O SR. MAURO MIRANDA (PMDB - GO. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com imensa satisfação que ocupo a tribuna do Senado Federal para manifestar emoções distintas em relação aos resultados obtidos pela CPI do Futebol.

Inicialmente, devo congratular o Presidente Álvado Dias e o Relator Geraldo Althoff pela maneira como se portaram ao longo dos últimos meses, honrando esta Casa com uma conduta ilibada desde o período das investigações e depoimentos até à divulgação do relatório final - que está se processando neste momento -, que aponta grande parte das mazelas praticadas por pessoas de expressão no futebol brasileiro.

O sentimento de orgulho por ver o Senado Federal tão bem representado, resgatando credibilidade junto à Nação, como não poderia deixar de ser, é acompanhado com grande preocupação quanto ao rumo do nosso futebol a partir de agora. A caixa-preta foi aberta, restando ao Ministério Público e à Justiça não nos decepcionar, os parlamentares e a sociedade em geral.

A maior indignação, porém, vem das arquibancadas, das cadeiras. É para o abnegado torcedor do Flamengo, do Corinthians, do Palmeiras, do Goiás, do Vila Nova, enfim, o torcedor apaixonado por futebol e pela seleção brasileira, que deve ser dada um resposta urgente das autoridades responsáveis. Chega de impunidade, de desmandos, de falcatruas!

Tudo aquilo que a CPI do Futebol apresentou em seu relatório é o mais puro retrato de um esporte que necessita urgentemente de uma limpeza geral. Quem errou tem que pagar, independente do grau de importância e popularidade que apresentem.

As provas levantadas pela CPI do Futebol são irrefutáveis e todos os acusados tiveram um amplo direito de defesa. Se outros nomes ainda precisam ser investigados, como pregam alguns poucos críticos do relatório, o importante é que se está dando o primeiro passo para moralizar a principal paixão do brasileiro. Certamente, os resultados até aqui levantados terão amplos desdobramentos caso haja punição rigorosa aos acusados. Está na hora de acabar com essa história de que o futebol “é terra de ninguém”.

Pesquisa feita pela Rede Globo durante a sua programação esportiva dessa quarta-feira, momento em que eram definidos os semifinalistas do Campeonato Brasileiro, apontou que quase 58% dos entrevistados, via Internet, acreditam que “tudo vai continuar como está no futebol brasileiro, independentemente do relatório apresentado pela CPI do Futebol”. Nós, homens públicos, precisamos colocar um ponto final nesse descrédito do povo brasileiro.

Se erros foram cometidos em outras oportunidades, o Senado Federal, mais uma vez, deu demonstração inequívoca do seu valor perante a Nação. Espero, para o bem do futebol brasileiro e do seu povo, tão apaixonado, principalmente em época de Copa do Mundo, que aquele ditado “de tudo acabar em pizza” seja banido de uma vez por todas no Ministério Público e na Justiça.

Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para destacar a atuação de V. Exª na CPI do Futebol - a qual tem apoiado firme e decididamente -, que chega a uma conclusão tão importante neste momento. Aplaudo V. Exª e o Senado como um todo pelo fato de estar chegando a esta Casa o projeto da impunidade, que, já discutido e votado nesta Casa sob a relatoria do Senador José Fogaça, foi para a Câmara dos Deputados, lá permaneceu por muitos anos e, pela voz firme de V. Exª, que pedia o retorno rápido a esta Casa para ser votado, chegou hoje para a tranqüilidade de todos nós. Chega a esta Casa a lei da impunidade. Tenho certeza de que, com a diligência e com a liderança de V.Exª, brevemente, estaremos votando essa lei tão importante, que virá moralizar todas as instituições deste País, especialmente do Congresso Nacional. Não poderíamos deixar de fazer lei tão importante. O que vale aqui é a palavra, a voz e o voto. O restante, as mazelas, a corrupção têm de ser condenadas, e que paguem todos aqueles que tiverem cometido qualquer crime.

Parabéns a V. Exª, neste momento, por duas razões fortes: pela CPI do Futebol, que entrega hoje o seu relatório e também pelo retorno a esta Casa da Lei de Imunidade Parlamentar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.