O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr^as e Srs. Senadores, a 28 de junho passado, realizou-se no Rio de Janeiro o II Encontro Regional Latino-Americano de Ex-Alunos de Wharton.

            A Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi fundada em 1881, e é a primeira instituição educacional voltada para o aprimoramento profissional de empresários e executivos. Com milhares de alunos espalhados por todos os continentes, tornou-se uma referência na formação de pós-graduados, MBAs e doutores.

            Criou-se, em Wharton - de cujo corpo docente pertenceu Armínio Fraga -, a tradição do encontro dos seus ex-alunos para o debate de grandes idéias. São contatos preciosos para os países onde se reúnem. Trata-se de qualificados executivos de prestígio internacional que, visitando a sede dos encontros, tomam conhecimento das realidades vividas pelo país hospedeiro. Ficam conhecendo as perspectivas desses países e naturalmente levarão com eles a expectativa otimista, se for o caso, para onde direcionarem no mundo globalizado os investimento de suas empresas.

            No citado II Encontro Regional Latino-americano de Ex-Alunos de Wharton, o Sr. Roberto Civita proferiu o discurso de abertura. Tomei conhecimento desse texto. É admirável a concisão com que o orador retratou o Brasil.

            De igual modo, teceu considerações, dirigidas a homens de negócios estrangeiros, muito francas e atualizadas. Deu relevo a fatos e detalhes que vão sendo subestimados, trazendo otimismo aos que tantas esperanças depositam no futuro do nosso País.

            Civita abordou a incrível adaptabilidade do povo brasileiro, seu espírito empreendedor, as mudanças revolucionárias que se processam silenciosamente em nosso País.

            Roberto Civita mencionou aspectos que habitualmente são omitidos por palestrantes. Ressaltou que a percepção e a realidade de um povo, tão necessárias ao que comandam negócios, não estão necessariamente relacionadas. Os números, sozinhos, jamais podem contar a história de uma região como a América Latina. As peculiaridades devem ser observadas para que se percebam o espírito e a capacidade de um povo. Citou o Brasil e a extraordinária flexibilidade dos seus 170 milhões de habitantes que souberam viver e até mesmo prosperar com a fantástica inflação que assolou o País por quase quatro décadas do Século XX.

            Quando se adotou a chamada URV, em meados de 1994, na sétima tentativa para eliminar a inflação, supunha-se que somente qualificados economistas conseguiriam lidar com essa moeda imaginária. No entanto, o povo imediatamente se adaptou às URVs como se elas sempre houvessem existido.

            O mesmo aconteceu - continuou o orador na citada palestra - com a privatização do sistema telefônico nacional; com as novas máquinas de votação eletrônicas; com a crise energética. E o povo brasileiro adaptando-se rapidamente e com a maior simplicidade às novas regras.

            Roberto Civita - apoiado em dados estatísticos que demonstram estar o brasileiro entre os povos mais empreendedores do mundo - referiu-se aos exemplos das formidáveis mudanças que ocorrem no Brasil. No setor institucional, consolida-se o sistema democrático. Decretou-se o impeachment de um Presidente da República por corrupção e cassaram-se 17 deputados pelo mesmo motivo.

            O Presidente Fernando Henrique Cardoso, como destacou o conferencista, oferece decisiva contribuição à estabilidade do regime pelo respeito à aplicação da lei. Na área de educação, tem conseguido eloqüentes resultados na melhoria de condições oferecidas aos jovens. Na área econômica, promoveu privatizações que, reduzindo a burocracia e a corrupção, trouxeram para o País US$100 bilhões de investimentos diretos ao longo de dez anos. O comércio exterior está progredindo. A Lei de Responsabilidade Fiscal, votada pelo Congresso, vai conseguir os superávits que o país nunca obteve no seu orçamento federal primário.

            Enfim, o Sr. Roberto Civita ofereceu aos executivos estrangeiros uma excelente aula sobre o Brasil. Deve ter sensibilizado aqueles homens de negócio, muitos dos quais provavelmente até então alheios à necessidade de perceberem, além dos números e das tabelas, as particularidades não escritas que moldam o perfil de um povo.

