Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à reportagem publicada na revista Imprensa, edição de setembro último, acerca da personalidade e das atividades do jornalista amazonense Phelippe Daou, Diretor-Presidente da Rede Amazônica de Televisão.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Comentários à reportagem publicada na revista Imprensa, edição de setembro último, acerca da personalidade e das atividades do jornalista amazonense Phelippe Daou, Diretor-Presidente da Rede Amazônica de Televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2001 - Página 23768
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, EDIÇÃO, PERIODICO, IMPRENSA, HOMENAGEM, PHELIPPE DAOU, JORNALISTA, DIRETOR PRESIDENTE, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • COMENTARIO, ELOGIO, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, IMPRENSA, AUTORIA, TÃO GOMES PINTO, JORNALISTA, ENTREVISTA, PHELIPPE DAOU, DIRETOR PRESIDENTE, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), DEFESA, INTEGRAÇÃO, AMBITO NACIONAL, REGIÃO AMAZONICA, DEMONSTRAÇÃO, PATRIOTISMO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB - AC) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores: a história do Brasil é construída, nos seus momentos mais nobres e mais positivos, sobre personagens dotados de força, de determinação; da chama sagrada que abre fronteiras e consolida a presença nacional em distantes paragens.

            Na Amazônia temos vários exemplos de pioneiros que, superando ligações com as próprias raízes, dedicam-se à causa da grande região, cravando no coração da mata, com sua presença corajosa e construtiva, os marcos do progresso social e do desenvolvimento econômico.

            A prestigiosa e respeitada revista Imprensa, edição n° 164, distribuída em setembro último, dedica suas páginas a Phelippe Daou, um dos maiores, entre esses gigantes. Assinada pelo consagrado repórter Tão Gomes Pinto, a matéria, já em seu título, oferece o verdadeiro perfil do entrevistado: “Um rei da selva de verdade”, afirmando: “do emaranhado da floresta, surgem mitos e fantasias. Fala-se no boto namorador, na história da mãe d’água; até o boto tucuxi vira personagem. Mas poucas figuras amazônicas têm uma lenda pessoal como Phelippe Daou, o homem que há 29 anos inaugurou a TV Amazonas, em Manaus”.

            A partir daquela emissora manauara, Phelippe Daou construiu um império impressionante. Acredito, mesmo, que poucas redes de televisão, no mundo inteiro, cobrem uma área tão vasta como a que ele criou e hoje dirige, com inquebrável determinação. São dezenas de emissoras e repetidoras, presentes em centenas de cidades, desde as capitais dos Estados amazônicos até municípios menores, vilas e povoados, alguns perdidos na mata, como frisa a reportagem.

            A apresentação do perfil do entrevistado capta aquilo que nós, seus amigos e admiradores de tantas décadas, sempre enaltecemos: “trata-se de um rei da floresta autêntico, humilde e sedutor. Do alto de seus 73 anos bem vividos, ele fala da sua grande paixão: a Amazônia”.

            E como fala bem! - fala com amor, com dedicação, com esperança!

            Logo na primeira resposta, Phelippe Daou diz o que todos os amazônidas exigem e prometem: integrar aquele imenso vazio à nacionalidade, “quebrar o isolacionismo da Amazônia, que não sabia nada do que acontecia fora dela, e lá fora ninguém sabia o que acontecia aqui. Estamos oferecendo este portal ao mundo todo, com a realidade amazônica. Nada de fantasia, nada de lenda, nada de mitos - mas a Amazônia real, que logo deixará de ser pouco compreendida para muita gente. Essa é a nossa missão”.

            Tal sentido de “missão”, tão entranhado na alma dos verdadeiros apóstolos da consolidação amazônica, é algo muito forte, muito significativo para nós. É sentir a necessidade de preservar a riqueza milenar dos recursos ecológicos. Mas, ao mesmo tempo, é a ânsia de dar aos seus habitantes o mínimo que sempre lhes foi negado; devemos defender as árvores, os rios, a riqueza da fauna e da flora; devemos, ao mesmo tempo, pensar nas famílias que rasgam fronteiras e superam portentosos obstáculos físicos, para levar a brasilidade a recantos intocados.

            Pode até não parecer, mas muito foi feito, nas últimas décadas, para materializar esse sonho visionário. Na entrevista, Phelippe Daou traça um quadro realista, mostrando como era terrível viver e trabalhar na Amazônia; cita a epopéia que o então jovem estudante Nabor Júnior enfrentava todos os anos, para ir de Belém, onde estudava, passar as festas natalinas com a família, em Tarauacá. Confesso que fiquei profundamente emocionado com a lembrança das longas semanas, dentro de embarcações que subiam e desciam os caudalosos rios.

            Como ele diz, “o Senador Nabor Júnior, que é acreano, estudava em Belém. Terminadas as aulas, em 20 de novembro, pegava o “gaiola” e chegava em Tarauacá lá pelo dia 8 ou 20 de dezembro. Passava o Natal e, quando dava 10 de janeiro, tomava o navio de volta, para chegar em fevereiro”.

            A entrevista concedida por Phelippe Daou à revista Imprensa é uma aula de brasilidade, de amor a este país. Gostaria de expô-la, na íntegra, mas os limites regimentais de tempo são implacáveis - e não me permitem essa leitura. Peço à Mesa que autorize a publicação, de seu texto completo, no Diário do Senado Federal, como anexo ao presente discurso, permitindo a todos os Srs. Senadores acesso às idéias e aos relatos ali expostos, com clareza e objetividade.

            Quero, apenas, ao concluir, ler um trecho do diálogo entre entrevistador e entrevistado, palavras que engrandecem a imprensa brasileira e mostram que vale a pena confiar no País.

            Depois de registrar uma infinidade de planos, projetos e realizações, voltados para o futuro da Amazônia, Tão Gomes Pinto faz uma pergunta em que usa a palavra “patriotismo”, hoje, desgraçadamente, tão pouco “fora de moda”: “Existe muito de patriotismo nessa sua maneira de pensar?” - e, na resposta, Phelippe Daou não vacila: “somos idealistas. E, como ideal não tem idade, continuamos idealistas”.

            Que Deus conserve esse idealismo, esse patriotismo, em homens como Phelippe Daou. Sem eles, seria impossível dar unidade, tornando-o próspero e justo, ao Brasil das praias, dos cerrados, das grandes indústrias e, também, da Amazônia.

            Muito obrigado.

 

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            DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR NABOR JÚNIOR EM SEU PRONUNCIAMENTO, INSERIDO NOS TERMOS DO ART. 210 DO REGIMENTO INTERNO:

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            Modelo111/23/243:57



Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2001 - Página 23768