O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, neste “Dia do Professor” associo-me às justas homenagens prestadas aos Mestres.

            Mas qual é o professor que estamos homenageando?

            Os pais nos transmitem os primeiros traços da nossa cultura, da nossa língua, da referência com o mundo ao qual chegamos.

            Os professores das creches, dos jardins de infância e do ensino fundamental, nos transmitem as noções iniciais de coordenação motora e nos mostram as primeiras letras, encaminhando-nos para o fascinante mundo dos livros.

            Os professores do ensino médio nos encontram adolescentes, contestadores, algumas vezes rebeldes, e nos apóiam no descortinamento do mundo que pensamos dominar.

            No início da juventude, começa a definição da vida futura, num mundo que desejamos transformar. Aí, encontramos novamente o professor, orientando-nos para a consolidação do caminho profissional ou mesmo para a especialização técnica dos que já a partir desta etapa se dirigirão para o mercado de trabalho, com uma formação profissional definida.

            Para os que podem prosseguir os seus estudos, nos cursos universitários, aí estará novamente o professor, para compartilhar o seu saber, a sua experiência.

            A partir dessa etapa, muitos se incorporam ao time dos professores, para manutenção e confirmação desse ciclo de compartilhamento e formação de novas gerações. Mas alguns prosseguem um pouco mais, em busca da excelência, com a orientação de professores ainda mais preparados, na orientação das teses e dissertações.

            Mas o ciclo ainda não está completo, Sr. Presidente. Muitas vezes, já amadurecidos, nos encontramos novamente com os pais, aqueles que têm o privilégio de com eles, às vezes, um ou outro, ainda conviverem. Já encanecidos, alquebrados, mas experientes, com o saber que só possuem os que conhecem as muitas alvoradas. Quantas vezes a eles buscamos para o aconselhamento, para a orientação que nenhuma escola pode dar.

            Mas acima de todos esses professores, está o Mestre dos Mestres, o Grande Arquiteto do Universo, Deus, que a todos ensina, em todos os níveis, onde quer que se encontre o homem.

            Costumamos homenagear o professor que está mais próximo de nós, o último deles, o atual, mas todos são merecedores dos nossos encômios e homenagens pela dedicação, pelo compartilhamento, pela orientação do saber, pela consciência de cidadania que nos transmitem.

            Nesta síntese do ciclo da vida, Sr. Presidente, encontramos sempre o professor, compartilhando, orientando, aplicando as metodologias próprias de cada etapa, mediante o desenvolvimento de competências ou capacidade de mobilização de conhecimentos e saberes variegados, para a realização de tarefas ou solução de problemas, contribuindo para a formação de novas gerações nos diversos campos profissionais e na construção de uma consciência social de participação de cada cidadão.

            Sr. Presidente, cheguei ao Senado da República como representante de um dos mais novos e modestos Estados da Federação, o Estado de Roraima, que neste mês de outubro comemora o seu décimo terceiro aniversário de organização, uma vez que nasceu com a Constituição promulgada em 1988.

            Nas plagas setentrionais de Roraima só há pouco tempo pudemos homenagear o professor em toda a amplitude de sua atuação. Por longos anos os jovens roraimenses tiveram de deixar as suas famílias e o seu meio para buscar conhecimentos em outras regiões do país.

            Sendo eu mesmo um dos jovens que tiveram de buscar em outros Estados a complementação dos estudos, conheci de perto essa realidade vivenciada pela juventude de Roraima. A partir desse conhecimento, tive o privilégio de propor, nas Casas do Congresso Nacional, a criação da Escola Técnica Federal de Roraima e da Universidade Federal de Roraima, ambas em pleno funcionamento, contribuindo para modificar por completo o contexto educacional desse novo Estado.

            De igual modo, Sr. Presidente, o atual Governador de Roraima, o Engenheiro Neudo Ribeiro Campos, que também teve de deixar o aconchego de sua família para dar continuidade aos seus estudos fora do seu torrão natal, tem implementado, com sensibilidade e objetividade, nos seus dois períodos de governo, ações fundamentais para consolidar o sistema de educação do Estado, começando pela valorização do professor em termos de capacitação e de remuneração.

            O Estado de Roraima, Sr. Presidente, focou no professor as ações para melhoria do sistema educacional. Com esse objetivo, além de implantar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), O Estado de Roraima estendeu esses benefícios também aos professores do sistema de ensino médio, proporcionando-lhes melhor remuneração.

            Por intermédio dos Projetos Caimbé e de Magistério Indígena, conseguiu Roraima a erradicação do chamado professor leigo em todas as escolas do Estado. As últimas turmas de capacitação estão concluindo agora os seus cursos.

            Na área federal, foi o Estado buscar apoio nos programas e projetos destinados ao aperfeiçoamento da educação básica com o FUNDESCOLA, a Escola Jovem e o Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP), este dedicado à educação profissional.

            Buscou-se, ainda, acordos de cooperação externos com alguns centros de excelência. Com a Universidade Batista do Missouri, Estados Unidos da América, buscou-se a capacitação de professores para escola de tempo integral, com treinamento de gestores educacionais e aperfeiçoamento para professores de língua inglesa. Com a universidade de Matanzas, Cuba, o acordo cobriu oportunidade para que 30 professores ampliassem seus estudos em nível de Mestrado. Desses, 29 já defenderam suas dissertações. Com o Instituto Universitário de Formação de Professores de Creteil, França, o acordo de cooperação tem possibilitado a preparação do corpo técnico do novo organismo de ensino superior recém-implantado no Estado.

            Com a Universidade Federal de Roraima, 560 professores encontram-se em fase de conclusão de suas licenciaturas. Com a Universidade do Amazonas, 150 professores se aperfeiçoaram em gestão e supervisão escolar e psicopedagógica.

            Ao lado desse esforço de capacitação, Roraima não se descuidou das instalações e do equipamento da sua rede escolar, para proporcionar a alunos e professores melhor ambiente físico e condições materiais adequadas para o ensino e o aprendizado.

            Mas, Sr. Presidente, com alegria e com muita honra, registro a criação do Instituto Superior de Ensino de Roraima, que teve sua aula inaugural proferida no dia 1º de outubro, e da Fundação de Educação Superior de Roraima. Este é o coroamento de todo o investimento feito na área de educação em Roraima.

            O Instituto abriu 140 vagas na sua primeira seleção e projeta para o futuro um plano de trabalho com 2.500 vagas em seus cursos. Na realidade, esse Instituto é o embrião que nasce forte como semente de uma futura Universidade Estadual.

            Nessa mesma direção, a Fundação de Educação Superior de Roraima foi criada para proporcionar os meios de sustentação patrimonial e financeira do Instituto, para que esse projeto ousado e benfazejo possa ultrapassar com êxito os períodos limitados das administrações governamentais e se projete para o futuro.

            Finalizo, Sr. Presidente, incorporando às homenagens pelo “Dia do Professor” esse conjunto de ações que valorizam e reconhecem, no presente e para o futuro, a contribuição desses brasileiros que abraçaram com denodo e empenho profissional apoiar a preparação de novas gerações, superando algumas dificuldades estruturais e conjunturais, que levam alguns ao desânimo, mas que aprimoram o ministério do professor que persiste no exercício pleno da ponte por onde fluem o saber, a cultura e os parâmetros da cidadania.

            Parabéns, professores, pelo seu dia!

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