O SR. TEOTONIO VILELA FILHO (Bloco/PSDB - AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há poucos dias, o Presidente Fernando Henrique Cardoso nos garantiu a inclusão do Canal do Sertão Alagoano entre as obras de importância estratégica para o Governo Federal. Este simples ato político-administrativo representa mais, muito mais que a flexibilidade orçamentária e financeira que a medida permite. Na verdade, representa a viabilidade de uma obra que redimirá a economia de 32 municípios do alto sertão alagoano. Representa a concretização de um sonho de mais de 20 anos. Representa, ainda, a perspectiva real e concreta de o Estado de Alagoas encontrar a verdadeira vocação econômica para todo o seu vasto semi-árido.

            O Canal do Sertão ou o Canal do Moxotó, como também o chamam, é uma aspiração tão antiga quanto a sede de transformar em vida, riqueza e desenvolvimento a água que escoa São Francisco abaixo, sem qualquer serventia, até o mar.

            O Canal do Sertão tomará água, exatos 40 metros cúbicos por segundo, na represa de Moxotó e se estenderá por 220 quilômetros, permitindo a irrigação de 116 mil hectares em 32 municípios de Alagoas; representa um benefício direto para 700 mil pessoas que habitam a região, perspectivas de vida nova e de desenvolvimento para os Municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha, Água Branca, Olho d'Água do Casado, Piranhas, Mata Grande, Inhapi, Canapi, Carneiros, Senador Rui Palmeira, Olho d'Água das Flores e São José da Tapera.

            O Canal do Sertão beneficiará, ainda, os Municípios de Olivença, Ouro Branco, Maravilha, Santana do Ipanema, Dois Riachos, Cacimbinhas, Major Isidoro, Batalha, Jacaré dos Homens, Jamarataia, Palmeira dos Índios, Igaci, Arapiraca, Monteirópolis, Poço das Trincheiras, Minador do Negrão, Estrela de Alagoas, Palestina, Craíbas e Coité do Nóia.

            Sr. Presidente, tão importante é o Canal para nossos sertões que o Governo de Alagoas chegou mesmo a ensaiar o início das obras, mas os trabalhos pararam por falta de recursos, quando mal se havia feito a terraplanagem dos primeiros 22 quilômetros. Agora, a decisão do Governo Federal reforça a expectativa de que Alagoas, finalmente, terá nos seus sertões a vocação econômica da agricultura irrigada e da fruticultura de exportação, criando no semi-árido um novo pólo de desenvolvimento e de riquezas.

            A decisão do Presidente Fernando Henrique, que me foi comunicada em audiência conjunta com o Senador Renan Calheiros, abre novos horizontes para Alagoas, que poderá, afinal, levar sua economia além do litoral e da zona da mata e de raros pólos do agreste e das margens do São Francisco.

            O Canal do Sertão representará para os sertanejo de Alagoas a possibilidade de enxergar a esperança no futuro de suas vidas e num horizonte tão cinzento e sombrio quanto a caatinga que os cerca.

            Com a decisão do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Canal do Sertão deixa de ser apenas uma aspiração remota. Já é um projeto, e continuaremos a trabalhar, sem qualquer trégua, para que logo venha a encher de verde e de vida o áspero solo dos nossos sertões.

            Sr. Presidente, é claro que, de tão grande, o Canal do Sertão não é obra de um só Governo, mas a decisão de construí-lo, com certeza, marca um governo inteiro.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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