Discurso durante a 165ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento contrário à privatização da Companhia Energética de Goiás, registrando o compromisso do PMDB daquele Estado de anular a venda da companhia no caso de eleger o próximo governador. (como lider)

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRIVATIZAÇÃO.:
  • Posicionamento contrário à privatização da Companhia Energética de Goiás, registrando o compromisso do PMDB daquele Estado de anular a venda da companhia no caso de eleger o próximo governador. (como lider)
Publicação
Publicação no DSF de 30/11/2001 - Página 29883
Assunto
Outros > PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), TENTATIVA, PRIVATIZAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS DE GOIAS S/A (CELG), INFORMAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), SINDICATO, TRABALHADOR, EMPRESA, AJUIZAMENTO, AÇÃO JUDICIAL, SUSPENSÃO, LEILÃO.
  • COMENTARIO, REDUÇÃO, PREÇO MINIMO, CENTRAIS ELETRICAS DE GOIAS S/A (CELG), MOTIVO, CRISE, ENERGIA ELETRICA, ANALISE, IMPORTANCIA, EMPRESA PUBLICA, ELETRIFICAÇÃO RURAL, AUSENCIA, LUCRO, BENEFICIO, POLITICA SOCIAL.
  • ACUSAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE GOIAS (GO), ESFORÇO, VENDA, CENTRAIS ELETRICAS DE GOIAS S/A (CELG), OBTENÇÃO, DINHEIRO, FINANCIAMENTO, CAMPANHA ELEITORAL.
  • ANUNCIO, COMPROMISSO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ESTADO DE GOIAS (GO), POSSIBILIDADE, VITORIA, ELEIÇÕES, GOVERNADOR, ESFORÇO, ANULAÇÃO, PRIVATIZAÇÃO.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em Goiás, a despeito de todas as complicações geradas com a crise energética e da importância que a Companhia de Energia do Estado de Goiás, a Celg, representa para a nossa economia, o Governo local insiste em levar adiante a proposta de privatização da empresa. Se for efetivada, será um golpe duríssimo nos goianos, que perderão seu maior patrimônio e terão de arcar com as conseqüência que naturalmente virão.

A privatização da Celg representa uma traição ao povo goiano. Sua permanência nas mãos do Estado foi um compromisso assumido pelo atual Governador durante toda a campanha. Mas esse torna-se um fato menor diante dos prejuízos que teremos, até porque, em se tratando do Governador Marconi Perillo, prometer e não cumprir tornou-se um fato extremamente corriqueiro.

Nos Estados em que o setor de energia foi privatizado, houve um aumento nos problemas de abastecimento e crescimento nas tarifas. Como se não bastasse, no caso de Goiás, a Celg ainda tem um papel social fundamental a cumprir, que é o de levar energia a vilarejos e povoados e às pequenas propriedades rurais que ainda não contam com esses serviços. Um tipo de obra que uma empresa privada se recusa a fazer, porque são investimentos cujos lucros não são compensatórios. Nas mãos do Estado é diferente, porque o lucro a que o Estado visa é o social.

Juntamente com outros partidos políticos, como o Partido dos Trabalhadores, e com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa, o Stiueg, estamos com ações na Justiça Federal para suspender o leilão da empresa, marcado para 18 de dezembro, depois de ter sido adiado inúmeras vezes, a última delas em função de uma decisão judicial.

A nossa luta é para preservar esse patrimônio goiano. A privatização da Celg, por si só, é uma irresponsabilidade. Nas atuais circunstâncias, trata-se de um crime inominável.

Vejam bem. Como se trata de uma empresa altamente viável, quando foi anunciada a sua privatização surgiram inúmeros grupos nacionais e internacionais interessados na sua compra. Com os problemas advindos da crise de energia, no entanto, uma a uma essas empresa foram se retirando do processo, restando apenas uma, a Tractbel, da Bélgica.

Com apenas um interessado, a possibilidade de que possa haver ágio na venda da empresa deixa de existir, ou seja, se realmente for privatizada, a Celg será vendida pelo irrisório valor de R$1,4 bilhão, o equivalente a apenas US$560 milhões.

Para se ter uma idéia do quanto é baixo esse valor, basta lembrarmos que a Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, que é apenas uma geradora de pequeno porte, portanto de valor muito menor do que a distribuidora, foi privatizada há quatro anos por mais de US$700 milhões, bem mais cara do que a própria Celg, que é a empresa mais interessante, do ponto de vista financeiro, do Estado de Goiás.

A irresponsabilidade do Governo fica muito clara diante desses números. A busca desesperada por recursos fáceis para serem usados no ano da eleição passou a ser o mais importante. Os prejuízos que serão causados ao Estado e ao povo não estão sendo considerados pelo Governador de Goiás e sua equipe. Vale apenas o criminoso pragmatismo eleitoral, a ânsia por dinheiro, a obsessão pelo desejo de permanecer no poder a todo custo.

É contra isso que estamos lutando, nós do PMDB, os Líderes do Partido dos Trabalhadores, com o apoio de dezenas de entidades representativas da sociedade. Na Justiça, continuamos com três ações para suspender o leilão, confiando na sensibilidade do Poder Judiciário para barrar esse processo.

Mas nossa luta vai além. O PMDB de Goiás acaba de tomar uma séria e sábia decisão, um compromisso público com a sociedade: caso a privatização se concretize nos termos propostos pelo Governo do Estado, no próximo ano, se o PMDB vencer as eleições, iremos lutar para anular a privatização da Celg.

Sr. Presidente, requeiro a V. Exª que dê como lido o restante do meu pronunciamento, por ser de interesse de mais de cinco milhões de goianos, para que fique registrado nos Anais desta Casa.

            Para concluir, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é impressionante observar que esse Governo, o Governo de Goiás e o Governo do Brasil, que deixou que o nosso País chegasse ao cúmulo do racionamento de energia, mantenham-se impassíveis diante do processo de privatização, que tem apenas prejudicado o setor em todo País.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MAGUITO VILELA EM SEU PRONUNCIAMENTO:

(A ser publicado na forma do art. 210 do Regimento Interno.)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/11/2001 - Página 29883