O SR. CARLOS PATROCÍNIO (PTB - TO) - Sr. Presidente, Sras. e Srs., Senadores, criado a partir da promulgação da Constituição de 1988, o Tocantins é a mais nova das Unidades da Federação, sobretudo se considerarmos que os outros Estados instituídos pela atual Carta preexistiam a ela, na condição de territórios federais. Apesar desses seus poucos anos de existência, nosso Estado tem se mostrado um dos mais dinâmicos, com índices notáveis de crescimento e desenvolvimento, tanto nas atividades produtivas quanto na construção de uma verdadeira justiça social.

            Apesar de ter sua economia baseada no setor agrário, especialmente voltado para a agroindústria, o Governo do Estado do Tocantins tem devotado grande atenção para o fomento, à criação e à consolidação das micro, pequenas e médias empresas, por entender que nelas reside a solução para os problemas de desemprego que afligem outras regiões do País, de desenvolvimento mais antigo e centradas na grande indústria.

            Assim, pode-se dizer que o Tocantins já nasceu sob o signo da nova economia, com uma estrutura menos dependente das grandes empresas e da presença do Estado empreendedor. Esse fato, aliás, está inscrito no lema do governo tocantinense: “o Estado da livre iniciativa”.

            Reconhecendo esse papel de nosso Estado como um novo, moderno e dinâmico pólo produtivo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu, em Palmas, um posto avançado de serviços, com a finalidade de facilitar aos empreendedores tocantinenses o acesso a informações sobre as diversas linhas de crédito oferecidas pelo Banco.

            Instalado nas dependências da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), o Posto Avançado do BNDES é o décimo sexto a ser aberto no País e o primeiro na região amazônica. Um convênio entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) - por intermédio do Serviço Social da Indústria, seção Tocantins (Sesi-To), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, seção Tocantins (Senai-TO) e do Instituto Euvaldo Lódi - e a instituição financeira de desenvolvimento foi o que possibilitou essa iniciativa pioneira em nossa região.

            Não posso deixar de ressaltar o quanto esse pioneirismo enche de orgulho todo aquele que trabalha pelo nosso Estado - o mais novo, como disse, do País e da região. O Tocantins, com essa realização, dá mais um passo no sentido do desenvolvimento equilibrado, pois são as empresas de menor porte as que mais haverão de se beneficiar com esse canal de informação, de financiamento e de capacitação, pois as empresas maiores sempre têm mais facilidade de contacto e negociação com a sede do Banco.

            A cerimônia de inauguração do Posto Avançado contou com a presença dos senhores Ruy Coutinho, chefe do Escritório de Brasília do BNDES, representando o presidente Francisco Gros; Ronaldo Dimas, presidente da Fieto; Luís Eduardo Bovolato, superintendente do Sesi-To; Rubens Carlos Neves, diretor regional do Senai-TO; e José Roberto Fernandes, superintendente do Instituto Euvaldo Lódi.

            Em seu discurso na cerimônia de inauguração, Ruy Coutinho declarou ser parte da política do BNDES, no âmbito do Plano Estratégico para o período de 2000 a 2005, o apoio às pequenas e médias empresas e às ações regionais com alto potencial de resultados para o desenvolvimento social. Como exemplo de projeto comprometido com a emancipação de segmentos populacionais até hoje excluídos, citou o convênio assinado como a nação indígena Kraho, habitante do Nordeste do Estado, para a realização de diversas obras, inclusive a abertura de uma estação comunitária de rádio.

            Por sua vez, o gerente regional Eduardo Gonçalves discorreu sobre as principais linhas de crédito oferecidas pelo BNDES, ressaltando o Fundo de Financiamento a Empreendimentos (Finem), o Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade (FGPC), o BNDES Automático e o Finame Agrícola, um dos mais procurados em nosso Estado. Declarou, ainda, que o Banco liberou para as empresas tocantinenses 57 milhões de reais em 1998, 13 milhões em 1999 e 310 milhões no ano passado. O objetivo seria chegar, nos próximos anos, aos 80 milhões de reais concedidos prioritariamente às pequenas e médias empresas.

            Do total liberado em 2000, a maior parte - cerca de 95%, de acordo com a informação fornecida por Gonçalves - foi destinado às obras da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães que, quando concluída, virá contribuir para reduzir a atual crise de fornecimento de energia elétrica.

            Já Ronaldo Dimas, presidente da Fieto, declarou-se animado com as perspectivas resultantes da presença do BNDES no Tocantins, sobretudo pela facilidade que o empresário passará a ter no acesso a informações sobre linhas de crédito. Informou, também, que três técnicos residentes em Palmas e um vindo de Araguaína receberam um treinamento especial em Brasília para poderem atender melhor os futuros clientes do Posto Avançado.

            Temos aí o primeiro benefício da instalação do posto de BNDES em nossa capital: a qualificação de especialistas tocantinenses, que servirão, com toda a certeza, de multiplicadores no Estado desse conhecimento tão importante - as modernas técnicas de administração de empresas - fator essencial para o sucesso dos pequenos negócios, mesmo em uma conjuntura econômica difícil, como essa que temos atualmente.

            O Posto Avançado do BNDES, assim, constitui mais uma vantagem que haverá de lançar o Tocantins para a frente, para um futuro de prosperidade e justiça social, fundado na economia de mercado e nas empresas de pequeno e médio porte.

            Muito obrigado.

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