Pronunciamento de Maguito Vilela em 06/09/2001
Discurso durante a 109ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Reafirma compromissos de S.Exa na disputa pela presidência do PMDB, a propósito da convenção do partido no próximo dia 9 de setembro.
- Autor
- Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
- Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA PARTIDARIA.:
- Reafirma compromissos de S.Exa na disputa pela presidência do PMDB, a propósito da convenção do partido no próximo dia 9 de setembro.
- Aparteantes
- Amir Lando, Casildo Maldaner.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/09/2001 - Página 21286
- Assunto
- Outros > POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
-
- ANALISE, ATUAÇÃO, ORADOR, PRESIDENCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), REGISTRO, CUMPRIMENTO, RESPONSABILIDADE, DEFESA, DEMOCRACIA, PROMOÇÃO, AUTONOMIA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.
- POSIÇÃO, ORADOR, CANDIDATO, REELEIÇÃO, PRESIDENCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), OBJETIVO, DEFESA, INTERESSE, POPULAÇÃO, PROMOÇÃO, REFORMULAÇÃO, BRASIL.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Senadores, assumi, no último dia 15 de maio, a Presidência nacional do PMDB, uma das posições mais honrosas que tive o privilégio de ocupar até hoje na minha vida pública, não apenas pelo prestígio de comandar o maior e o mais importante Partido do Brasil, mas sobretudo pela oportunidade de agir para dar um novo norte a essa agremiação.
Recebi a Presidência do PMDB com o intuito de dar nova roupagem ao Partido e implantar um novo ritmo nas ações internas. Comprometi-me a exercitar a democracia interna e trabalhar no sentido de tornar o Partido politicamente independente. Nesses quatro meses, posso dizer com segurança que não arredei um milímetro daquilo que havia me comprometido a fazer.
As bases e a militância tiveram vez e tiveram voz. Promovemos reuniões regionais em vários Estados. Trouxemos a Brasília representantes de todos os diretórios regionais para discutir os problemas cruciais do PMDB, ocasiões em que pudemos sentir de perto o anseio das bases de buscar o caminho da independência, com o lançamento de candidatura própria a Presidente da República em 2002.
Nesse período como Presidente, procurei dar ao Partido a dedicação que uma legenda com a história e a tradição do PMDB precisa receber de seus dirigentes. Estive presente todos os dias, reunindo, discutindo e resolvendo os problemas internos e os problemas de vários Estados brasileiros, como Paraíba, Sergipe, Tocantins e outros, acabando com pendências que se arrastavam há anos.
Incluímos no Estatuto um capítulo especial sobre a juventude do PMDB, que, oficialmente, ainda não tinha o reconhecimento, numa homenagem aos jovens peemedebistas valentes e obstinados, responsáveis pelo presente e pelo futuro do nosso Partido.
De maio para cá foram quatro meses de trabalho e dedicação. E não poderia ser diferente. A história do PMDB se confunde com a própria história recente do nosso País.
Confesso, com sinceridade, que quando assumi a Presidência não tinha como projeto me candidatar a permanecer no cargo. Com a saída da disputa do Governador Itamar Franco, há dois meses, e com o não-surgimento de um nome que encarnasse de fato o desejo da militância de ter um partido livre e com candidato próprio à Presidência da República, senti-me quase que impelido a entrar no processo.
Coloquei a minha candidatura, estimulado por companheiros de todos os Estados do Brasil, amparado no ideal muito claro de servir à Nação. Entendo que nenhum Partido no Brasil encarne mais o sentimento da gente brasileira do que o PMDB. E, por isso mesmo, talvez nenhuma outra legenda tenha as condições que o PMDB tem de promover as mudanças de que o País tanto necessita.
