Discurso durante a 132ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios à atuação do Banco do Nordeste como agência de desenvolvimento econômico.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Elogios à atuação do Banco do Nordeste como agência de desenvolvimento econômico.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2001 - Página 24502
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, TENTATIVA, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO NORDESTE, COMBATE, SECA, PROMOÇÃO, PROJETO, IRRIGAÇÃO, PRESERVAÇÃO, RIO, PROGRAMA, EDUCAÇÃO.
  • DEFESA, INDUSTRIALIZAÇÃO, CRIAÇÃO, TECNOLOGIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, INCENTIVO, TURISMO, ATIVIDADE, PRODUÇÃO, REGIÃO NORDESTE.
  • ANALISE, IMPORTANCIA, BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A (BNB), DESENVOLVIMENTO, REGIÃO NORDESTE, PROMOÇÃO, QUALIFICAÇÃO, TRABALHADOR, INCENTIVO, AGROPECUARIA, TURISMO, INVESTIMENTO, MUNICIPIOS.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, não é de hoje que se buscam soluções para o desenvolvimento do Nordeste; também não é novidade que diversas tentativas têm falhado sistematicamente, o que leva a uma espécie de desesperança em relação às possibilidades de melhoria das condições de vida dos nordestinos.

            As dificuldades advêm tanto da natureza quanto da intervenção humana. Ao lado das estiagens freqüentes, subsistem, ainda, práticas econômicas e culturais enraizadas no passado. Daí que os desafios levam os governos a agirem não apenas para tentar minorar as dificuldades da natureza, mas também para mudar as atitudes daquele povo tão valoroso. A par de projetos de irrigação, de açudagem e de perenização de rios, têm sido de grande valia os programas educativos e de capacitação profissional.

            Mas não basta tornar a terra produtiva; tampouco é suficiente treinar as pessoas. A vocação do Nordeste vai mais além. Nela estão incluídas - por que não? - a industrialização, a geração de tecnologias, a prestação de serviços, a indústria do turismo e todas as atividades produtivas exercidas em outras partes do País.

            Mas nenhum desses empreendimentos teria futuro se não houvesse o aporte financeiro para ajudar sua sustentação.

            Diversas agências de desenvolvimento já foram criadas, substituídas, reformuladas, sempre com a tentativa de melhor se adequarem aos desafios da região. Já até mesmo entrou para o folclore a suposta afirmação do Imperador D. Pedro II, de empenhar até a última jóia da coroa para combater a miséria no Nordeste.

            Mas para além dos rompantes, sinceros ou não, foram criadas agências reais. Dessas agências, uma que persiste e obtém cada vez mais sucesso é o Banco do Nordeste, o Farol do Desenvolvimento. E é dessa agência de desenvolvimento que gostaria de falar hoje.

            Uma agência de desenvolvimento como o Banco do Nordeste não poderia se restringir a uma atuação “de balcão” e de escritório. Por isso, fiel à vocação que o gerou, o Banco do Nordeste, como na música de Milton Nascimento, tem ido “aonde o povo está”.

            Por isso, elegeu a capacitação de empreendedores e os mecanismos de participação popular como os melhores caminhos para chegar ao seu objetivo: o desenvolvimento sustentado do Nordeste.

            Assim sendo, em 2000, o Banco do Nordeste promoveu cerca de 18.000 eventos de capacitação, oferecendo oportunidades de qualificação a mais de 600.000 parceiros em empreendimentos. Esses programas estão voltados para a formação técnica e gerencial dos agentes produtivos. Traduzem-se na formação de administradores para médios e microempreendimentos, em habilidades específicas para agricultura, pecuária e agroindústria. Um exemplo? Capacitação de pessoas para explorarem a piscicultura no Estado do Piauí. Em parceria com a Universidade Federal do Piauí e da Secretaria de Estadual de Agricultura, os lavradores estão sendo treinados nas técnicas de criação de tilápias e tambaquis. Essa atividade, ao lado das culturas tradicionais, trará novas fontes de alimentos e de renda para os nordestinos.

            Mas não é só em atividades agropecuárias que o Banco do Nordeste atua. Um empreendimento gigantesco de turismo está sendo formatado por ele: o Prodetur Nordeste, que já está na segunda etapa. Desenvolvido em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Prodetur Nordeste I prevê investimentos de US$ 670 milhões, dos quais US$ 400 milhões são do próprio Banco do Nordeste. Trezentos e sessenta projetos já foram concluídos ou estão em fase de execução, com benefício para 180 municípios.

            Mas o que mais chama a atenção é a perspectiva de o Banco do Nordeste se abrir à participação popular. Por intermédio de seus agentes de desenvolvimento, atua nos quase 2000 municípios de sua áreas, por intermédio de 480 profissionais, capacitados em desenvolvimento local, responsáveis pela articulação das ações do Farol do Desenvolvimento. Além disso, para os locais que não têm agências próprias, o banco leva as Agências Itinerantes. Uma novidade significativa é a promoção dos Fóruns de Clientes, cujas discussões resultam em subsídios à empresa para aperfeiçoar o apoio aos agentes produtivos da região. Mais de 6.000 pessoas já tiveram a oportunidade de participar desses fóruns e dar sua contribuição.

            Outros projetos significativos dessa agência de desenvolvimento são o Crediartesão, o Programa Jovem Empreendedor, o Fundo de Aval, a Promoção de Investimentos e Exportações, a Conservação Ambiental e o Crediamigo. Com esses programas, o Banco do Nordeste possibilita o acesso ao crédito a pessoas que, em condições normais de mercado, jamais obteriam um centavo de empréstimo; talvez nem iniciassem sua produção; nem pensariam em exportar. Isso porque, apesar do nome, não é um “banco” no sentido convencional. Que banco investiria na capacitação profissional de seus clientes? Que banco financiaria alguém que não tem bens para dar como garantia do empréstimo? Que banco apostaria em pesquisas tecnológicas? Essa é a diferença.

            Por tudo isso, não poderia deixar de me congratular, não com os gestores do Banco, mas com os nordestinos, por terem a seu dispor uma agência de desenvolvimento com tanto compromisso social. Para alcançarmos o tão sonhado “desenvolvimento sustentável e sustentado”, precisaremos contar com agências como essa. Parabéns, nordestinos! Parabéns, Banco do Nordeste!

 

            


            Modelo15/3/243:35



Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2001 - Página 24502