            O Sr. Francelino Pereira (PFL - MG) - Permite-me V. Exª um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Com muito prazer, concedo o aparte ao Líder do PFL, Senador Francelino Pereira.

            O Sr. Francelino Pereira (PFL - MG) - Senador Edison Lobão, os dias da semana se assemelham no desânimo, na deserção, na notícia incomum e penosa: um Brasil que não corresponde efetivamente à sua atividade. Confesso que fico alegre pelo fato de V. Exª, como Senador da República, representante do Maranhão e Presidente desta Casa, tomar a iniciativa de trazer ao conhecimento do Plenário e da Nação o documento produzido por Roberto Civita. Conheço o documento, que passou ao largo da nossa imaginação e da nossa análise. Em verdade, trata-se de um documento que permite que haja a credibilidade do País, dando a informação de que somos os grandes empreendedores da América Latina, de que acabamos com a inflação, de que promovemos a estabilidade econômica, de que estamos vivendo a estabilidade política, porque exercemos a plena democracia nas eleições. Isso faz com que o Brasil esteja merecendo o olhar do mundo inteiro. Roberto Civita é um homem de experiência, e há o reconhecimento de que ele é efetivamente uma grande expressão do Brasil. Cabe, nesta hora, a oportunidade de o Presidente do Senado da República deixar a Presidência e vir à tribuna, para, em nome da Nação, exaltar um cidadão que merece a estima e o respeito do Brasil inteiro. Não tenha dúvida disto: o Brasil está merecendo o olhar do mundo inteiro. Somos 170 milhões de brasileiros; somos a oitava economia do mundo. Temos de ter o prazer da auto-estima, a crença no futuro, a confiança no dia de amanhã. Esse documento deve ser desfraldado como uma bandeira de otimismo em todos os recantos do País. Parabéns a V. Exª pela iniciativa!

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Senador Francelino Pereira, V. Exª que exerce, neste momento, a Liderança do PFL no Senado, teve a nítida percepção do que significou essa conferência do Dr. Roberto Civita.

            Ele falava a empresários do mundo inteiro, que foram alunos de uma das maiores escolas formadoras de valores dos Estados Unidos. Nessa conferência, Roberto Civita demonstrou a eles o que é o Brasil real e não o Brasil fantasioso e mal falado. Foi a percepção que V. Exª teve ao ler antecipadamente o documento a que me referi.

            O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) -`Permite-me V. Exª um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Ouço o Senador Gerson Camata, do PMDB.

            O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Ilustre Senador Edison Lobão, penso que a Casa toda sente que, neste aparte a V. Exª, devemos exaltar a família Civita, pelo trabalho que faz em favor do Brasil. Quando ouvimos falar de Civita, sempre nos lembramos da revista Veja, a revista de maior circulação da América Latina, mas é bom que nos lembremos também de inúmeras edições de outras revistas que fazem o Brasil ser reconhecido em todos os setores: nas artes, na televisão, no cinema. Eles, agora, também estão na televisão. Essa família é uma célula de formação de bons jornalistas, de profissionais de primeira qualidade. Na revista Veja, há os melhores editorialistas do Brasil e, talvez, do mundo, sempre perquirindo, perguntando, às vezes criticando, mas fazendo com que o Brasil se mexa e se sinta. A vinda dessa família para o Brasil foi uma grande aquisição, como o foi também a vinda de muitas outras famílias, que também se tornaram brasileiras. V. Exª teve a oportunidade de falar sobre isso na véspera do Dia da Pátria. É um dia em que nós, brasileiros, precisamos ouvir aquilo que os grandes empresários do mundo inteiro ouviram. Um homem, que conhece todas as mazelas e também todas as grandezas do Brasil, vai lá fora, para dizer o que é o País onde nasceu e onde vive. Não haveria melhor dia para que V. Exª fizesse uma exposição monumental como essa, nascida - tenho certeza - de dias de reflexão. Ele faz um panorama positivo, raramente feito por brasileiros, sobre o nosso País. Assim, cumprimento V. Exª pela oportunidade de trazer essa exposição na véspera do Dia da Pátria. Cumprimento também o Sr. Roberto Civita e a família Civita por esse trabalho, entre muitos outros, de divulgação daquilo que é o Brasil verdadeiro: o Brasil afirmativo, positivo, o Brasil que se supera, o Brasil que quer crescer, desenvolver-se e distribuir a riqueza alcançada com o seu crescimento para o seu povo. Parabéns a V. Exª pelo seu pronunciamento!