Foi imbuído do propósito de fazer com que o PMDB retome as origens que o fizeram grande e respeitado, retome suas bandeiras de luta, seus projetos para o Brasil, de forma clara, transparente, com independência, que entrei na disputa, e nela permanecerei até o fim. Ontem tive a oportunidade de dizer claramente a todo o País que, se estiver o outro candidato disposto a um grande acordo em torno de nomes como de Casildo Maldaner, Amir Lando e José Fogaça, homens que já demonstraram que querem também um Partido independente, com candidatura própria; se ele tiver o mesmo desprendimento que eu, poderemos, na convenção, formular um grande acordo em favor deste extraordinário Partido.
Mas foi imbuído deste propósito que assumi essa candidatura. As dificuldades e obstáculos são imensos. Na semana passada, aqui desta tribuna, tive a coragem de denunciar e discutir abertamente muitos desses obstáculos.
Entrei nesta disputa, movido por um ideal compartilhado com diversos companheiros que me acompanham e apóiam e nele, repito, persistirei, a menos que surja um grande consenso com um nome totalmente neutro, um tertius que poderia significar a união do Partido. Mas os ideais não se curvam aos obstáculos; pelo contrário, fortalecem-se, ganham corpo, oxigenam-se, somam adeptos e se consolidam.
Quanto mais próximo chegamos do dia da Convenção, mais certo fico do acerto de nossa persistência. Ontem mesmo, tivemos mais uma mostra clara de que o Partido precisa mudar de mãos.
Atendendo requerimento de diversas figuras importantes do Partido, inclusive dos Senadores Roberto Requião, José Fogaça e Amir Lando, convoquei uma reunião do Conselho Político do PMDB, a mais importante instância partidária. Como já era esperado, os membros da chapa governista boicotaram o encontro e não compareceram.
E por que fizeram isso? Porque não estão acostumados à democracia interna. Têm medo de discutir os problemas, as propostas do Partido. Acostumaram-se a decidir tudo sozinhos, em gabinetes fechados, em grupos de cinco ou seis, o destino deste grande Partido de todo o Brasil. Nomeiam ministros, tiram ministros, negociam o Partido, fazem o que bem entendem, na maioria das vezes motivados apenas por interesses pessoais. Quando propomos debater os problemas abertamente, escondem-se, escamoteiam, porque não possuem do lado deles a força do argumento.
Nossa proposta, ao lançar uma chapa de confronto, foi justamente mudar essa realidade. O Partido que construiu a democracia brasileira não pode ser comandado por quem não sabe exercitar sequer a democracia interna. O PMDB não pode existir para servir a uma meia dúzia de filiados. O PMDB sempre existiu e tem que existir para servir ao Brasil, e é para esse eixo que iremos conduzir o Partido com a nossa vitória no domingo.
Nossa candidatura cresceu à medida que foram ficando claras as diferenças entre as duas chapas. A militância hoje sabe quem realmente quer a independência do PMDB, o lançamento de candidato próprio e o desligamento do Governo na hora oportuna, sabe quem possui os melhores propósitos para com a legenda, quem não barganha, quem não transige quando estão em jogo os interesses do Partido e os interesses do País. Os apoios se multiplicam e tenho certeza de que teremos uma vitória maiúscula na convenção do dia 9.
Será a vitória das idéias, será a vitória da transparência, será a vitória da sinceridade, do jogo limpo, da democracia das bases e da militância aguerrida do PMDB. Seguiremos o nosso próprio caminho desatrelado deste Governo que não corresponde aos anseios da população.
Queremos ver o PMDB exigindo a reforma tributária, a reforma fiscal, a reforma política, a reforma do Poder Judiciário. Queremos ver o PMDB ao lado dos pobres, dos humildes, dos famintos, dos desempregados, dos excluídos deste País. Queremos ver um PMDB lutando por uma melhor distribuição de renda, que, no Brasil, é criminosa. O Partido não pode ficar insensível a essas manobras do Governo para continuar mantendo essa criminosa distribuição de renda. O PMBD tem de estar atento aos problemas do Nordeste, à seca, à fome e à miséria daquela importante região. O PMDB tem de discutir se é por meio da transposição das águas do rio São Francisco ou por meio da transposição de águas da bacia Amazônica para o Nordeste que se resolverá aqueles problemas. Mas o PMDB tem de discutir os grandes problemas que afligem a população brasileira. Tem de discutir a criminalidade e a violência, que estão num limite insuportável.
