O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (Bloco/PSDB - TO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, sem embargo de todas as dificuldades no âmbito interno e da crise sem precedentes que assola a economia mundial desde os atentados de onze de setembro, assim como a situação da Argentina, que, como reconhece seu próprio ministro da economia, Domingos Cavallo, encontra-se à beira do abismo, há um fato incontestável: o Brasil não entrou na crise apocalíptica que muitos profetas catastrofistas previam. Muito pelo contrário: como reconhecem os economistas dos mais variados matizes, está em processamento uma retomada do desenvolvimento industrial e agrícola, acompanhada de uma acentuada queda nas cotações da moeda norte-americana, hoje mais próximos de nossa realidade.

            A propósito, no nosso Estado do Tocantins, a denominada “crise” é um fator estimulante do desenvolvimento, e muitas iniciativas estão sendo empreendidas.

            Vamos, neste breve pronunciamento, enumerar alguns fatos e dados, para que o País tome conhecimento do que está a acorrer nas terras tocantinenses.

            Por exemplo, logo depois da inauguração da primeira fase da Usina Hidroelétrica Luís Eduardo Magalhães, no Lajeado, já foi instalada uma segunda turbina, com capacidade de gerar 180,5 Megawatts, que em vinte ou trinta dias já estará em fase de testes, e que dobrará a produção atual, alcançando trezentos e sessenta e um Megawatts como o consumo total de energia elétrica em todo o Estado não passa de cento e quarenta Megawatts, o Tocantins já é, virtualmente, um exportador de eletricidade, bem tão carente e tão necessário ao desenvolvimento nacional.

            Além disso, mais duas grandes usinas hidroelétricas, de São Salvador e Santa Izabel, já têm os respectivos leilões para concessão à iniciativa privada confirmados pela Agência Nacional de Energia Elétrica, no próximo dia trinta, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Serão investimentos de dois vírgula três bilhões de reais que serão injetados na economia do Estado do Tocantins, garantindo a geração total de mil trezentos e vinte e oito Megawatts, com oferta de dez mil empregos diretos.

            Por outro lado, devido à sua política de desenvolvimento, que vem atraindo investidores nacionais e internacionais, mais e mais empreendedores estão investindo no Estado. Recentemente, por exemplo, o ministro adjunto do Brasil na França, Adalnio Ganen, visitou o Tocantins, a fim de avaliar suas potencialidades para o mercado francês, eis que há muitos empresários daquela nação interessados em investir no ramo de hotelaria e de importar produtos locais, como, aliás, já faz o Grupo Carrefour, que adquire o excelente abacaxi produzido em nossa região.

            Até mesmo em regiões consideradas menos desenvolvidas, como o Bico do Papagaio, que, no passado, ficou tristemente conhecida como região de graves conflitos fundiários, hoje estima-se em trinta por cento o crescimento de sua produção agrícola, pois os produtores rurais estão estimulados com a previsão de bons preços e a recente pavimentação de várias estradas de rodagem, o que facilitou o escoamento da produção. Só as lavouras de milho e feijão tiveram, neste ano, acréscimo de quarenta por cento da área de plantio, e pequenos produtores estão desenvolvendo projetos de piscicultura, com produção média, por produtor, de vinte a trinta toneladas por ano.

            Aliás, é preciso também assinalar que, em conseqüência de acordo sanitário que está sendo celebrado entre o Brasil e a República Popular da China, e conseqüente facilitação de exportação de produtos como a carne bovina in natura, o Tocantins, que já dispõe do certificado de zona livre da febre aftosa, vai aumentar suas exportações para aquele país asiático de duzentas para quinhentas toneladas.

            Não podemos deixar de mencionar, também, que a região de Palmas está, particularmente, vivendo um autêntico “boom” desenvolvimentista. Segundo dados apurados pela Junta comercial do Estado, na Capital houve um crescimento de quase cem por cento de novas empresas abertas, especialmente nos segmentos de comércio e serviços. E novos investimentos estão sendo programados, como a instalação, há trinta quilômetros de Palmas, de uma fazenda de criação de avestruzes, com, inicialmente, quinhentas matrizes.

            É essencial, igualmente, assinalar que o comércio tem crescido extraordinariamente no Tocantins. Basta registrar que esse setor da economia, de janeiro a outubro de 2001, alcançou um incremento de doze vírgula dezenove por cento, quando a média nacional foi de apenas dois vírgula cinqüenta e quatro por cento. São dados levantados pelo Instituto Fecomércio de Pesquisa de Desenvolvimento que, durante dois anos, pesquisou o crescimento desse segmento em nosso Estado.

            Esses, Senhor Presidente, são apenas alguns dados que queríamos divulgar nesta oportunidade, e que demonstram a positividade e a motivação do Governo, da população, e dos investidores, que acreditam no excepcional potencial econômico do Tocantins.

            Era o que tínhamos a dizer. Muito obrigado

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