Discurso durante a 109ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Dia do Médico Veterinário, a ser comemorado no dia 9 de setembro.

Autor
Jonas Pinheiro (PFL - Partido da Frente Liberal/MT)
Nome completo: Jonas Pinheiro da Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. IMPRENSA.:
  • Homenagem ao Dia do Médico Veterinário, a ser comemorado no dia 9 de setembro.
Aparteantes
Pedro Ubirajara.
Publicação
Publicação no DSF de 07/09/2001 - Página 21232
Assunto
Outros > HOMENAGEM. IMPRENSA.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, VETERINARIO, REGISTRO, SEMANA, COMEMORAÇÃO, ANALISE, IMPORTANCIA, EXERCICIO PROFISSIONAL, VETERINARIA, BRASIL, SUPERIORIDADE, PECUARIA.
  • INEXATIDÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, DIVERGENCIA, SECRETARIO EXECUTIVO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje não venho a esta tribuna para defender questões políticas polêmicas e de difícil consenso, cujas negociações exigem tempo e paciência, muito tato e perspicácia, estudo minucioso e um enorme senso de equilíbrio entre o sonho e a realidade. Não. Hoje venho para extravasar meu contentamento e para homenagear a minha categoria profissional de formação acadêmica.

            Nesta semana, até o dia 9, estamos comemorando a Semana do Médico Veterinário. No dia 9 de setembro comemora-se o Dia do Médico Veterinário.

            Tenho o prazer e a honra de ser um deles. Neste Brasil imenso, somos por volta de 50 mil médicos veterinários, a maioria exercendo a sua profissão nas mais de 50 especialidades que esses profissionais estão aptos a exercer.

            A Medicina Veterinária começou a ganhar seus contornos de ciência com a criação da sua primeira escola, em 1761, em Lyon, na França, por iniciativa do Professor Claude Bougelat.

            No Brasil, sob a influência dessa escola francesa, foram criadas, na primeira década do século XX, a Escola de Medicina Veterinária do Exército e a Escola Nacional de Veterinária, ambas no Rio de Janeiro.

            Muitos anos depois, tive a satisfação e a honra de poder fazer esse curso, como técnico agrícola, naquela segunda escola, já então incorporada à Universidade Federal do Rio de Janeiro, no quilômetro 47, em Pinheiral, por muitos anos. Recebi uma bolsa de estudos e fui fazer o curso de Medicina Veterinária na escola em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, terra do Senador Pedro Ubirajara, na primeira turma.

            Dedicar toda uma semana a comemorar essa profissão tem o mérito de reunir um bom contingente de representantes da classe para que se confraternize, mas, principalmente, para que se atualize em simpósios específicos, com cursos e palestras sobre diversos temas, como oftalmologia, afecções dermatológicas, distúrbios gastrointestinais, reprodução, manejo, biotecnologia da multiplicação animal, segurança dos alimentos: os perigos, os pontos críticos e o controle.

            A Medicina Veterinária é levada muito a sério, embora haja pessoas que enxerguem o médico veterinário apenas como “o doutor de cachorrinho de madame”. Não imaginam a grande responsabilidade dessa profissão, principalmente na atualidade, com a crescente exigência do homem moderno de qualidade e segurança nos alimentos, bem como o acelerado desenvolvimento da ciência, que põe em xeque aqueles que não acompanham de perto esse desempenho.

            Para se ter uma idéia do campo de trabalho do médico veterinário, é só observar os números da pecuária no Brasil. Nosso País possui um rebanho de cerca de 160 milhões de cabeças de gado bovino, de 40 milhões de suínos, 18 milhões de eqüinos, 12 milhões de ovinos e 10 milhões de caprinos. Além disso, o Brasil é detentor do segundo maior parque industrial avícola do mundo; de uma indústria pesqueira de grande proporção e de uma fauna silvestre incomparável.

            Essa grandiosidade é motivo para que a Medicina Veterinária cresça e apareça, em quantidade e qualidade, a fim de suprir todas as necessidades da demanda, que é enorme. Não se criam animais nos dias de hoje sem os cuidados devidos quanto à higidez do plantel, para que ele se iguale ao que há de melhor no resto do mundo. Assim, a assistência do médico veterinário é necessária e até mesmo primordial nas fazendas de criação, nos frigoríficos, nos laboratórios de pesquisa, na clínica ambulatorial, para que tanto os grandes como os pequenos animais possam ser cuidados da melhor maneira possível e nossos rebanhos tenham certificados de garantia como produtos de consumo alimentar no mercado interno e no de exportação.

            Dois problemas sérios preocuparam recentemente os brasileiros. Mais ainda os médicos veterinários e o Governo: o caso da reincidência da febre aftosa e o boato espalhado pelo Canadá de que o “mal da vaca louca” afligiria o rebanho brasileiro.