Enfim, queremos um Partido atuante, ágil, moderno, sintonizado com as ruas e ouvindo os clamores do povo brasileiro.
O Sr. Amir Lando (PMDB - RO) - Concede-me V. Exª um aparte?
O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Concedo o aparte, com muita honra, a um grande peemedebista, extraordinário Senador, Amir Lando.
O Sr. Amir Lando (PMDB - RO) - Senador Maguito Vilela, V. Exª aborda um tema importante para o nosso Partido e mais importante para a democracia brasileira e o País. Não há dúvida de que o PMDB tem uma responsabilidade ímpar neste momento. Enquanto cidadela da resistência democrática, galvanizou a opinião pública nacional e teve, sob suas hostes, o grande e, sobretudo, responsável dever de conduzir o Brasil à democracia. Mas, hoje, não é a democracia formal que queremos; não são as liberdades democráticas, são as liberdades concretas, onde saúde significa acesso ao tratamento médico, ao hospital e ao remédio; onde casa não é a mera moradia abstrata; casa é a chave para entrar no abrigo sagrado da família; onde a educação é a escola, o acesso, a freqüência, o professor ensinando e o aluno tendo acesso ao ensino; enfim, o direito de ir e vir é ter o acesso ao transporte; à dignidade humana, nada mais do que isso, porque não podemos mais conviver com um discurso e uma incoerência prática. Essa divergência entre as propostas, se levarmos em conta o programa partidário - vou fazer um pronunciamento sobre esse tema a seguir - é realmente uma carta de intenções, que poderia ajudar substancialmente a realizar a justiça social no País. No entanto, entre as idéias e a prática há uma divergência. E o Partido precisa dessa edificação constante do diálogo, que, infelizmente, não se realiza, mas que é essencial à democracia interna. Não há dúvida de que me preocupa muito que o PMDB se cinda, que, ao final de tudo isso, não sei se possamos recolher os cacos. Porém, mais importante do que essa visão tétrica que se desenha no horizonte do Partido, talvez o vínculo partidário, o elo, a união possa buscar uma saída. Agradeço a V. Exª quando lembra meu nome. Meu nome é o último nessa relação das figuras cardinalícias do Partido. Nunca tive acesso a nada; nunca o Partido me ofereceu cargo nenhum, e desempenhei papéis importantes para o PMDB. Fui eu quem iniciei a grande cruzada do saneamento moral do País, sem favor nenhum, mas nunca vindiquei nada. Quando V. Exª lembra o meu nome, muito me honra, mas sei que jamais serei aceito, porque o Partido não precisa do meu nome, embora o povo brasileiro tenha sempre me reverenciado de maneira surpreendente. Um dia vamos mudar, com certeza. A esperança constitui uma constante, sobretudo nos nossos corações, que pensamos um Brasil mais justo, um Brasil compartilhado e um Brasil democrático. É difícil a mudança. Shakespeare diz que “desgraça é ter vindo ao mundo para consertá-lo.” Considero-me um desgraçado por minha vida inteira, e a política tem sido essa determinação de ajudar a consertar, mas agora é hora de consertar o PMDB. Estamos nesta luta e, com certeza, as teses melhores hão de vencer. O que deverá conduzir a convenção do Partido são as idéias, nada mais do que as idéias. Todas as dissidências, todas as dissensões, todos os constrangimentos e as mágoas ficarão sepultados diante da força e da grandeza das idéias que hão de presidir o PMDB.
