O SR. ROBERTO REQUIÃO (PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - “Conhecerás a verdade, e a verdade vos libertará”. Essa é uma máxima bíblica.

Nesta tarde de segunda-feira, chamo a atenção dos historiadores, sociólogos e jornalistas responsáveis do Brasil para uma situação na qual vejo um nexo de causa e efeito. Refiro-me, inicialmente, ao caso Sivam, com as famosas gravações do Embaixador Júlio César. Onde ele está hoje? Representante do Brasil na FAO, em Roma, em um palácio maravilhoso, nomeado pelo Presidente da República.

Em seguida, refiro-me ao escândalo dos Bancos Marka e FonteCindam. Onde está a Srª Tereza Grossi? Ela é Diretora do Banco Central, com a complacência desta Casa. Nesse caso, havia um procurador do Banco Central, figura de terceira linha, nenhuma importância jurídica, nenhum conhecimento notório do Direito, mas que dava pareceres oportunos. E deu um parecer oportuníssimo a respeito dos Bancos Marka e FonteCindam. Depois da Tereza Grossi, o Presidente da República indica esse Procurador, José Coelho Ferreira, para ocupar um cargo de Ministro no Superior Tribunal Militar. Não houve influência de terceiros. Esse obscuro Procurador recebe essa honraria como um prêmio por ter ajudado o Governo no caso do Banco Marka-FonteCindam, seguramente por ter sido um dos operadores da chantagem sofrida pelo Senador Jader Barbalho - um rol imenso de acusações contra o Senador no Pará e um parecer que o desonerava, mantendo uma espada de Dâmocles, uma lâmina de guilhotina sobre o pescoço do Senador, que, dessa forma, era constrangido a ter boa vontade com o Governo Federal.

Tanto no caso do Banco Marka-FonteCindam quanto no caso do parecer do Senador Jader Barbalho, o Procurador foi o mesmo, José Coelho Ferreira, e hoje o Presidente da República, na sua cota pessoal, indica essa obscura figura da burocracia federal para um cargo de Ministro do Superior Tribunal Militar. Prestem atenção os sociólogos e os historiadores, porque o Presidente da República está escrevendo parte da história do Brasil e assinando embaixo sua declaração de responsabilidade pessoal em tudo que o está acontecendo.

Espero, Sr. Presidente, que desta vez o Senado da República se levante e que esse cidadão - se for confirmado pelo Senado Federal, certamente não tomará posse no Superior Tribunal Militar, porque os dignos Ministros não lhe darão posse - seja barrado no Senado, já que não o foi o Júlio César, porque aqui não passou, e foi a D. Tereza, por interferência pessoal do Presidente.

Não sei se V. Exª se lembra do ex-Senador José Roberto Arruda com o telefone celular na mão, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, aproximando-se de cada um dos Senadores e dizendo: “Fale aqui com o Presidente, Sua Excelência quer fazer um pedido a você.” Assim foi nomeada a Tereza Grossi.

Já não temos mais José Roberto Arruda. Espero que o Senado resista a essa barbaridade que manchará a história do STM se se concretizar.

Era essa a notícia, Sr. Presidente.