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Senador Gerson Camata, agradeço o seu aparte. V. Exª, ao dizer o que diz, na verdade está repetindo os números que são conhecidos neste País. No século XX o Brasil foi o segundo país que mais cresceu no mundo, atrás apenas do Japão. Entretanto, esses dados não são ditos pelos brasileiros de modo geral, são escondidos, como se isso não fosse um voto de louvor a nós mesmos, à nossa capacidade, à nossa competência, à competência dos brasileiros. É preciso que um empresário desse porte, um homem que veio nos ajudar numa conferência dessa natureza, proclame as virtudes e a grandiosidade da Nação brasileira, da qual todos nos orgulhamos.

            O Sr. Iris Rezende (PMDB - GO) - Permite-me V. Exª um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Ouço o Senador Iris Rezende.

            O Sr. Iris Rezende (PMDB - GO) - Senador Edison Lobão, cumprimento V. Exª por ocupar, nesta manhã, a tribuna do Senado e ressaltar o trabalho que o Dr. Roberto Civita houve por bem fazer, por meio de uma conferência, em Pensilvânia, destacando as potencialidades brasileiras, sobretudo para o mundo empresarial. V. Exª foi muito feliz ao tomar essa atitude, pois o Senado Federal tem o dever de ressaltar o potencial brasileiro e de incentivar aqueles que têm a preocupação de destacar as virtudes deste País pelo mundo afora, mostrando não aquele Brasil que muitos procuram destruir, mas o Brasil que estamos construindo ao longo dos anos. Na verdade, o grande esforço que o Governo brasileiro precisa despender é no sentido de mostrar ao mundo o verdadeiro Brasil. Notamos que, quando a grande imprensa internacional destaca nosso País nas matérias que veicula, no fundo a intenção é a de desmerecê-lo. Nosso esforço nessa transformação nem sempre ocupa o espaço devido na grande imprensa internacional, porque sentem que somos um concorrente respeitável, sobretudo na área econômica. Por isso, mostram aquilo que temos de pior. Não revelam que somos a oitava economia do mundo, que nossas terras são férteis e que podemos assumir a responsabilidade de abastecer de alimento o mundo. Possuímos um subsolo rico, que já vem abastecendo o mundo - lamentavelmente, porém, não com o produto acabado, mas com matéria-prima - em diversas áreas. É o nosso País que exporta o minério de ferro e o nióbio e que tem muito para fornecer ao mundo em termos de matérias-primas preciosas. Desse modo, associo-me ao reconhecimento de V. Exª, nesta manhã, ao gesto do Dr. Roberto Civita, que tem investido no Brasil e que, assim como seu pai, acreditou no Brasil. Investiu na complexa área da Comunicação e, atualmente, proporciona ao Brasil dezenas de publicações, as mais valiosas. E ainda se preocupa em ir lá fora destacar as belezas do Brasil. Cumprimento V. Exª e também o Dr. Roberto Civita, de cujo relacionamento tenho o privilégio de usufruir. Devo ressaltar que foi ele quem, um dia, me revelou ao Brasil como político e como administrador. Quando Prefeito, instituí o mutirão em Goiânia, em 1966, e ele determinou à revista Realidade que desse atenção a uma nota pequena de uma revista de pequena circulação nacional que divulgava que em Goiânia se instalava uma administração participativa. Em seguida, Realidade, revista que à época possuía uma tiragem de mais de 300 mil exemplares, mostrou o Brasil em oito páginas. A partir daí, o Brasil começou a conhecer o mutirão; pela primeira vez na História deste País a palavra “mutirão” saía na imprensa. Dessa forma, tenho afeto àquela empresa, em razão de sua sensibilidade extraordinária, e ao Dr. Roberto Civita, pela sensibilidade pessoal em mostrar e destacar o verdadeiro Brasil ao mundo. Meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Pois veja, Senador Iris Rezende, V. Ex.ª, que foi Governador e Ministro duas vezes, tem consciência de que não se governa em estado de depressão, de pessimismo. Não podemos ter um otimismo irresponsável. Não é isso o que se propõe; tampouco é o que propõe o Dr. Roberto Civita. Ele apenas está mostrando aos estrangeiros, a líderes do mundo inteiro o que é o Brasil, o Brasil verdadeiro, o Brasil positivo que de fato o é. E nós não podemos deixar de louvar uma iniciativa espontânea de tão grande dimensão.

