O SR. PEDRO UBIRAJARA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, antecipo-me à convocação de V. Exª para, no dia 20, homenagear a Maçonaria. Em virtude de não poder estar presente nessa sessão, solicito a V. Exª e aos meus pares essa permissão.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, na próxima segunda-feira, 20 de agosto, estaremos comemorando o Dia do Maçom. Neste momento, não poderia deixar de dizer algumas palavras em homenagem à respeitável instituição e aos homens que a compõem, que têm inscrito seus nomes em momentos de crucial importância em nossa história.

            Originando-se diretamente das corporações de mestres da Idade Média, a Maçonaria sempre manteve, ao longo de seu desenvolvimento histórico, algumas características essenciais daquelas organizações. Vale lembrar que as corporações de mestres, além de seus interesses estritamente profissionais, ocupando-se de garantir a continuidade do saber por meio da relação entre seus membros, dedicavam-se também a outras atividades essenciais para a vida do homem em sociedade - atividades religiosas, caritativas e culturais. Revestiam-se também de um claro caráter iniciático, que se transmitiu, igualmente, ao longo dos anos, para a Maçonaria, inspirando sua estrutura e seus rituais.

No Brasil, o movimento maçom tem seu início em 1797, com a instituição da Loja Cavaleiros da Luz em Salvador, na Bahia. Muitas outras lojas foram abertas nos anos seguintes. Já em 1822, em 17 de junho, três meses apenas, portanto, antes da Declaração da Independência, elas se unificaram sob a liderança do Grande Oriente Brasileiro, que teve como um de seus primeiros dirigentes José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência.

Seja como instituição, seja por meio da ação de seus membros, a Maçonaria esteve, desde os seus inícios, comprometida com os rumos da sociedade brasileira, defendendo as teses e bandeiras que representavam, em cada momento histórico, os interesses mais relevantes de todo o povo brasileiro. É conhecida sua participação, por exemplo, no movimento pela Independência, na Abolição da Escravatura, na instauração da República. A atuação de eminentes membros da Maçonaria é hoje reconhecida como fundamental para garantir o sucesso dessas importantes conquistas da Nação brasileira.

Em períodos mais recentes de nossa história, Sr. Presidente, não podem ser esquecidos os esforços desenvolvidos pelos maçons, ao lado de todo o nosso povo, em defesa das mais importantes lutas travadas em defesa do progresso do Brasil e de suas instituições democráticas. Refiro-me aqui, por exemplo, às lutas em defesa da anistia para os presos políticos e em favor da redemocratização, travadas todas as vezes em que formos infelicitados por governos ditatoriais e obscurantistas.

Tais lutas estão plenamente de acordo com os princípios básicos que regem a Maçonaria: liberdade, igualdade e fraternidade. Liberdade para os homens e os grupos sociais, para que possam desenvolver suas potencialidades. Igualdade de direitos e deveres entre os homens e os grupos, sem distinção de religião, raça ou nacionalidade. Fraternidade entre todos os homens, filhos do mesmo Criador, e fraternidade, também, entre todas as nações.

Esses elevados princípios é que têm favorecido a atração, para o seio da Maçonaria, de tantos homens ilustres, em todos os tempos e em todas as nações. Filósofos e escritores como Voltaire, Goethe e Victor Hugo. Músicos como Beethoven e Mozart. Militares como Napoleão e Garibaldi. Os mais importantes promotores da liberdade nas Américas foram, em sua quase totalidade, maçons: George Washington, nos Estados Unidos; San Martin, na Argentina; Bolívar, no norte da América do Sul; José Martí, em Cuba; e, no Brasil, o já citado José Bonifácio e o próprio Imperador Dom Pedro I.

É a obediência e a lealdade a esses princípios que nos faz ter a certeza de que a Maçonaria brasileira tem um largo caminho à sua frente e que saberá palmilhá-lo, como o fez até agora, ombro a ombro com o povo, construindo junto com ele um futuro pleno de solidariedade e justiça.

