Discurso durante a 96ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

HOMENAGEM A MAÇONARIA BRASILEIRA PELO DIA DO MAÇOM.

Autor
José Coelho (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: José de Souza Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A MAÇONARIA BRASILEIRA PELO DIA DO MAÇOM.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2001 - Página 17427
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, MAÇONARIA, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, HISTORIA, BRASIL.

O SR. JOSÉ COÊLHO (PFL - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Edison Lobão, demais dignatários da família maçônica aqui presentes e já nominados pelo Sr. Presidente e pelo companheiro Mozarildo Cavalcanti, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores, a maçonaria é uma instituição filantrópica, educativa, filosófica e pragmática. Carrega no bojo de tudo isto o aperfeiçoamento moral de humanidade em todos estes aspectos e tem como objetivo principal a liberdade, a igualdade e a fraternidade humanas.

Teve sua origem numa antigüidade bem remota. Já Moisés, o libertador do povo hebreu, pregava esses princípios básicos para a vida do seu povo. Também Platão, o grande filósofo da antiga Grécia, defendia estes princípios, como tantos outros filósofos, não esquecendo Zoroastro, na Pérsia; Menés, no Egito; e Buda, na Índia.

Em nosso País, vemos, pela história, a maçonaria participando de maneira eficiente e efetiva em nossa sociedade.

Embora não sendo maçom, respeito as realizações da Maçonaria em nosso País e exalto os feitos desta grande Ordem, tanto na contribuição histórica de nossa Nação como em seu dia a dia, pela ajuda filantrópica que tem prestado a hospitais, creches, escolas e asilos em todos os quadrantes do nosso País.

Ressalto que o Deputado Estadual, pela Bahia, Gercino Coêlho, meu irmão, prestou relevantes serviços à Loja Maçônica Harmonia e Amor, em Juazeiro, no Estado da Bahia. Em Petrolina, minha terra natal, é de maior justiça que se proclame os trabalhos mais relevantes na pessoa do empresário Luiz Leite Filho, que, por sua atuação brilhante, alcançou o grau de Cavalheiro da Ordem da Rosa.

Acabo de receber do Grão-Mestre de meu Estado, o Professor Antônio do Carmo Ferreira, um livro valioso que historia a Maçonaria Revolucionária no Brasil, desde 1796, quando foi implantado o Areópago de Itambé pelo frade carmelita Manoel Arruda da Câmara, loja por intermédio da qual se deu a entrada da Maçonaria no Brasil.

Nesse livro, podemos encontrar os antecedentes justificativos deste grande e significativo evento, com o qual homenageamos a ordem maçônica e todos os seus integrantes, dos quais muitos participam das duas Casas do Congresso.

Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, a Independência do Brasil - isso é fato pacífico - foi obra da engenharia política da maçonaria, que insistia, então, em dar uma pátria aos brasileiros. Mas se os sonhos estiveram com os maçons inconfidentes das Minas Gerais, a crua realidade do despertar esteve com os maçons pernambucanos, que fizeram a Revolução de 1817, implantadora da República que durou setenta e cinco dias, com constituição e ministério, ao término da qual sacrificaram toda uma geração formada em Coimbra (Portugal), em Montpellier (França) e no Seminário de Olinda.

O Padre Dias Martins, escrevendo o livro “Mártires Pernambucanos”, recorda o Grão-Mestre Antônio do Carmo, elenca centenas de homens ilustres, sacrificados na luta por uma pátria para os brasileiros, dentre eles os maçons Padre Roma, Padre Miguelinho, Padre João Ribeiro, Frei Caneca e outros.

A vida é uma oficina de sonhos, como nos ensina o dramaturgo espanhol Calderon de La Barca, que se consagra quando o sonhador é capaz de convertê-los em realidade, como aconteceu com os maçons brasileiros de Pernambuco. A independência que veio em 1822 já se havia tornado irreversível com a Revolução Pernambuco de 1817, relembrada nas memoráveis sessões da maçonaria de Gonçalves Ledo, Cônego Januário da Cunha, José Bonifácio, no Rio de Janeiro, e que, neste dia 20 de agosto, comemoramos com tanta satisfação.

Estou deveras satisfeito ao usar esta tribuna, em nome do meu Estado, nesta comemoração pelo Dia do Maçom.

Muito obrigado. (Palmas)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2001 - Página 17427