            O Sr. Romero Jucá (PSDB - RR) - Concede-me V. Ex.ª um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Ouço o Líder do Governo, Senador Romero Jucá.

            O Sr. Romero Jucá (Bloco/PSDB - RR) - Meu caro Senador Edison Lobão, quero parabenizar V. Exª por trazer à tribuna desta Casa a posição tão clara, tão respeitável e tão corajosa expressada pelo Dr. Roberto Civita na palestra que V. Exª frisou. Nenhum país pode ser medido ou avaliado internacionalmente apenas pelos dados de sua conjuntura econômica ou de sua taxa de risco de pagamento de empréstimos, questões e coeficientes tão em moda nas avaliações internacionais. Um país precisa ser avaliado não só por sua capacidade gerencial, mas também por sua capacidade empreendedora, por sua capacidade de adaptação, por sua capacidade de reação, por sua capacidade de construir o futuro movido às vezes por adversidades. E o Brasil é isso. O Dr. Roberto Civita, como ninguém, com a autoridade de uma vida empresarial respeitada por todos, deu nessa palestra uma demonstração de coragem e de amor ao Brasil. Talvez fosse mais fácil fazer o que fazem alguns que vão ao exterior à procura do aplauso fácil ou o que fazem matérias jornalísticas que, em vez de levantarem as questões fundamentais para ressaltar o nosso verdadeiro Brasil, às vezes até atacam o País no exterior. Com o Dr. Roberto Civita, isso não acontece. Ele, com toda a condição, com toda a experiência, com toda a vivência, com toda a capacidade empreendedora que tem, ressaltou nessa palestra a história, a capacidade, a reação, o esforço e a fibra do povo brasileiro. Quero parabenizar o Dr. Roberto Civita e V. Exª, por trazer este tema ao plenário. A propósito - não sei se V. Exª vai fazê-lo -, gostaria de sugerir que V. Exª peça a transcrição integral da palestra do Dr. Roberto Civita nos Anais desta Casa, porque precisamos de posições de brasileiros como esse, para fazer com que o País efetivamente chegue ao ponto que precisa na escala internacional. Meus parabéns pela palestra e pela exposição de V. Exª.

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - A minha gratidão também a V. Exª.

            Acrescento que o Dr. Roberto Civita é um dos homens de maior cabedal de informação deste País, até por dirigir uma revista de grande envergadura e que recebe informação de natureza econômica, política e social do Brasil inteiro. Para cada edição das grandes revistas nacionais - como a Veja, a ISTOÉ, a Época - que é publicada, seus editores guardam, acumulam - até porque não há espaço - um sem-número de outras reportagens com informações preciosas. O fato é que eles são detentores de conhecimentos que, em geral, os brasileiros não possuem. E quando um líder dessa natureza, dessa dimensão vem a público, numa conferência, dizer o que disse sobre o Brasil é algo que devemos exaltar, porque significa o caminho que devemos seguir em nossa nação.

            O Sr. Maguito Vilela (PMDB - GO) - Permite-me, V. EXª, um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Concedo o aparte ao Presidente do PMDB, Senador Maguito Vilela.

