Discurso durante a 128ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Precariedade das rodovias brasileiras, em especial, no Estado de Goiás e demais regiões do Centro-Oeste.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Precariedade das rodovias brasileiras, em especial, no Estado de Goiás e demais regiões do Centro-Oeste.
Publicação
Publicação no DSF de 05/10/2001 - Página 24084
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • REITERAÇÃO, ANALISE, PROBLEMA, CONSERVAÇÃO, RODOVIA, PRECARIEDADE, ASFALTAMENTO, AGRAVAÇÃO, PERIODO, CHUVA, ESPECIFICAÇÃO, INTERIOR, ESTADO DE GOIAS (GO), ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, SOLICITAÇÃO, ATENÇÃO, INVESTIMENTO, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, DADOS, CONSELHO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT), PRECARIEDADE, RODOVIA, BRASIL, AUMENTO, ACIDENTE DE TRANSITO, MORTE, PREJUIZO, RECURSOS.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, volto uma vez mais a fazer uso desta tribuna para tratar de um problema que se repete ano a ano, assim que se inicia a temporada chuvosa: os buracos nas rodovias federais.

            No último final de semana, durante viagem a uma série de municípios na região sudoeste de Goiás, pude notar que com as primeiras chuvas as rodovias começam a apresentar deficiências. Refiro-me à BR-364, que liga o sudoeste, uma das regiões de maior produção de grãos do Brasil, ao município de São Simão, de onde a produção não apenas de Goiás, mas de grande parte da região Centro-Oeste, sai em direção aos portos de exportação por hidrovia. Refiro-me, também, à BR-060, entre Jataí e Rio Verde, onde foi inaugurada recentemente uma das maiores agroindústrias do Brasil, a Perdigão, que investiu no Estado nada menos do que 500 milhões de reais.

            Mal as chuvas começaram a cair e a situação do asfalto nesses dois trechos caminha célere para o intransitável. De nada adianta reduzir o custo do transporte mandando a produção pela hidrovia Paraná-Paranaíba-Tietê se, antes de chegar às chatas, esse custo foi lá para cima em função da má conservação das rodovias.

            Estou falando de dois trechos específicos, porque passei por eles neste final de semana. Esses são de fundamental importância para a economia de Goiás e do Centro-Oeste, o que nos leva a outro raciocínio: se numa região importante como essa o descaso é visível, imaginem em locais mais longínquos e menos visíveis aos olhos das autoridades.

            De fato, não se trata de uma situação isolada dessas rodovias, tampouco do Estado de Goiás, mas de um problema que se torna crônico, generalizado.

            Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, feita no final do ano passado, nos traça perspectivas sombrias. Nos últimos dois anos o número de rodovias ruins aumentou, ao mesmo tempo em que as estradas em boas condições diminuíram.

            Oitenta por cento das rodovias brasileiras estão com seu estado geral de conservação considerado péssimo ou deficiente. Em relação à conservação do asfalto, a situação é ainda pior: 94% encontram-se pessimamente conservados.

            Além dos prejuízos, que são incalculáveis do ponto de vista financeiro e nos reflexos que têm na diminuição da oferta de emprego, estradas cheias de buracos significam também acidentes e mortes, que vêm aumentando significativamente nos últimos anos.

            Não estou aqui para criticar o ministro dos Transportes nem o presidente da República. O que eu quero é pedir em nome dos produtores rurais de Goiás e do Centro-Oeste do País, pedir em nome dos empresários do ramo agroindustrial que têm ampliado significativamente seus investimentos na nossa região e que precisam de um mínimo de contrapartida oficial. Pedir em nome dos cidadãos brasileiros, que exigem segurança para viajar com tranqüilidade, seja em trabalho, seja em passeio com suas famílias. Pedir o mínimo: que o governo lance mão da sensibilidade que deve marcar as ações dos homens públicos responsáveis e, finalmente, e de forma definitiva, deslanche um amplo programa de recuperação das rodovias federais brasileiras. Um patrimônio do povo brasileiro, que está sendo dilapidado a olhos vistos.

            Investir num projeto como esse é investir na geração de empregos, na competitividade do país e, mais importante do que tudo isso, investir na preservação de vidas.

            Fica, portanto, mais uma vez registrada a minha denúncia e a minha reivindicação, que é a de todo o Estado de Goiás e de toda a região Centro-Oeste do País.

            Muito obrigado.


            Modelo17/18/243:25



Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/10/2001 - Página 24084