O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Brasília sediou, por nove dias, um evento que merece destaque nesta Casa. Foi realizada na Capital Federal a Olimpíada do Conhecimento 2001, um dos maiores eventos de educação profissional já realizados na América Latina. Seu objetivo maior é promover e incentivar o ensino profissionalizante no País.

            A competição foi promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Cerca de 50 empresas emprestaram apoio à Olimpíada 2001, quer concedendo patrocínio, quer cedendo equipamentos para as provas, quer colocando à disposição seus profissionais mais gabaritados para atuar como avaliadores dos alunos participantes das provas.

            A Olimpíada do Conhecimento é uma versão ampliada e audaciosa dos tradicionais Torneios de Formação Profissional, promovidos a cada dois anos pelo SENAI. É uma competição que avalia alunos segundo critérios de conhecimento técnico e tecnológico, além de parâmetros que envolvem qualidades e habilidades pessoais.

            Neste ano, participaram da Olimpíada 257 concorrentes. Todos são alunos das escolas SENAI. E estiveram competindo os melhores entre os melhores, porque são escolhidos os alunos mais capacitados do SENAI. A primeira seleção se dá em cada escola; depois os selecionados competem com os melhores de sua região. Participam competidores dos 26 Estados da Federação e do Distrito Federal. Os vencedores da etapa regional ganham a chance de competirem nacionalmente, na Olimpíada do Conhecimento.

            A competição este ano teve provas em 26 ocupações, o maior número em todos os tempos. Nessas modalidades estão incluídas: eletrônica, marcenaria, mecânica de precisão, mecatrônica, robótica, tecnologia da informação, eletricidade industrial, entre outras categorias. Os alunos foram avaliados em provas teóricas, práticas, de qualidades pessoais e de situações-problema.

            Para resolver o problema que lhes é proposto, os competidores têm de acionar, além de todo o conhecimento acumulado em cursos e estudos, seu arsenal de criatividade, para chegarem a soluções adequadas, próprias e originais.

            Os competidores costumam se preparar para a Olimpíada em longos treinamentos intensivos, dedicando oito horas de estudo por dia, durante dois anos. Alguns dos vencedores terão seu passaporte carimbado para participar de uma competição semelhante, de âmbito mundial, que se realiza a cada dois anos.

            Trata-se do Torneio Internacional de Formação Profissional. Este ano, ele será realizado em Seul, na Coréia do Sul. Na última competição internacional, realizada em Montreal, o Brasil ficou à frente de países com reconhecida tradição industrial, como o Canadá e os Estados Unidos.

            Eventos como esse não podem ser vistos apenas no âmbito de uma competição estudantil. Ou do congraçamento de jovens oriundos de diferentes partes do País. A Olimpíada do Conhecimento também é isso. Mas não é apenas isso. É muito mais, se a projetamos no cenário maior do desenvolvimento econômico e industrial de nosso País.

            Ela celebra, no fundo, o conhecimento, o saber, a capacitação, a profissionalização. Os alunos que dela participam procuraram o SENAI em busca de formação e qualificação profissionais. Aprenderam a teoria e exercitaram a prática. Direcionaram seu potencial de aprendizagem para a capacitação em cursos técnicos e profissionalizantes. Estão se valorizando como futuros profissionais e como cidadãos atuais, tornando-se aptos a transpor, com a ferramenta do saber, o bloqueio das exigências de um mercado de trabalho cada vez mais exigente, rigoroso e competitivo.

            Sabemos que o Brasil está atrasado décadas em seu desenvolvimento educacional. Nos últimos anos, graças ao empenho de um tucano de inabalável e destemida determinação, o Ministro Paulo Renato Souza, a educação no Brasil tem passado por uma verdadeira revolução, que está não apenas recuperando o atraso educacional, mas sedimentando o caminho por onde o País chegará ao seu futuro.

            Não descuidando de nenhum nível de ensino, o Ministro Paulo Renato voltou sua atenção para a educação profissional e, junto com as mudanças no ensino médio, deu início à reforma dessa modalidade educacional, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

            A partir de agora, a educação profissional conta com cursos voltados para as necessidades dos mercados de trabalho locais e regionais. Sua estrutura curricular está formatada em módulos, o que permite ao aluno fazer vários cursos de curta duração, com conteúdos mais flexíveis, que levam em conta inclusive a preferência dos estudantes.

            O Governo Federal, no intuito de expandir a rede de educação profissional, está investindo 500 milhões de dólares para reequipar as escolas técnicas públicas e criar uma rede de escolas profissionalizantes comunitárias, em parceria com várias entidades.

            Somado a esse esforço do Estado brasileiro, o trabalho realizado pelo SENAI no campo da educação profissional é digno de nossos melhores encômios e elogios. Formando por ano perto de três milhões de alunos, o SENAI tem o grande mérito de qualificar profissionais para as demandas reais do setor industrial brasileiro.

            Com a realização da Olimpíada do Conhecimento, o adicional que se agrega à área da educação do País é imenso, pois além de estimular a excelência do conhecimento na educação profissional, mostra à sociedade que a qualificação para o trabalho é um dos melhores instrumentos de autopromoção e valorização da cidadania.

            Está de parabéns o Presidente do Sistema CNI, deputado Moreira Ferreira, pelo apoio decisivo que emprestou à iniciativa. Para ele, "as ações e resultados a serem apresentados nesses eventos expressam a determinação do setor produtivo em desenvolver sua competitividade, promovendo a atualização permanente das estratégias pedagógicas, metodológicas e tecnológicas, ligadas à educação profissional."

            Está de parabéns também o Diretor-Geral do Departamento Nacional do SENAI, José Manuel de Aguiar Martins, para quem "a competição é a forma ideal para promover a melhoria da qualidade de ensino de nosso sistema educativo."

            Estão de parabéns também todos os seus organizadores, patrocinadores, avaliadores.

            Dirijo a derradeira menção para os alunos concorrentes. A esses, cumprimento com as mais efusivas saudações, acreditando na competência de seu labor, no desempenho de seu conhecimento, na contribuição decisiva que virão a dar para o engrandecimento industrial do País e para o aumento da competitividade de nossos produtos no cenário internacional.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Obrigado a todos.

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