            Nas duas ocasiões, o Governo viu-se em grandes apuros até que conseguisse provar que o gado do Brasil estava parcialmente livre da febre aftosa e que ele nunca havia sido vítima do “mal da vaca louca”. Fazer com que o mercado externo acreditasse nessa verdade e retomasse as importações foi mais um passo a renegociar com a diplomacia. Essas duas situações requereram a presença e a opinião abalizada de médicos veterinários, que, sob a liderança do Ministério da Agricultura, atestaram a boa qualidade da nossa carne bovina e a confiabilidade que ela expressava.

            Esses fatos serviram, no entanto, para nos alertar mais ainda sobre os cuidados que devemos ter com o gado em geral e sobre a importância da Medicina Veterinária para manter a saúde dos animais por intermédio das mais avançadas técnicas de criação e manejo do gado, de prevenção de doenças e de ganho de qualidade. Para tanto, os veterinários devem ser bem qualificados e estar sempre bem preparados, com cursos de atualização, de reciclagem, de acordo com os mais avançados recursos que a ciência coloca hoje à nossa disposição.

            Em vista disso, podemos aquilatar o sério compromisso que o médico veterinário tem com o povo nos campos técnico, econômico e social.

            Como veterinário, já tive grandes alegrias profissionais e pessoais proporcionadas pela minha categoria profissional. Em abril de 1999, por exemplo, a Academia Brasileira de Medicina Veterinária outorgou-me o título de membro titular - portanto, imortal da Medicina Veterinária -, numa festa muito bonita e bem organizada, em Curitiba, no Estado do Paraná.

            No entanto, talvez falte ao médico veterinário um pouco mais de vaidade. Uma classe tão importante deveria ser trabalhada politicamente para fazer-se notar com maior amplitude, ser mais valorizada e distinguida pela sociedade. Devia ter, inclusive, força nas decisões e nas políticas agropecuárias no País. Até que a maioria se anime a fazer isso, aproveito esta oportunidade para exaltar essa laboriosa classe dedicada e competente, nesta semana e principalmente em 9 de setembro, Dia do Médico Veterinário, com meus votos a todos para que sejam de muito êxito profissional e de muita prosperidade pessoal no exercício dessa profissão de cuidar dos homens por meio dos cuidados dos animais que os alimentam e os servem.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ainda ontem li nos jornais de Brasília o comentário de um jornalista muito famoso. Dizia ele que no Ministério da Agricultura havia muito ataque, muita discordância e que o Secretário Executivo do Ministério da Agricultura, Dr. Márcio Fortes, estava comentando e falando mal do Ministro da Agricultura, dizendo que a propalada união da classe produtora e do Ministério da Agricultura não existiria.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sou amigo do Ministro da Agricultura. Temos um trabalho muito profícuo em favor da agricultura e da pecuária no nosso País, e conheço muito bem o Dr. Márcio Fortes. Mesmo com os constantes contatos, nunca tomei conhecimento ou fiquei sabendo de que o Secretário Executivo do Ministério da Agricultura, Dr. Márcio Fortes, tenha tido absolutamente qualquer discordância e, por isso, falado mal do nosso Ministro Pratini de Moraes.

            O Sr. Pedro Ubirajara (PMDB - MS) - Permite-me V. Exª um aparte?

            O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT) - Concedo o aparte ao eminente Senador Pedro Ubirajara, meu conterrâneo do Mato Grosso do Sul.

            O Sr. Pedro Ubirajara (PMDB - MS) - Sr. Senador, eu não poderia deixar de fazer este aparte, porque V. Exª tem uma parcela de sua vida dedicada ao Estado do Mato Grosso do Sul. Na semana passada, nas cidades de Corumbá e Ladário, conversei com amigos seus, conterrâneos que o consideram por ter V. Exª dado a Mato Grosso o que aquele Estado precisou, na época mais áurea da sua vida e da sua mocidade. Eu também não poderia deixar de fazer minhas as suas palavras, felicitando o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul, e não somente por haver tido em suas fileiras um homem dedicado como V. Exª, mas pelo grande trabalho feito em benefício de um Estado cuja pecuária é a principal fonte de renda. Deus abençoe V. Exª e lhe dê muitos anos de vida, para que possa servir, por muito tempo, ao Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a veterinária desses dois Estados. Obrigado.

            O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT) - Senador Pedro Ubirajara, obrigado pelo seu aparte. V. Exª tem razão. Fiz o meu curso de Medicina Veterinária em Campo Grande, naquele tempo ainda um único Mato Grosso. Fui técnico agrícola antes de ser médico veterinário e perambulei muito pelo Pantanal de Mato Grosso e também pela região que hoje é Mato Grosso do Sul. Além do mais, fui coordenador do Programa Polocentro, ainda quando Mato Grosso era uno. O melhor exemplo do Programa Polocentro é a sua região, a Bodoquena, que tem como capital o seu Município Aquidauana. Conheço muito bem aquela região que, com certeza, orgulha o Brasil e, principalmente, Mato Grosso do Sul. Agradeço o seu aparte e mando o nosso abraço aos veterinários também do Mato Grosso do Sul, sobretudo da minha escola, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, de onde sou egresso como médico veterinário.

            Muito obrigado.


            Modelo17/18/246:29



Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/09/2001 - Página 21232