            O Sr. Maguito Vilela (PMDB - GO) - Senador Edison Lobão, na condição de Presidente Nacional do PMDB, quero também fazer algumas observações ao pronunciamento de V. Exª. Entendo que V. Exª é o Senador ideal para trazer à tribuna um tema tão importante como esse. V. Exª, na condição de Presidente em exercício do Senado da República, como um vitorioso ex-Governador do Maranhão, um Senador lúcido, de posições muito transparentes, tem tido uma coerência muito grande na sua vida pública. V. Exª possui mais autoridade do que todos nós para ocupar a tribuna hoje e tecer considerações a respeito da magnífica conferência proferida pelo Dr. Roberto Civita na Pensilvânia, exaltando as potencialidades do Brasil. Este é um País fantástico, talvez o mais privilegiado do mundo. Suas potencialidades e riquezas, a fibra e a garra de seu povo têm que ser ressaltadas. É lógico, é notório que ainda há muitos ajustes a fazer, como uma melhor distribuição de renda. Mas o Brasil necessita de divulgação, pois é um país maravilhoso, de potencialidades imensuráveis. E o Dr. Roberto Civita foi o grande intérprete do povo brasileiro na Pensilvânia, apresentando, com muita clareza e transparência, tudo o que V. Exª aborda da tribuna. Portanto, desejo associar-me a V. Exª e cumprimentar o Dr. Roberto Civita pelo relevante serviço prestado ao Brasil, que foi a conferência que proferiu na Pensilvânia com muito brilhantismo, coragem e determinação. Além disso, como grande empresário na área de comunicações, S. Sª dirige uma revista atualizada, que informa e forma a opinião pública, e muitos outros veículos de comunicação no nosso País. Cumprimento V. Exª pelo brilhante, lúcido e oportuno discurso no qual é acentuado o acerto do Dr. Roberto Civita, a sua conferência. Parabéns a S. Sª, parabéns à sua empreendedora família.

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Ainda ontem, como Presidente do Senado, recebi o Primeiro Ministro de Portugal, com quem conversei sobre tema semelhante ao que eu havia conversado com uma delegação do Governo da China recentemente no gabinete da Presidência do Senado. Todos exaltam a grandeza do Brasil: um país de 170 milhões de habitantes, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados e uma indústria já sofisticada. Como a oitava nação do mundo, é um dos países que mais crescem. Todos eles reconhecem essas potencialidades na realidade atual. Não podemos permitir que o pessimismo, em relação ao Brasil, possa dominar as nossas ações.

            O Sr. Luiz Otávio (Sem Partido - PA) - Senador Edison Lobão, V. Exª me permite um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Ouço o Senador Luiz Otávio.

            O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Faz soar a campainha.)

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Sr. Presidente, quero ser disciplinado às regras do Regimento Interno, até porque sou o responsável por elas, junto com V. Exª. Ouvirei o aparte do Senador Luiz Otávio, que será breve. Em seguida, ouvirei o representante de Minas Gerais e concluirei o meu discurso.

            O Sr. Luiz Otávio (Sem Partido - PA) - Senador Edison Lobão, mesmo com toda a restrição ao meu pronunciamento, à minha manifestação - não só de V. Exª, como Presidente em exercício do Senado Federal e como tribuno desta hora, mas do Presidente dos trabalhos de hoje, Senador Antonio Carlos Valadares, que me alertou, que, antes de me pronunciar, já fez soar a campa -, quero dizer que para nós, do Norte, que estamos acostumados a ter dificuldade de tempo, até pelas distâncias, é muito importante o pronunciamento de V. Exª nesta manhã. Com certeza, além de ser o quinto país do mundo em área territorial e em população, e a oitava economia do mundo, como disse há pouco o Senador Iris Rezende, o Brasil tem uma característica de que a maioria de nós não se tem lembrado: é o quadragésimo nono país em competitividade. É importante, neste momento, que o empresário brasileiro que vai ao exterior, que vai aos Estados Unidos, tenha a coragem, a disposição e o entusiasmo de mostrar as condições do Brasil e como o nosso País pode ajudar não só o seu povo, mas o mundo todo, globalizado, que se iniciou, para nós, com o Mercosul. E agora a ALCA é uma realidade da qual, com exceção de Cuba, todos os países das Américas terão que participar. Por isso precisamos de mais empresários como Civita: corajosos, dispostos a mostrar que o Brasil pode competir mundialmente, e não só em área territorial e em população. Precisamos de empresários arrojados, de vanguarda, como Roberto Civita, mas também precisamos de trabalhadores que se atualizem, que se modernizem e que se voltem para esse mercado tão competitivo. E há demonstração cabal de que, quando existe um empresário como Civita e trabalhadores que se modernizam e atualizam, é possível competir com qualquer país do mundo, é possível tornar o nosso querido Brasil uma das maiores potências do mundo em competitividade. Muito obrigado pela atenção.

