Pronunciamento de Eduardo Siqueira Campos em 15/08/2001
Discurso durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
REGISTRO DOS INVESTIMENTOS DO ESTADO DO TOCANTINS PARA DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA DO TURISMO E ECOTURISMO.
- Autor
- Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
- Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
TURISMO.:
- REGISTRO DOS INVESTIMENTOS DO ESTADO DO TOCANTINS PARA DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA DO TURISMO E ECOTURISMO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/08/2001 - Página 17174
- Assunto
- Outros > TURISMO.
- Indexação
-
- REGISTRO, DADOS, CRESCIMENTO, TURISMO, MUNDO, NECESSIDADE, AUMENTO, PRIORIDADE, BRASIL, EXPLORAÇÃO, PATRIMONIO TURISTICO, BIODIVERSIDADE, ATRAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, CRIAÇÃO, EMPREGO.
- REGISTRO, ATUAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, BENEFICIO, TURISMO, ECOLOGIA, ESTADO DO TOCANTINS (TO), INCENTIVO, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no mundo contemporâneo, uma das atividades econômicas que mais prospera é a denominada indústria do turismo, que movimenta, em todo o mundo, bilhões e bilhões de dólares.
Em consonância com estimativas da Organização Mundial do Turismo, com sede em Madri, Espanha, a indústria em questão deverá triplicar até o ano de 2020, e deverá incluir um bilhão e seiscentos milhões de turistas, que gastarão nada mais e nada menos do que dois trilhões de dólares anuais!
O turismo é responsável, segundo a OMT, por mais de duzentos e trinta milhões de postos de trabalho diretos e indiretos, com possibilidade concreta de serem criados mais cem milhões, até o ano de 2010.
Alguns países, Sr. Presidente, obtêm uma renda excepcional com a indústria do turismo. Já o ano de 1997, a Espanha, por exemplo, tornava-se a segunda maior potência turística do mundo, com uma arrecadação, naquele ano, de dezoito bilhões de dólares, ficando somente atrás dos Estados Unidos.
Por esses dados, Sr. Presidente, é fácil concluir que a indústria do turismo, hoje, no mundo, é uma das mais importantes produtoras de riquezas, além de recrutar uma quantidade significativa de mão-de-obra.
Ora, em face disso, é evidente que, no Brasil, o turismo, e, particularmente, o ecoturismo deveria ser uma absoluta prioridade nacional.
A riqueza incomensurável da biodiversidade brasileira, a Amazônia, o Pantanal, as Cataratas do Iguaçu, as Ilhas do Bananal e do Marajó, as Chapadas Diamantina, dos Guimarães e dos Veadeiros, o Jalapão, os milhares de quilômetros de belíssimas praias, a culinária, a música e a cultura brasileira geral, todos esses fatores fazem do Brasil um autêntico paraíso turístico, e, especialmente de turismo ecológico.
No entanto, e temos de ser absolutamente sinceros a esse respeito, todos esse imenso patrimônio turístico é completamente subaproveitado. Algumas ilhotas do Caribe, e cidades como Cancún e Orlando recebem muito mais turistas do que o Brasil inteiro.
É claro, não podemos fazer a injustiça de não reconhecer que a EMBRATUR vem procurando atrair mais turistas internacionais para o País mas, diante de nossas potencialidades, os resultados são ainda pífios, ou, para dizermos o mínimo, tímidos.
Em verdade, com as constantes desvalorizações do real, o País ficou muito mais barato para os turistas estrangeiros. Assim, é preciso aproveitar essa oportunidade em benefício do desenvolvimento da indústria do turismo, pois, além de bilhões de dólares, poderemos afastar do flagelo do desemprego milhões de trabalhadores que, hoje, estão à margem do mercado de trabalho.
É fundamental, por conseguinte, que o Poder Público promova, no Exterior, uma divulgação muito mais agressiva das atrações turísticas nacionais, e que sejam criados novos estímulos ao desenvolvimento do turismo, o que implica em investimentos em infra-estrutura, hotelaria, formação de mão-de-obra, dentre outros.
Como disse, há algum tempo, o jornalista Hélio Fraga, o “turismo é nossa tábua de salvação”, pois só esse segmento da economia pode multiplicar empregos e arrecadação em poucos meses e anos.
A esta altura, Sr. Presidente, queremos ressaltar que, no contexto nacional, o nosso Estado do Tocantins oferece um extraordinário potencial ecoturístico, e a administração estadual vem adotando todo um elenco de providências para agilizar esse setor da economia.
Foram criados pólos turísticos, como os do Jalapão, das Serras dos Tocantins, das Termas e Serras Gerais, do Encontro das Águas, dos Lagos do Cantão e da Ilha do Bananal.
Com isso, objetiva-se investir com maior racionalidade em empreendimentos turísticos regionais, com fundamento em critérios ecossistêmicos, a fim de que haja um desenvolvimento sustentável do turismo, com preservação do meio-ambiente.
Além disso, recentemente, foi lançado o Selo Estadual de Qualidade Turística, que objetiva alterar, para melhor, o método de gestão dos Municípios tocantinenses no setor, a fim de que haja aproveitamento adequado das riquezas naturais e investimentos nas áreas de cultura, pesca, atividades místico-religiosas e outros segmentos de interesse do turismo.
Receberão esse selo os municípios avaliados a partir deste semestre e que atendam a alguns critérios de pré-qualificação como serem destinos turísticos e disporem de órgão oficial de turismo.
Consoante informações prestadas pela Secretária de Turismo do Estado, Nara Rela, o selo de qualificação colocará o Tocantins no contexto das recomendações da EMBRATUR, proporcionando aos turistas melhor qualidade de atendimento. Os próprios Municípios buscarão suas potencialidades turísticas, com o engajamento da comunidade e com recursos para a formação de mão-de-obra especializada.
Sr. Presidente, é com incontido orgulho, por conseguinte, que registramos que, mais uma vez, o Estado do Tocantins vem dando um positivo exemplo a todo o País no sentido de investir na indústria do turismo, particularmente no ecoturismo e no turismo de aventura, buscando uma qualidade melhor a ser oferecida aos visitantes e, em conseqüência, dinamizando as atividades nesse segmento, que implicam em maior arrecadação, em formação de mão-de-obra e em abertura de vagas no mercado de trabalho.
Que esse exemplo frutifique, e que possa o Brasil, efetivamente, transformar-se num importante pólo de turismo internacional.
Era o que tínhamos a dizer. Muito obrigado.