Discurso durante a 160ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao ministro da agricultura, Pratini de Moraes, para que tome providências objetivando combater o surto epidêmico da varíola bovina, no Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PECUARIA. :
  • Apelo ao ministro da agricultura, Pratini de Moraes, para que tome providências objetivando combater o surto epidêmico da varíola bovina, no Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 23/11/2001 - Página 29367
Assunto
Outros > PECUARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DIVULGAÇÃO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, EPIDEMIA, VARIOLA, BOVINO, ALCANCE, MAIORIA, PROPRIEDADE RURAL, VALE DO PARAIBA, IMPEDIMENTO, PRODUTIVIDADE, LEITE, INEFICACIA, ADOÇÃO, MEDIDA PREVENTIVA, PECUARISTA.
  • SOLICITAÇÃO, PRATINI DE MORAES, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), PROVIDENCIA, COMBATE A PESTE, IMPEDIMENTO, RISCOS, PROPAGAÇÃO, REBANHO, PAIS.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (Bloco/PSDB - TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em virtude de um extraordinário esforço desenvolvido pelo Governo do Estado do Tocantins, que contou com a colaboração decisiva da grande maioria dos pecuaristas da região, foi essa unidade federada declarada área livre da febre aftosa, com a correspondente certificação expedida pela Organização Internacional de Epizootias.

            Os técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins agem como autênticos investigadores policiais, não dando trégua aos pecuaristas que eventualmente deixem de vacinar seu rebanho, a fim de que o status de zona livre da aftosa seja sempre mantido, abrangendo as seis milhões e duzentas mil cabeças do gado bovino tocantinense.

            Ocorre, no entanto, Sr. Presidente, que uma nova e grave ameaça paira não apenas sobre o rebanho do Tocantins, mas sobre o de todo o Brasil, que é a varíola bovina.

            Essa moléstia, como se sabe, ataca fundamentalmente as tetas das vacas, impedindo a produção de leite e alastrando-se por todo o rebanho.

            Consoante notícia publicada no prestigioso jornal Folha de S. Paulo (AGROFOLHA), edição de 20 do corrente mês de novembro, a varíola bovina vem se espalhando pela região do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, já alcançando cento e dez fazendas e infectando oitocentas vacas e setenta trabalhadores.

            O levantamento em questão, que demonstra a gravidade da situação, foi elaborado pelo Escritório de Defesa Agropecuária de Guaratinguetá, da Secretaria de Agricultura de São Paulo, havendo fundamentada preocupação, entre os pecuaristas, de que a situação fique completamente fora de controle.

            Segundo a matéria jornalística a que nos reportamos, a atitude do governo paulista é de fechar as fazendas onde são detectados focos de varíola, a fim de evitar o trânsito de animais, mas essa estratégia, ao que tudo indica, não está sendo eficaz, porquanto a doença insiste em alastrar-se.

            Aliás, o avanço da moléstia processa-se, também, através dos trabalhadores rurais, que podem transportar o vírus de um local para outro, pois, de acordo com o pecuarista Jorge Rubez, presidente da “Leite Brasil”, basta um rurícola estar com o pé sujo e pisar no capim para contaminar vacas que nele se deitem.

            Há várias medidas que podem ser adotadas para conter esse surto epidêmico, que pode rapidamente espalhar-se por todo o País.

            Uma delas, em concordância com a pesquisadora Maristela Pituco, pesquisadora do Instituto Biológico de São Paulo que foi a primeira a diagnosticar a doença, é a rigorosa higienização da sala de ordenha, considerada a fórmula mais eficaz para prevenção da enfermidade, eis que inexiste vacina contra essa modalidade de varíola.

            Aliás, a varíola bovina é infecção causada pelo vírus orthopoxvirus em vacas leiteiras, com pústulas nas tetas e no corpo, sendo transmissível ao homem.

            Nesse contexto, temos para nós que providências de âmbito nacional devem ser implementadas objetivando não apenas combater o surto epidêmico que ocorre no Vale do Paraíba, como também evitar que a infecção se alastre para o resto do Brasil, colocando em risco todo o nosso rebanho bovino.

            É apelo que, desta tribuna, fazemos ao ilustre Ministro Pratini de Moraes, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

            Era o que tínhamos a dizer. Muito obrigado.

 

            


            Modelo14/30/242:44



Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/11/2001 - Página 29367