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - O que V. Exª nos traz é uma visão lúcida e atualizada do que é o Norte do Brasil. Norte esse talvez ainda por descobrir, tal a vastidão do Território brasileiro e das suas riquezas.

            O Sr. Arlindo Porto (PTB - MG) - Permite-me V. Exª um aparte?

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Ouço V. Exª com prazer.

            O Sr. Arlindo Porto (PTB - MG) - Senador Edison Lobão, Sr. Presidente, gostaria de ressaltar que já estava com saudades de participar de uma sessão em que o Presidente da Casa, na condição de Presidente, mas também de Senador, usa da tribuna para trazer uma mensagem positiva, para trazer informação que nós, do Congresso, do Senado, podemos avaliar, debater, sobre a qual podemos refletir, e para que a Nação brasileira dela tome conhecimento. V. Exª, com a discrição que lhe é peculiar, assumiu a Presidência desta Casa num momento difícil, e, com cortesia, cordialidade, firmeza, ponderação e equilíbrio, está conseguindo manter a tarefa árdua de presidir o Senado. É importante para nós o relato de V. Exª sobre o que acontece com o Brasil lá fora. O Dr. Roberto Civita apresenta uma imagem do Brasil no exterior e V. Exª, como Presidente desta Casa, anuncia-nos tal fato, proporcionando possibilidade de outros desdobramentos. O Brasil, sem dúvida, vive um momento importante, em que as reformas estruturais foram feitas - se não todas elas, pelo menos as mais necessárias -, em que a política econômica foi implementada, buscando-se o equilíbrio e o ajuste de contas, naturalmente ainda longe da perspectiva nacional, pois mantêm-se as desigualdades. Uma mensagem positiva do Brasil no exterior, entretanto, é essencial. A relação comercial, a relação de troca só existe quando há parceiros fortes. Enquanto formos considerados país subdesenvolvido, não seremos respeitados em âmbito internacional. Em boa hora, V. Exª nos traz essa mensagem de otimismo, de esperança, da possibilidade de retomarmos o processo de desenvolvimento. Sintetizando, mais importante do que o pronunciamento de V. Exª, do que a sua mensagem brilhante é o gesto do Presidente do Senado, que usa a tribuna para transmitir-nos novos momentos. Quem sabe o futuro do Brasil está mais próximo. Almejo esse futuro brilhante, próximo e generoso para a população brasileira, especialmente a mais carente. Parabéns, Sr. Presidente.

            O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - A palavra de V. Exª é importante por tudo quanto representa e ainda pelo fato de proceder de um político de larga experiência, governador que foi, ministro de Estado, Senador da República. Agradeço-a por igual.

            Houvesse, espalhados pelo mundo, muitos desses conferencistas com o estilo demonstrado pelo discípulo de Wharton e, então, o Brasil situar-se-ia em outro degrau de prestígio e de conceito. Mas o que entre nós tornou-se moda foi a prática nefasta da automaceração. Temos sobradas razões para o cultivo da fé no passado e no futuro. No entanto, o que temos feito é dedilhar a viola do pessimismo. Há setores indiferentes até aos fatos visíveis - e muitos já ocorridos - como os da pregação do Dr. Roberto Civita. Esse empresário brasileiro - moderno e competente como o são os de fora que muitas vezes admiramos -, mesmo na clausura de um auditório do Rio de Janeiro, enfileirou os nossos triunfos e as nossas possibilidades e não bradou no deserto dos sentimentos humanos, porque não falou a agnósticos da vida empresarial e sim a executivos de alto valor.

            Os norte-americanos, a exemplo de outras nações desenvolvidas, não raro valem-se de empresários ilustres como seus embaixadores em países importantes, pois, pelo que li do Dr. Roberto Civita, convenci-me de que nossos vizinhos do norte sabem o que fazem.

            O Dr. Roberto Civita acredita no seu País, não por ufanismo ou apenas sob a emoção do amor que devota ao Brasil, mas por força de uma realidade resultante de avaliações objetivas.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado pela tolerância.

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