O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Senador Amir Lando, agradeço a V. Exª o aparte, que incorporo ao meu pronunciamento. Eu sempre estranhei essa inversão de valores no PMDB. Homens respeitados pela Nação, como V. Exª, como o Senador Casildo Maldaner, respeitado não só em Santa Catarina, mas em todo o Brasil, como os Senadores Pedro Simon, José Fogaça e Roberto Requião, grandes nomes, não conseguem assumir posição nenhuma no Partido, nem de Presidente do Partido, de Presidente do Senado, de Líder do Partido aqui. É interessante a inversão de valores que existe no PMDB. Os bons, os homens mais sérios do nosso Partido não conseguem galgar nenhuma posição de destaque. Aliás, uns e outros preferem assumir tudo: Presidência do Partido, Presidência do Senado, Liderança. É preciso acabar com isso no PMDB, e só a democracia interna conseguirá fazê-lo. V. Exª tem razão no que disse, mas a Pátria está atenta ao futuro do Partido.
O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Concede-me V. Exª um aparte?
O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Senador Casildo Maldaner, ouço com muito prazer V. Exª, grande peemedebista e um dos melhores Senadores deste País.
O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Senador Maguito Vilela, é claro que nos preocupa a todos a posição do PMDB, ainda mais pela história do nosso Partido, que tem mais do que a idade de Cristo, trinta e poucos anos de existência. O PMDB enfrentou um regime duro, conseguiu implantar o sistema democrático, fez surgir o pluripartidarismo para que todos pudessem pensar livremente. E essa caminhada deve continuar. É evidente que, neste momento, estamos preocupados, porque não chegamos ainda ao melhor: as teses da independência, para que o Partido possa seguir o seu caminho. Ainda há algumas resistências. Defendo sempre o diálogo, e V. Exª, Presidente do nosso Partido, está nesse caminho. Quando fui Governador do meu Estado, enfrentei várias greves. Mas, quem não as enfrentou? Sempre afirmei que prefiro duas horas de diálogo a cinco minutos de tiroteio. Vamos tentar esgotar isso. Não há a menor dúvida de que o nosso Partido deve entrar em campo. O campeonato nacional se avizinha, e a inscrição do nosso Partido é um direito sagrado. A nossa grande torcida, de mais de trinta anos, pede isso. Em 1998, não entramos em campo; não disputamos o campeonato nacional: a Presidência da República. E o que houve? Um desalento. A nossa torcida não entrou em campo, e aquela que entrou esvaiu-se, torcendo para esse ou aquele time. Estamos ávidos por ver o nosso time entrar em campo. Sem adentrar nas teses defendidas há pouco pelo Senador Amir Lando, na idéia de se colocar em prática aquilo que o nosso Partido defende e prevê, penso que é como o que disse o Senador Francelino Pereira disse hoje: o próprio PFL já se inscreveu no campeonato nacional, lançando candidata própria à Presidência da República. Até o PFL, que ontem defendia primárias, anunciou o nome de um candidato. E o nosso Partido, o PMDB, com a sua história, caindo, evidentemente, várias vezes, mas levantando-se e enfrentando intempéries e terremotos os mais diversos, não se inscreverá no campeonato nacional, deixando de disputá-lo? Certamente, precisamos disso. Não é possível. Não cabe na cabeça das pessoas o fato de não nos inscrevermos. Ainda ontem, um dos nossos candidatos, o Senador Pedro Simon, dizia na tribuna que não podemos esperar o próximo ano para escolher um candidato à Presidência da República, porque o próprio Presidente da República anunciou que, no fim do ano, quem quiser se candidatar deve sair do Governo. Aliás, ele afirmou que fará uma reforma ministerial, que também será noticiada no fim deste ano. Portanto, se o nosso Partido deixar para escolher, em prévias ou de outro modo, o nosso candidato à Presidência da República no próximo ano, os nossos Ministros que estão no Governo, de acordo com essa declaração do Presidente da República, serão demitidos. Então, como ficaremos nessa história? Desse modo, o correto é decidirmos essa questão neste ano. O nosso Partido vai escolher seu candidato em prévias ou da melhor maneira que pudermos encontrar na convenção nacional. Escolhido o nosso candidato