Discurso durante a 141ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Congratulações ao Instituto do Rio Branco, responsável pela formação do corpo diplomático brasileiro.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • Congratulações ao Instituto do Rio Branco, responsável pela formação do corpo diplomático brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 25/10/2001 - Página 25999
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • ELOGIO, DIPLOMACIA, POLITICA EXTERNA, BRASIL, TRADIÇÃO, HISTORIA, ATUAÇÃO, ATUALIDADE, PROCESSO, GLOBALIZAÇÃO, AMPLIAÇÃO, COOPERAÇÃO, AMIZADE, PAIS, MUNDO, DEBATE, POLITICA INTERNACIONAL, POSTERIORIDADE, ATENTADO, TERRORISMO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, INSTITUTO RIO BRANCO, RESPONSABILIDADE, RECRUTAMENTO, SELEÇÃO, TREINAMENTO, APERFEIÇOAMENTO, CORPO DIPLOMATICO, ITAMARATI (MRE).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao longo de sua bem-sucedida trajetória institucional, e exatamente por isso, a diplomacia brasileira tem sido motivo de orgulho para todos nós. Com atuação sempre orientada por estudada discrição e pelo low profile, que a atividade, devido a sua própria natureza, recomenda e impõe, o Itamaraty mostra-se permanente credor da admiração e do respeito de todos os brasileiros. Em uma atuação concertada e regida pela prevalência de três vetores - informação, representação e negociação -, o Ministério da Relações Exteriores do Brasil inscreve-se há muitos anos no seletíssimo grupo que concentra os melhores e os mais eficazes agentes diplomáticos de todo o mundo.

            É, enfim, a refinada explicitação de uma história próxima, mas que já perpassa décadas e remonta ao período colonial de Pedro II, estadista que sempre dedicou atenção, apreço e gosto pela ação brasileira na cena internacional. Cultivou-se, assim, desde o nascedouro de nossa ação diplomática, a preocupação e a inequívoca intenção do Brasil de colocar-se com sobriedade, porém firmeza e efetividade, nos diversos âmbitos e foros em que ocorrem as relações internacionais, marcando, enfim, de forma perene, a nossa presença no exterior.

            A tradição que se foi construindo em torno daquela que chamamos Casa de Rio Branco, em merecida mas nem por isso menos generosa homenagem ao Barão, que auxiliou a demarcar e consolidar territorialmente o Brasil, confirma uma sempre renovada e vigorosa atividade diplomática. Evidencia estratégias e ações capazes de defender os interesses nacionais permanentes e transitórios, além de atuar como referência e árbitro respeitável nas sempre constantes, renovadas e aparentemente inesgotáveis disputa e querelas entre Estados.

            Hoje, mais do que nunca, voltamos os nossos olhos, muitas vezes leigos, para a diplomacia. É justamente nela que todos nós depositamos as nossas mais fervorosas esperanças, para a superação dos enormes desafios e problemas que afligem e ameaçam toda a humanidade. São questões que acabam por insinuar a iminência de riscos já cogitados, mas nunca tão próximos de eventual consumação, dentro da densa e turbulenta articulação que viabiliza a condução dos negócios do mundo.

            É necessário reconhecer que se, até recentemente, os temas propriamente diplomáticos cingiam-se, exceto pelas publicações especializadas, a breves notas em jornais, revistas, rádios e televisões do Brasil e do mundo, hoje ocupam as principais manchetes. Por isso, convidam a todos nós, do mais modesto cidadão às mais altas autoridades, a uma profunda reflexão em torno da novíssima ordem internacional, que começou a ser desenhada desde o abominável 11 de setembro de 2001.

            Como se esses sobressaltos não fossem suficientes, a ação diplomática precisa ainda acompanhar, decidir e dar conta da complexidade e dos novos desafios que alcançam a todos nas esferas da economia e da cultura, como reflexo direto da aceleração do processo de globalização.

            Para fazer frente a esses formidáveis desafios, o Ministério das Relações Exteriores conta, há mais de meio século, com uma escola de elite, assim constituída pela qualidade de seus programas e pela excelência de seus professores: é o Instituto Rio Branco, responsável pelo recrutamento, seleção, treinamento e aperfeiçoamento regular do corpo diplomático brasileiro.

            Em mais de 55 anos de história, o Instituto formou mais de 1.200 brasileiros e 122 estrangeiros, conquistando uma reputação de centro de primeira linha, no Brasil e no mundo. O Rio Branco responde ainda pela formação continuada, um imperativo da contemporaneidade, e, assim, ministra em diversos níveis, inclusive com equivalência aos dos programas de mestrado ministrados em nossas universidades, cursos de aperfeiçoamento de seus quadros diplomáticos.

            Como disse, a educação permanente, em seus distintos graus, é uma imposição dos novos tempos, da dita sociedade do conhecimento. A formação sólida e a constante atualização tornaram-se mandatórias para aqueles que, por dever de ofício, atentos sempre à perspectiva e aos interesses brasileiros, devem tratar de temas tão díspares, controversos e dinâmicos quanto paz, meio ambiente, segurança, comércio, economia e finanças, direitos humanos, tráfico de drogas e fluxos migratórios.

            Tudo isso, sem por um só instante descurar da ampliação e do fortalecimento dos laços de amizade e cooperação do País com os seus inúmeros parceiros externos, o que se dá pela implementação de ações culturais específicas, capazes de levar aos estrangeiros os modos de ser e fazer do brasileiro, ao tempo em que, com base em uma engenhosa reciprocidade - premissa de todas as ações no cenário internacional -, faculta também aos nacionais conhecer as melhores expressões dos distintos povos com os quais nos relacionamos.

            Portanto, Sr. Presidente, encerrando esta curta intervenção, quero congratular-me com os quadros discente e administrativo do Instituto Rio Branco, mas, sobretudo, com os diplomatas brasileiros, todos eles concursados, e oriundos, diga-se de passagem, de concursos que se situam nos mais altos níveis de exigência. Sob a liderança da inteligência, do descortino e da sensibilidade do ministro Celso Lafer, esses profissionais prestam diuturnamente, e com freqüência de forma anônima, relevantes serviços ao Brasil e aos brasileiros.

            Muito obrigado.


            Modelo15/3/2410:32



Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/10/2001 - Página 25999