O SR. ARLINDO PORTO (PTB - MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, também sem muita delonga, procurarei trazer a nossa mensagem, enfatizando a gravidade do momento que estamos vivendo: os ânimos exaltados, o desrespeito acontecendo, assim como a falta de educação.

            Preocupa-nos, principalmente, o estágio em que nos encontramos de estabilidade democrática, que não existe sem poderes fortes, constituídos, harmônicos e independentes, e o Poder Legislativo tem o dever de buscar construir o seu pilar, mantendo e dando sustentação à democracia.

            Divergência de idéias é normal na democracia. A intensidade de debates na busca por princípios, ideologias, propostas e ideais também é perfeitamente compreensível. Conviver com a divergência é o nosso desafio, que consolidaremos com a experiência de cada um e com o esforço de todos.

            Aquilo a que assistimos ontem, Sr. Presidente, transcende a tudo isso. Como foi manifestado por alguns, pode ter sido falta de educação e de uma formação limpa. Educação não se adquire nesta Casa, mas no lar, na constituição da família e no conceito da formação individual. Aqui, buscaremos sobretudo conviver dentro de objetivos consignados e promulgados por cada um de nós.

            Lamentamos muito o que aconteceu. O Congresso Nacional passou, mais uma vez, por um constrangimento.

            Receba a minha solidariedade pessoal e o apoio do meu Partido, que está aqui principalmente preocupado com o futuro desta Casa e da instituição.

            A solidariedade pessoal, naturalmente, o nosso Presidente recebe, mas a instituição precisa mais do que a solidariedade. A instituição precisa dos conceitos que cada um possa ter da sua responsabilidade pessoal, individual, partidária e como representante dos Estados ou do povo. Institucionalmente, vivemos um momento grave. Medidas precisam ser tomadas, a autoridade precisa ser preservada e qualquer adjetivo que se queira colocar, qualquer definição que se possa fazer, neste momento, por qualquer integrante da Casa, não justifica o que lá aconteceu.

            Respeitamos o nosso Presidente. Eleito que foi, terá sempre o nosso apoio e a nossa participação. Se outros erraram, digladiando-se na tribuna desta Casa, isso não justifica que outros continuem a fazê-lo.

            Avaliemos o presente para podermos planejar melhor o futuro e é nesse planejamento do futuro que eu quero trazer a mensagem do PTB: equilíbrio, ponderação, respeito, dignidade, que são pontos fundamentais para que a democracia possa ser exercida.

            Que o Senado retome o seu caminho. Que o Senado possa viver momento áureos que o passado registra e de que todos nós nos orgulhamos.

            A nossa solidariedade, Sr. Presidente.