICIPIO DE BONITO/MS.

Autor
Pedro Ubirajara (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Pedro Ubirajara de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL. TURISMO. HOMENAGEM.:
  • EXPECTATIVA QUANTO A CONTINUIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL DE TRES LAGOAS, EM MATO GROSSO DO SUL, DIANTE DO RACIONAMENTO DE ENERGIA ELETRICA. POTENCIAL TURISTICO DO MUNICIPIO DE BONITO/MS.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2001 - Página 16378
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL. TURISMO. HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • APREENSÃO, DIFICULDADE, INDUSTRIALIZAÇÃO, CRISE, ENERGIA ELETRICA, REGISTRO, SITUAÇÃO, MUNICIPIO, TRES LAGOAS (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, GOVERNO, ALTERAÇÃO, PLANO, RACIONAMENTO, SETOR, INDUSTRIA.
  • AGRADECIMENTO, LINDBERG CURY, SENADOR, ELOGIO, MUNICIPIO, BONITO (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), COMENTARIO, DESENVOLVIMENTO, TURISMO.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, MUNICIPIO, AQUIDAUANA (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).

O SR. PEDRO UBIRAJARA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, faço uso desta tribuna para, em primeiro lugar, agradecer a V. Exª, Sr. Presidente, a delicadeza que teve em me convidar para presidir a mais alta Corte legislativa do País enquanto V. Exª falava à Nação.

Em segundo lugar, Sr. Presidente, parabenizo V. Exª, o Senador Romero Jucá e a Senadora Marluce Pinto pelo alcance que vai produzir ao Estado de Roraima a energia elétrica em excesso. Isso se dá graças à administração deste País por parte de um homem ilustre, um homem compreensivo, um homem que, talvez, afora Juscelino, esteja mais dentro do coração dos brasileiros pela responsabilidade, neste momento por que passa o Brasil, de corresponder, com sua cultura, paz de espírito e solidariedade, aos anseios dos Estados e de todos os brasileiros.

Há pouco, Sua Excelência o Senhor Presidente da República esteve no meu Estado por duas vezes. Visitou a República da Bolívia, trazendo de lá o gás para suprir as usinas energéticas termelétricas do nosso País, que se encontra em regime de contenção de despesas com relação a esse tipo de energia, a hidrelétrica.

Nós, que pertencemos a um Estado eminentemente agropecuário como Mato Grosso do Sul, temos ao longo da fronteira dos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais, no chamado bolsão sul-mato-grossense, uma zona de florescimento de novas indústrias, de novos parques industriais. No entanto, no momento em que se implantam essas indústrias - e temos exemplo em Três Lagoas - enfrentamos esse problema da energia elétrica gerada pelas hidrelétricas, ou seja, há um retrocesso já no início, assim como acontece com a saúde em relação à natalidade e à perinatalidade neste País.

Não se pode deixar morrer, no início, indústrias vicejantes e importantes para a economia do Mato Grosso do Sul como está acontecendo em Três Lagoas. E cito como exemplo, Sr. Presidente, o caso de uma indústria têxtil que utiliza máquinas importadas da Alemanha, Holanda - máquinas de primeira geração - e que há três anos mais ou menos vem sendo implantada em Três Lagoas. Ao pedir o seu alvará de licença, colocou em seu projeto uma determinada quantia de energia que iria consumir após a fábrica começar os seus trabalhos, a sua produção. Responsável por grandes financiamentos internacionais, responsável pelo financiamento do FCO, esse industrial, no momento em que liga as suas máquinas, é solicitado a diminuir o seu consumo de energia elétrica.

Não tiro a razão das autoridades competentes, mas tenho me empenhado bastante para que essas autoridades olhem com um pouco mais de carinho para esse setor que começa a nascer. Há pouco mais de um mês fiz uma solicitação ao Sr. Ministro das Minas e Energia no sentido de que não deixássemos morrer, no nascedouro, a indústria que começa a aumentar a economia combalida da agropecuária no Estado de Mato do Sul.