Ao finalizar este breve pronunciamento, quero, Sr. Presidente, referir-me com particular carinho à irmandade maçônica de meu Estado de Mato Grosso do Sul, cujas atividades ganham destaque através de suas instituições:

a)Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul - na pessoa do Grão-Mestre João Batista de Carvalho;

b)Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul, filiado ao Grande Oriente do Brasil - na pessoa do Eminente Grão Mestre Estadual Ossamu Kato;

c)Grande Oriente de Mato Grosso do Sul, membro da Confederação Maçônica do Brasil, na pessoa do Soberano Grão-Mestre Willian Atallah.

Corpos Filosóficos:

Soberano Grande Inspetor Litúrgico da Região de Mato Grosso do sul - Muxeque Chinzarian.

Há, no Estado de Mato Grosso do Sul, aproximadamente quatro mil maçons pertencentes às Três Potências regulares.

A Maçonaria atua na área educacional através da FUNLEC - Fundação Lowtons de Educação e Cultura, que possui principalmente os seguintes objetivos:

I - Criar, instalar e manter estabelecimentos de ensino de educação básica, superior e profissional, nos termos dos princípios consignados nas legislações respectivas;

II - Criar, instalar e manter centros de ensino, pesquisa, extensão e prestação de serviços à comunidade.

Atualmente, a FUNLEC possui onze escolas em Estado de Mato Grosso do Sul, sendo cinco delas em Campo Grande, com um total de 6.452 alunos.

Os cursos superiores da FUNLEC são oferecidos pelo Instituto de Ensino Superior, sediado em Campo Grande, capital do Estado, com faculdades de Pedagogia, Secretariado Executivo Bilíngüe, Biblioteconomia e Educação Física.

Está em tramitação no MEC - Ministério da Educação e Cultura - a criação de um Instituto de Ensino Superior na cidade de Bonito, com faculdades de Administração, com ênfase em Administração Rural, Turismo e Ecologia.

Há projeto de se criar um Instituto de Ensino Superior também em Três Lagoas e Aparecida do Taboado.

Com relação ao trabalho com os jovens, a Ordem de Molay é uma organização para jovens do sexo masculino com idade entre 12 e 21 anos que visa preparar o seu caráter, com base nas “7 virtudes cardeais”: Amor filial, Reverência pelas coisas sagradas, Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo. Em Mato Grosso do Sul existem 13 Capítulos, sendo 4 em Campo Grande. Essa Ordem, fundada em 1983, já iniciou em nosso Estado cerca de 2.100 jovens. Em todo o Brasil, já foram iniciados, aproximadamente, 45.000.

A Ordem das Filhas de Jó foi desenvolvida com a finalidade de formar o caráter moral, intelectual e espiritual das jovens com idade variando entre 11 e 20 anos incompletos. Em Mato Grosso do Sul, existe apenas um Bethel, localizado em Campo Grande. Foi fundado em 18 de novembro de 2000, sob o patrocínio do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul. Hoje é constituído por 50 garotas.

Apresento minhas especiais congratulações aos ilustres grão-mestres do meu Estado, Mato Grosso do Sul, prestando as minhas sinceras homenagens a todos os maçons sul-mato-grossenses, que têm sabido manter-se fiéis à gloriosa tradição histórica da Maçonaria, a seus rituais e a seus propósitos.

Aproveito especialmente para homenagear a Maçonaria pelo Dia do Maçom, que ocorrerá no próximo dia 20, e, em termos pessoais, enviar à minha Loja, Marechal Theodoro nº 2, cujo irmão, Murilo Luciano de Sousa, por meio dos seus trabalhos maçônicos, naturalmente saberá transmitir a eles tudo aquilo que foi dito por minha pessoa.

Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, muito obrigado, e que Deus nos abençoe.