O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PFL - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a deferência da Mesa e do eminente Senador Casildo Maldaner, que me permite usar uma parte do seu tempo para fazer um registro que considero significativo.

A crise energética que se abateu sobre o País frustrou o sonho e o sentimento de muitos brasileiros, notadamente da valorosa gente nordestina, não só pelas suas conseqüências, mas também, e principalmente, por esfriar um plano que já tomava conta da cabeça desses irmãos, que era a transposição das águas do milagroso, do extraordinário rio São Francisco. A transposição do rio para outros Estados, certamente disseminaria a esperança e criaria a oportunidade de se aproveitar um extraordinário potencial de produção, principalmente de frutas, algo já mostrado pela região de Petrolina e Juazeiro.

Seguramente, com a falta de chuvas, houve o esvaziamento do Velho Chico, que mostra as suas vísceras, que mostra bancos de areia por todo lado, já que não tivemos o cuidado, desde tempos atrás, ao explorarmos as potencialidades desse rio e da sua extraordinária bacia, de preservá-lo. Permitimos que o assoreamento ocorresse, a utilização predatória, comprometendo substantivamente a extraordinária capacidade desse rio de geração de energia e também o uso múltiplo e milagreiro de suas águas.

            Toma posse, hoje, no Ministério da Integração, um Senador da Paraíba, um homem que viveu de perto as agruras e os sofrimentos da gente nordestina, e que embalou esse sonho da transposição das águas do rio São Francisco com muito entusiasmo. O Senador Ney Suassuna assume o Ministério da Integração Nacional num momento interessante e delicado da vida do nosso País, que parece se revelar maior do que as suas crises, do que as suas próprias dificuldades e já sinaliza com as possibilidades de, num tempo muito anterior ao que se esperava, se mitigarem os efeitos da crise energética.

            Ainda não choveu o suficiente na região nordestina para que possamos ver o rio São Francisco cheio, alegrando as suas populações, mas a integração das bacias, Sr. Presidente, foi um tema discutido aqui e em países desenvolvidos, que promoveram a integração entre regiões importantes do seu território. Essa discussão alentou a possibilidade de transposição do São Francisco e a sua interligação com a bacia do Tocantins.

Seguramente, com a posse do Senador Ney Suassuna, esse assunto voltará à baila e à discussão, para a alegria e o restabelecimento da esperança da valorosa gente nordestina de que é possível, com a integração das bacias, com a potencialidade hídrica do Tocantins, acalentar o sonho de ter água para beber, para gerar energia elétrica, para estimular a produção agropastoril e, enfim, permitir que uma região tão importante como o Nordeste possa reacender a chama da esperança de ver a integração nacional, este Brasil sendo tratado como um todo, como um único País, de apenas uma irmandade.

Era o registro que eu queria fazer, Sr. Presidente, acreditando também que, com a posse do novo Ministro, o assunto da reintegração das bacias seja retomado, para o bem do Nordeste e do Brasil.