Estamos certos de que a medida é correta, mas temos uma denúncia a fazer, Sr. Presidente, da mais alta gravidade: na medida em que aumenta a distância das fontes fornecedoras, paga-se maior quantia pelo preço dos combustíveis, do cigarro, dos insumos para a agricultura e a pecuária, etc. Assim também acontece ao solicitarmos a implantação de uma termelétrica no Município de Anastácio, ao lado do Município de Aquidauana: vimos que o mais impossibilita o pedido é o custo do gás, que tem o mesmo preço ao sair da Bolívia e ao chegar no Rio Grande do Sul. V. Exª falou da energia elétrica seu Estado. Graças ao último arranjo que fez Sua Excelência, o Presidente da República, a energia virá da Venezuela. Ao contrário disso, o roraimense tem que pagar três vezes mais pelo mesmo produto, que é o preço cobrado pela Eletronorte.

Precisamos equacionar nossa economia em termos de regionalização para que não venhamos a sofrer a imposição dos preços caros que vêm dos Estados mais desenvolvidos. Chegando essas indústrias em nossas localidades, poderemos ter um custo de vida mais baixo para o nosso povo.

Depois desse alerta e da solicitação no sentido de que se olhe com mais cuidado o problema da energia elétrica, quero dizer a V. Exª, Sr. Presidente, que as sobras de energia de uma indústria, adquiridas por outra a fim de suprir as suas necessidades emergenciais, deveriam ser compradas em uma bolsa, tipo bolsa de valores, o que encarece em mais de 1.000% o custo do quilowatt. Isso quer dizer que se uma indústria como a Nelitex Sul Três Lagoas fechasse a empresa e vendesse a sua cota de energia, teria mais lucro do que se funcionasse utilizando a energia disponível. Porém, não podemos nos esquecer de que o fato de parar uma indústria significa, muitas vezes, aquilo que o Senador Lúdio Coelho falou: o desemprego. O brasileiro não é mendigo, não quer, portanto, esmola, e sim trabalho. Todo homem tem dignidade e precisa de um emprego que lhe propicie uma vida digna, para que possa espalhar essa dignidade à sua família e aso seus descendentes.

Por último, Sr. Presidente, quero olhar para o meu Estado, Mato Grosso do Sul, para a minha cidade, para a cidade de Bonito e agradecer ao Senador Lindberg Cury pelos elogios tecidos àquela terra e à cidade de Bonito. Digo a S. Exª que, somente se for visitá-la, poderá ver o quanto significa essa cidade para o turismo nacional e internacional. São grandes hotéis, grandes rios e um grande povo. É a natureza em festa e, como disse, um verdadeiro aquário em termos de recursos hídricos e de fauna ictiosa. O Município de Bonito destacou-se de longe, despontando no Mato Grosso do Sul e no mundo como Município interiorano de maior poder de turismo.

Através do Prefeito Municipal, Sr. Felipe Orro, envio minhas congratulações à cidade de Aquidauana, cidade centenária que fez história. Inclusive, veio dela um Presidente desta Casa, o ex-Senador José Fragelli, o qual se sentou na cadeia do Senhor Presidente da República por alguns dias. Grandes políticos saíram de Aquidauana para o Governo do Estado e, de lá, para o Governo Federal, para o importante cenário da política nacional. Queremos parabenizar nossa cidade pelo seu aniversário, queremos parabenizar o Sr. Prefeito da cidade de Bonito, Sr. Geraldo Alves Marques, pelo elogio que lhe teceu o Senador Lindberg Cury, do Distrito Federal. Queremos também agradecer V. Exª, Sr. Presidente, pela educação, pela gentileza, pelo coleguismo pela oportunidade que meu deu de, nesta tribuna, começar a me soltar em um ambiente tão diferente do nosso, de V. Exª e meu, que é uma ambiente de hospital, de clínica, de plano de saúde familiar, inclusive desse grande plano de saúde do Ministro José Serra.

Muito obrigado e que Deus o abençoe na sua carreira, na sua vida, na sua família.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2001 - Página 16378