Discurso durante a 123ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Convite aos parlamentares para participarem da Caminhada da Paz, a ser realizada no próximo domingo, em Brasília. Importância do fortalecimento das relações brasileiras com a Ucrânia

Autor
Lindberg Cury (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Lindberg Aziz Cury
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA. POLITICA EXTERNA.:
  • Convite aos parlamentares para participarem da Caminhada da Paz, a ser realizada no próximo domingo, em Brasília. Importância do fortalecimento das relações brasileiras com a Ucrânia
Publicação
Publicação no DSF de 29/09/2001 - Página 23185
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • CONVITE, CONGRESSISTA, PARTICIPAÇÃO, MANIFESTAÇÃO, MARCHA, PAZ, SOLIDARIEDADE, ATENTADO, TERRORISMO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REUNIÃO, IURI LINDIN, SECRETARIO, CULTURA, PAIS ESTRANGEIRO, UCRANIA, ANUNCIO, VONTADE, AMPLIAÇÃO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, BRASIL.
  • SOLICITAÇÃO, LAURO MORHY, REITOR, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), IMPLANTAÇÃO, INTERCAMBIO CULTURAL, UNIVERSIDADE, PAIS ESTRANGEIRO, UCRANIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. LINDBERG CURY (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ainda na mesma linha de raciocínio das colocações feitas pelos Senadores Roberto Freire e Roberto Requião, gostaria de fazer uma ligeira avaliação e, em seguida, um convite aos Senadores, para participarem de um movimento que está sendo desenvolvido na nossa Capital, intitulado Caminhada da Paz.

            Os atos terroristas que se abateram sobre os Estados Unidos ainda incomodam todos os que se preocupam com os rumos da humanidade. Tenho certeza de que é o caso dos integrantes desta Casa, unanimemente.

            A insanidade daqueles que perpetram atos terroristas é repugnante, mas não pode ser encarada apenas como uma pendenga entre a única superpotência mundial e grupos fundamentalistas que deturpam os princípios religiosos para dar vazão à sua sanha assassina.

            Faço esta introdução, Sr. Presidente, para saudar todos os esforços, em todas as partes do planeta, em busca da paz entre todas as nações, entre todos os povos, entre todas as crenças e raças. E é dentro desse espírito de trabalhar pela paz que recebo a incumbência de convidar todos os meus colegas de Senado e, por que não, de todo o Congresso, para participarem de um grande ato pela paz, que se realizará no próximo domingo, aqui em Brasília.

            Sei que muitos dos senhores têm compromissos importantes e inadiáveis fora de Brasília. Entretanto, aqueles que puderem ficar na cidade, no final de semana, seria muito importante que participassem desse ato suprapartidário, que contará com a presença de inúmeras entidades da sociedade civil organizada da Capital da República.

            Entendo a participação de nós Senadores, como prova inequívoca de que o Senado da República do Brasil está imbuído do espírito da paz mundial - e há poucos minutos nós assistimos a duas demonstrações claras e evidentes de que o Senado brasileiro tem tido uma preocupação com esses atos de terrorismo que vêm ocorrendo nos Estados Unidos. É por essa razão, por esse motivo, que conclamo a todos que puderem que prestigiem esse ato previsto para a manhã do próximo domingo.

            É o convite que faço em nome dos patrocinadores desse evento. A própria Capital da República vai dar uma demonstração viva de que nós somos contra atos de terrorismo e atentados dessa natureza, que geraram intranqüilidade e insegurança ao povo americano.

            Sr. Presidente, recentemente participei de uma reunião no Rotary Clube Brasília 21 de Abril, com o Sr. Iúri Diudin, Secretário de Imprensa e Cultura da Embaixada da Ucrânia, país que num passado não muito distante integrava a então poderosa União Soviética. Há dez anos, a Ucrânia tornou-se uma República independente e, em seguida, estabeleceu relações diplomáticas com o Brasil. Mesmo sendo uma República nova, a Ucrânia já ocupa posição de destaque no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas - ONU - e também se destaca na produção de minério de ferro e manganês como um dos principais produtores mundiais.

            O que me chamou a atenção na explanação do representante da Ucrânia foi a determinação daquele país de estreitar e incrementar as relações com o Brasil. Primeiro, as relações comerciais, como nas áreas de energia, de extração de petróleo e de gás, de telecomunicações e também nas indústrias de aviação e informática. O representante diplomático da Ucrânia citou também dados interessantes das relações humanitárias de seu país com o Brasil e demonstrou interesse em ampliar o leque dessas ações.

            Não podemos deixar de louvar essa disposição de ações para o bem, principalmente em um momento de episódios dramáticos como os recentes episódios terroristas perpetrados contra os Estados Unidos, que abalaram o mundo inteiro.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Ucrânia abriga a Usina de Chernobyl, que, na década de 80, foi palco do maior acidente nuclear da história. Milhares de cidadãos ucranianos sofreram e ainda sofrem as conseqüências do vazamento radioativo e alguns deles fazem tratamento aqui no Brasil, especialmente no Hospital Evangélico de Curitiba. Além disso, médicos ucranianos fazem estágio no Centro de Transplante de Medula Óssea, na Universidade Federal do Paraná, que, assim como o Hospital Evangélico de Curitiba, é administrado pela comunidade ucraniana do Brasil. Só por aí, Sr. Presidente, nós já vemos a participação dessa comunidade ucraniana dentro do quadro médico de Curitiba.

            Esse intercâmbio humanitário entre nações é o que nos faz crer e torcer que o homem é capaz de superar adversidades, fanatismos e radicalismos em prol de uma sociedade mundial mais justa e menos desigual. Mas, infelizmente, de acordo com o relato do representante da embaixada ucraniana, há outros projetos entre a Ucrânia e o Brasil que ainda não saíram do papel. Um deles é o intercâmbio entre os centros docentes superiores da Ucrânia e os do Brasil. Os convênios já foram assinados, mas não foram efetivados. Um deles, por exemplo, é entre a Universidade de Brasília e a Universidade Nacional da Ucrânia.

            Aproveito, aqui, para apelar ao nobre Reitor da UNB, Professor Lauro Morhy, que tem feito uma das melhores administrações na Universidade que orgulha Brasília e o Brasil, para que não poupe esforços no sentido de viabilizar a implementação efetiva desse convênio. Afinal, será uma importante fonte de troca de conhecimentos entre os nossos professores e estudantes com a comunidade científica ucraniana.

            Termino as minhas palavras, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, lembrando que a citação das relações entre Brasil e Ucrânia é apenas um exemplo que poderia se repetir aos milhares do que entendemos ser uma meta que poderia e deveria ser buscada pelos países, qual seja, a união e o entendimento em busca do bem em comum do povo, independente da cor, raça ou religião.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


            Modelo15/19/243:02



Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/09/2001 - Página 23185