Pronunciamento de Maria do Carmo Alves em 08/11/2001
Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Transcrição da reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de 29 de outubro, intitulada "Velho Chico dá charme rústico a Sergipe".
- Autor
- Maria do Carmo Alves (PFL - Partido da Frente Liberal/SE)
- Nome completo: Maria do Carmo do Nascimento Alves
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
TURISMO.:
- Transcrição da reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de 29 de outubro, intitulada "Velho Chico dá charme rústico a Sergipe".
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/11/2001 - Página 28137
- Assunto
- Outros > TURISMO.
- Indexação
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- LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DESCRIÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO, IMPORTANCIA, TURISMO, PRODUÇÃO, RENDA, ESTADO DE SERGIPE (SE).
A SRª MARIA DO CARMO ALVES (PFL - SE ) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a Folha de S. Paulo, em sua edição de 29 de outubro p.p., publicou no caderno “Folha Turismo” reportagem de Fábio Eduardo Murakawa intitulada “Velho Chico dá charme rústico a Sergipe”.
A reportagem descreve, de forma singular, uma das regiões mais belas de nosso país: a foz do rio São Francisco. O jornalista, com grande mestria, discorre sobre o cenário, a vida da população ribeirinha, suas dificuldades e em especial as atrações turísticas do Baixo São Francisco.
A matéria, trata de um dos pontos turísticos de Sergipe, onde a beleza natural, o artesanato, e os festejos das cidades são seus principais atrativos.
Como se vê, Sr. Presidente, a reportagem destaca o potencial turístico do Estado de Sergipe e que, hoje, é uma das nossas principais fontes de renda.
O Brasil é privilegiado por suas belezas naturais. De norte a sul, de leste a oeste, em todo o território, vemos o encanto da natureza com sua exuberância. O Nordeste não é diferente. Com clima quente, pouca chuva, boa comida, povo hospitaleiro e praia de águas mornas atrai turistas brasileiros e estrangeiros.
O turismo é a indústria mais barata e limpa que temos e encontra-se em larga escala no nosso país. Por isso, deve ser apoiado, estimulado e divulgado em todos os seus aspectos.
Em “Velho Chico dá charme rústico a Sergipe”, diz o jornalista:
Ao sul, na Bahia, o cenário onde se desenrola a trama de “Tieta do Agreste”, obra de Jorge Amado. Ao norte, a foz do rio São Francisco, na divisa com Alagoas.
São dois pontos mais belos do litoral brasileiro e entre eles estende-se o solo de Sergipe.
Apesar de sua pequena extensão, o Estado abriga cenários variados. Possui 174 km de praias, cidades históricas, como São Cristóvão, e a rusticidade do sertão.
O que diferencia Sergipe, e também Alagoas, de qualquer outro local no Nordeste, porém, é o privilégio de guardar o último trecho de um dos rios mais importantes do país: o São Francisco.
Um pequeno vilarejo no município de Brejo Grande, é o ponto final do trajeto de 2.700 km que o Velho Chico percorre entre o sul de Minas Gerais e o oceano Atlântico. É também um dos pontos mais bonitos de todo o rio.
Na margem sergipana, entre o rio e o mar, está a Vila do Cabeço, onde cerca de 80 famílias vivem de maneira ainda rudimentar. As casas são feitas de folhas de coqueiro, e seus moradores vivem sobretudo da pesca e da caça.
Do outro lado do rio, em Alagoas, estende-se uma longa faixa de dunas. Existem ali pequenas lagoas formadas pelas cheias do rio São Francisco, que são usadas como balneários pelos turistas.
Entre uma margem e outra, barcos a vela deslizam no silêncio, quebrado apenas pelos motores das lanchas dos pescadores, conhecidas como “tó-tó-tó” devido ao ruído que produzem.
Mas a beleza desse cenário ganha contornos inusitados se o turista tem conhecimento do que está acontecendo com o rio e, por conseqüência, com a rotina dos moradores da região.
A mão do homem fez a natureza enlouquecer, e fenômenos curiosos ocorrem no encontro do São Francisco com o mar.
O ano é de seca severa, e as usinas hidrelétricas retém as águas em seus reservatórios. Com isso, a vazão do rio na foz, já enfraquecida por causa das barragens, está ainda menor, e o mar avança em direção ao continente.
Os moradores do Cabeço foram os primeiros a sofrer as conseqüências. Já há cinco anos o vilarejo foi invadido pelo mar, e os ribeirinhos reconstroem as casas a cada ano, fugindo das águas do oceano.
Ao turista que chega para uma visita, os nativos oferecem passeios de charrete pela vila, cobrando cerca de R$ 1,00 por pessoa.
O dinheiro, segundo os moradores, será usado para compra de materiais de construção. Eles pretendem construir uma igreja, pois a antiga também se encontra embaixo d’água.
O único ponto visível da velha Cabeço é o farol antes usado para orientar as embarcações. Ele está hoje dentro do mar.
Cerca de 40 km rio acima, fica o vilarejo de Carrapicho, no Município de Santana do São Francisco. Quase toda a população local vive do artesanato, cujas peças são elaboradas com a argila retirada da várzea.
Nesse trecho do São Francisco há outra prova do que o rio está enfraquecendo. Os pescadores da vizinha Penedo, cidade histórica de Alagoas, pescam constantemente peixes de água salgada.
Outro belo trecho está logo acima da usina hidrelétrica de Xingó. Ali, o São Francisco é formado por um cânion.
O acesso é feito pelo Município de Canindé de São Francisco, no semi-árido sergipano.
No caminho entre Aracaju e Xingó, cerca de duas horas de carro, a paisagem vai se alterando. Primeiro o litoral, onde predominam os coqueiros. Aos poucos, eles dão lugar aos arbustos e às plantações de cana-de-açúcar, na zona da mata.
Já próximo ao ponto de chegada, o que se vê são os cactos e as imensas formações rochosas. Canindé de São Francisco está em pleno sertão. O Mais belo passeio ali é subir o rio até a gruta do Talhado, no meio do cânion do São Francisco”.
Era o que tinha a dizer.
Muito Obrigada.