Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento, na última terça-feira, em Brasília, do Projeto Amazontech 2001 - Novos Rumos para a Ciência, Tecnologia e Negócios Sustentáveis, evento que também será realizado em Boa Vista/RR, entre os dias 20 e 25 de novembro. (como lider)

Autor
Marluce Pinto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Maria Marluce Moreira Pinto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Registro do lançamento, na última terça-feira, em Brasília, do Projeto Amazontech 2001 - Novos Rumos para a Ciência, Tecnologia e Negócios Sustentáveis, evento que também será realizado em Boa Vista/RR, entre os dias 20 e 25 de novembro. (como lider)
Publicação
Publicação no DSF de 24/08/2001 - Página 18262
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, LANÇAMENTO, PROJETO, PARCERIA, INICIATIVA PRIVADA, SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA (UFRR), OBJETIVO, PROMOÇÃO, INTERCAMBIO, TECNOLOGIA, PRIORIDADE, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, REGIÃO AMAZONICA, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, NECESSIDADE, CONSERVAÇÃO, RECURSOS NATURAIS, AMPLIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO.

A SRª MARLUCE PINTO (PMDB - RR. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras e Srs Senadores, de importância ímpar para o País em geral e para a região amazônica em particular, foi o evento ocorrido anteontem, aqui em Brasília, que lançou o Projeto Amazontech-2001 - Novos Rumos para a Ciência, Tecnologia e Negócios Sustentáveis.

É imperioso dizer, Sr. Presidente, que esse evento, realizado através da congregação de esforços entre a iniciativa privada, o Sebrae, a Embrapa e a Universidade Federal de Roraima, foi apenas uma pré-estréia do que realmente acontecerá de 20 a 25 de novembro próximo, em Boa Vista, a capital de Roraima.

Durante aqueles seis dias de novembro, Boa Vista sediará o Amazontech-2001 numa reunião jamais vista de líderes governamentais, empresários, novos empreendedores, profissionais liberais, estudantes, dirigentes de instituições públicas e privadas e a comunidade amazônica em geral.

O evento será, conforme desejo de seus idealizadores, uma gigantesca vitrine de negócios, de oportunidades e de potencialidades ecologicamente corretos e lucrativos, onde feiras, exposições, cursos, palestras e rodadas de negócios serão efetivados.

Os segmentos-alvos do empreendimento são, entre outros, as indústrias madeireiras e moveleiras, com projetos de reflorestamento e manejo florestal; fruticultura tropical; aquicultura; plantas medicinais e flores ornamentais; ecoturismo, turismo rural e turismo científico; pecuária intensiva; horticultura; agricultura de grãos; avicultura; indústria da borracha; mineração; energia; gás natural; máquinas e implementos agrícolas; biotecnologia; sementes; informática e transportes.

Tudo isso, Sr. Presidente, com a finalidade de abrir novos mercados; de se promover o intercâmbio de tecnologias e, principalmente, incentivar o debate sobre o desenvolvimento sustentável da região, conscientizando a sociedade amazônica sobre as novas perspectivas de seu desenvolvimento, tendo em mente a conservação de seus recursos naturais.

Num resumo da própria apresentação ocorrida em Brasília, o Projeto Amazontech-2001 foi estruturado com a finalidade de promover o conhecimento e o desenvolvimento racional da Amazônia, vislumbrando uma perfeita integração entre o homem, o meio ambiente e a tecnologia.

Faço uma ressalva, Sr. Presidente, que tenho certeza receberá 100% de aprovação dos meus Pares: esse projeto ganha em vulto e também em credibilidade, quando sabemos que, abraçados em seus ideais, estão, em parceria, o Sebrae e a Embrapa, órgãos que dispensam quaisquer apresentações pelos relevantes serviços que prestam e que só dignificam as pequenas e micro empresas e toda a gama de produtores agropastoris de nosso país. O apoio de nossa Universidade Federal, para o evento de Roraima, fecha o círculo da melhor realização e da mais justa causa.

Além desses, o evento contará também com o apoio e a ativa participação de universidades privadas, governos federal, estadual e municipal, agências de fomento, agentes financeiros, empresas comerciais, industriais, agrícolas e outras que desenvolvem pesquisas, produtos e serviços voltados ao agronegócio sustentável.

Em melhor hora não poderia acontecer esse evento. Ele ocorre exatamente quando a BR-174, asfaltada, é uma realidade e após a inauguração da energia elétrica em Roraima importada de Guri, Venezuela, duas obras de vital importância para o desenvolvimento de nosso Estado e de toda a região amazônica.

Afinal, Sr. Presidente, nosso potencial é por demais conhecido e também por demais cantado em verso e prosa, só que, infelizmente, sempre no pior verso e na mais feia canção. Enquanto superfície nossa pobreza causa indignação. Flora e fauna nos são subtraídas enquanto nosso povo adoece e se curva diante de migalhas. Possuímos 510 milhões de hectares produtivos, praticamente intocáveis, enquanto gritos de sem-terra preocupam dirigentes e sociedade. O Brasil e o mundo se desesperam, sedentos de água, enquanto nossas reservas detêm 20% de toda água doce disponível no planeta.

Contradições, Sr. Presidente.

Contradições que, a partir desse evento, a partir de seus nobres ideais, a partir do empresariado consciente deste País, do capital privado voltado às causas justas, do trabalho e da competência do Sebrae, da Embrapa e de tantas outras entidades sérias que compõem o cenário, deixarão de ser uma constante na dura realidade do povo amazônida.

Melhor ainda, meus nobres colegas, quando sabemos que o Projeto Amazontech veio para ficar na região amazônica e terá caráter itinerante, isto é, marcará presença, a cada ano, em um dos Estados da Amazônia, voltado, sempre e prioritariamente, para o desenvolvimento sustentável de toda a Amazônia Legal. Inclusive, não ficarão de fora de seus objetivos e metas nossos vizinhos venezuelanos, guianeses, colombianos, peruanos, bolivianos, equatorianos, etc.

Esse é, sem dúvida nenhuma, um acontecimento ímpar para os roraimenses e para toda a região. Quiçá seja o marco tão esperado por nosso povo aquele que, em definitivo, crava a data de uma nova fronteira em direção ao conhecimento, à fartura e à bem-aventurança.

Vou encerrar, Sr. Presidente, citando algumas palavras de um dos mais conceituados mestres deste País.

O Sr. José Alencar (PMDB - MG) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares) - Lamentavelmente, nesta fase do pronunciamento da Senadora, não há possibilidade de aparte.

A SRª MARLUCE PINTO (PMDB - RR) - Sinto muito, meu nobre colega, porque seria muito importante para mim e para o povo da Amazônia o seu aparte.

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares) - E a Mesa também lamenta.

A SRª MARLUCE PINTO (PMDB - RR) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

Encerrando meu pronunciamento, cito algumas palavras de um dos mais conceituados mestres deste País, um amazonense cujos trabalhos sobre nossa Amazônia há muito rompeu nossas fronteiras e é leitura obrigatória para quem pretende estudar nossa região. Estou falando do professor, doutor e sociólogo Samuel Benchimol, dono de tantos outros títulos que, para citá-los, necessitaria de algumas laudas a mais em meu discurso.

Diz Samuel: “O futuro não acontece por si mesmo. O futuro é produto de ação planejada, de inovação e do desejo político que contemple a todos sob o pálio da Justiça e da fraternidade. A Amazônia deve estar de braços e olhos abertos para receber esse futuro.”

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/08/2001 - Página 18262