a Presidente da República, diremos ao atual Presidente da República: as nossas funções são de V. Exª, que poderá fazer bom uso delas, porque o nosso Partido decidiu entrar em campo e inscrever-se no campeonato nacional. Devemos seguir o nosso caminho, e o Governo preparará o dele. Há que ser assim. Não há como esperar que os nossos Ministros sejam demitidos, conforme ele afirmou, para, depois, resolvermos qual será nosso candidato. Isso não fica bem. Precisamos ter o nosso projeto e respeitar o projeto do Governo. Vamos fazer questão até que o Governo vá bem. Nós o apoiaremos, pois queremos ganhar a eleição em 2002 com o Governo indo bem. Fica ruim e parece prevalência vencer quem já está caído, com as mãos amarradas. Temos que ganhar de quem esteja bem. Então, apoiaremos aquilo que servir ao País e disputaremos o campeonato nacional de igual para igual, com as nossas propostas e o nosso time. Há um ditado que diz: “Quanto mais difícil, melhor é”. Este é o caminho do Partido: altivez. Devemos decidir essa questão na convenção nacional, que V. Exª, Senador Maguito Vilela, está preparando e encaminhando. Esse fato está mobilizando o nosso Partido nos cerca de cinco mil Municípios do Brasil, do Chuí ao Oiapoque, de Leste a Oeste do Brasil. Todos estão voltando suas atenções para este fim de semana em Brasília. Por isso, vale a pena fazer com que se renovem as esperanças e as forças a fim de que possamos seguir avante, colocar as nossas propostas. Vamos disputar respeitando os demais. O Partido da Frente Liberal, por exemplo, anunciou hoje, de bom alvitre, a candidatura própria. E o nosso Partido, que lutou tanto, não fará o mesmo? Senador Maguito Vilela, Presidente do nosso Partido, apresento meus cumprimentos pelas teses e pelo movimento que vem defendendo.
O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Agradeço a V. Exª as brilhantes, claras e transparentes idéias. Na realidade, o PFL está lançando a sua candidata, e as mulheres brasileiras estão aguardando que também possam participar da campanha presidencial. É uma novidade. O PFL está certo. O PSDB também tem que lançar o seu candidato, assim como o PT, o PPS, o PSB. E o PMDB também, por que não? Por que o maior e melhor Partido do Brasil não deve ter o seu candidato próprio, principalmente sabendo que temos quadros extraordinários como Itamar Franco e Pedro Simon? Como um Partido que tem em suas fileiras esses dois pré-candidatos pode prescindir de disputar a Presidência da República? Itamar Franco e Pedro Simon são, certamente, os melhores nomes que já se colocaram na disputa: homens públicos preparados e, acima de tudo, inatacáveis, honestos, acima de qualquer suspeita.
Srªs e Srs. Senadores, é com esse propósito que vamos à convenção, de cabeça erguida, seguros de que o caminho que defendemos é o caminho que as bases desejam, que a independência do PMDB é a certeza de que o brasileiro terá, nas eleições de 2002, uma alternativa confiável, compromissada com os nossos destinos, engajada de forma clara no compromisso de construir um País mais justo, mais humano e com mais oportunidades para todos.
Agradeço o apoio de todos aqueles que comigo alimentam o sonho de um Partido sintonizado com a sociedade. A esses bravos companheiros, que resistiram ao assédio implacável do Governo, mantendo-se firmes aos seus ideais e fiéis à verdadeira doutrina do PMDB, reitero a minha mais absoluta convicção da vitória de domingo.
Vamos, de forma civilizada e democrática, dar o primeiro passo para fazer do PMDB, novamente, o grande Partido deste País, o Partido que irá promover as transformações, as mudanças que a sociedade brasileira exige.
Vamos torcer para que todos os partidos tenham, no primeiro turno, seu candidato. Como disse o Senador Casildo Maldaner, o PFL acaba de lançar a Governadora Roseana Sarney, boa candidata, mulher destemida, que realiza um bom trabalho no Maranhão. Isso é importante. Vamos estimular o PSDB a lançar seu candidato. Mas vamos nós, peemedebistas, oferecer ao Brasil, neste leque de candidaturas, mais um candidato que irá dignificar e honrar a democracia e o povo brasileiro.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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