O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a Organização das Nações Unidas, ONU, acertadamente definiu o ano de 2001 como o Ano Internacional do Voluntariado. Uma decisão que, além de resultados extraordinários vistos no decorrer do ano, nos aponta para outros resultados, que podem ser permanentes.

            No último final de semana, tivemos em Goiás um exemplo claro disso, quando foi executada a décima-terceira edição do Projeto Ação Global, promovido pela TV Anhanguera, emissora da Rede Globo no Estado, com o apoio do Serviço Social da Indústria, o SESI, e da Federação das Indústrias de Goiás, a FIEG.

            Durante todo o dia de sábado, 850 voluntários trabalharam ininterruptamente, levando à população carente de Goiânia e de cidades vizinhas, diversos serviços e atividades recreativas. Serviços importantes como expedição de documentos, orientação a gestantes, vacinação e recreação, além de palestras de orientação e coletas de doação de sangue.

            Ao todo foram 60 mil e 680 atendimentos, feitos a 48 mil e 544 pessoas, sendo que 31% delas foram atendidas numa necessidade fundamental: a expedição de documentos pessoais que ajuda a dar cidadania a uma gente excluída do processo produtivo.

            Além do trabalho exemplar que se repete pela décima terceira oportunidade, as declarações dos organizadores do evento nos levam a uma reflexão. O presidente da Organização Jaime Câmara, da qual a TV Anhanguera faz parte, jornalista Jaime Câmara Júnior, disse que o objetivo, além dos atendimentos que são feitos, é incentivar os diversos segmentos da sociedade a se engajarem em atividade sociais voluntárias.

            É uma semente que está sendo plantada, disse ele. Jaime Câmara Júnior afirmou que, se conseguirmos criar na sociedade a cultura do voluntariado, muitos dos problemas sociais do País poderiam ser resolvidos sem a presença do poder público, como ocorre em diversos países do chamado Primeiro Mundo.

            Essa é uma verdade inquestionável, mas que não exime os governos de sua responsabilidade. Ao contrário: funciona como uma lição aos governantes, que precisam ter mais sensibilidade para com as questões sociais. A grande dívida do Brasil hoje não é com o FMI, mas com suas famílias que se encontram excluídas do processo produtivo, vivendo sem dignidade. A nossa maior dívida é, sem dúvida, a dívida social. Investir em projetos que visem a garantir condições mínimas de vida digna aos pobres e humildes deve ser prioridade absoluta de qualquer governo.

            Cumprimento a Organização Jaime Câmara, o SESI e a FIEG pelo projeto que tem prestado grandes serviços aos mais carentes em Goiás. Que essa ação sirva de exemplo, não apenas para outros segmentos sociais, mas principalmente para estimular a sensibilidade de quem tem a responsabilidade de governar os destinos do nosso Brasil.

            Que possamos ter sempre em mente que governar é, acima de tudo, trabalhar para servir a quem mais precisa: os pobres, humildes e marginalizados.

            Muito obrigado.

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