O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governo catarinense anuncia, em grande estilo, que conseguiu lograr sucesso com relação ao pagamento do saldo da dívida que o governo passado tinha para com os servidores estaduais. O governo passado, que pertence ao meu Partido, por injunções diversas, não conseguiu deixar em dia a folha de pagamento dos servidores públicos do meu Estado, fato que, obviamente, lamentamos.

            Agora, o atual Governo, depois de praticamente três anos, ao quitar esse saldo, anuncia, em grande pompa, a todos os cantos do meu Estado, esse fato, como se fosse uma grande boa-nova, uma grande conquista.

            Entretanto, trago uma preocupação a esta Casa. Ao longo da história catarinense, os governos do meu Estado, até fins de 1998, concretizaram uma dívida pública de cerca de R$4 bilhões, enquanto o atual Governo, em dois anos e meio, praticamente dobrou os compromissos do meu Estado.

            Não poderia deixar de registrar essa preocupação dos catarinense no momento em que se festeja uma alforria, porque houve um endividamento concretizado de mais 50% nesses dois anos e meio. Isso faz com que a sociedade catarinense tenha que carregar esse ônus, Sr. Presidente e nobres Colegas. Se, por um lado, estão a festejar; por outro, há que se pensar, se refletir, sobre a profundidade dos compromissos com que a sociedade catarinense irá arcar nos próximos trinta anos. Temos que analisar e debater publicamente os compromissos que o atual Governo assumiu em pouco tempo, não só em relação ao nosso banco, que está se federalizando e vai ser entregue. E vamos ser sinceros: nesse período, houve um incremento da arrecadação, pelo desempenho da economia - é bom que se destaque isso -, de quase 50% da receita do meu Estado. Por isso, não há por que se vangloriar, no momento em que o Banco Central informa que ultrapassamos os R$7 bilhões de dívida. Devemos, sim, refletir e pensar nos meios responsáveis de que dispõe o meu Estado em todos os sentidos.

            Era essa a ponderação que não poderia deixar de fazer, neste instante, da tribuna do Senado Federal.

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