Discurso durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Protesto diante do anúncio de elevação das tarifas públicas. Apelo aos Deputados Estaduais do Paraná para que rejeitem os aumentos de impostos pretendidos pelo Governo daquele Estado.

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PARANA (PR), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Protesto diante do anúncio de elevação das tarifas públicas. Apelo aos Deputados Estaduais do Paraná para que rejeitem os aumentos de impostos pretendidos pelo Governo daquele Estado.
Publicação
Publicação no DSF de 07/12/2001 - Página 30377
Assunto
Outros > ESTADO DO PARANA (PR), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, PROTESTO, POPULAÇÃO, ESTADO DO PARANA (PR), ANUNCIO, JAIME LERNER, GOVERNADOR, AUMENTO, TARIFAS, IMPOSTOS, ENERGIA ELETRICA, AGUA, IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEICULOS AUTOMOTORES (IPVA), PEDAGIO, RESULTADO, CRESCIMENTO, INFLAÇÃO, PREJUIZO, TRABALHADOR.
  • NECESSIDADE, DEPUTADO ESTADUAL, VOTO CONTRARIO, PROJETO DE LEI, AUMENTO, TARIFAS, IMPOSTOS, RECUPERAÇÃO, CONFIANÇA, OPINIÃO PUBLICA.

O SR. OSMAR DIAS (Bloco/PDT - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro o protesto do povo do meu Estado contra o tarifaço, o anunciado aumento das tarifas. Subirá o preço da energia elétrica - que se anuncia será entre 20% e 30% -, o custo da água, em 18%; já tivemos o aumento do pedágio, no dia 1º de dezembro, em 19,35%; o IPVA subirá. Só não vai subir o salário do trabalhador, que, aliás, não sofre reajuste há sete anos. Por isso, ocorrem as greves dos professores de universidades públicas e dos servidores do INSS. Sem saber como o trabalhador vai pagar, o Governo permite esse aumento, contribuindo para que a inflação do próximo ano suba e que as tarifas participem disso em 50%.

Sr. Presidente, o Governo Federal e o Governo estadual, juntos, estão contribuindo para o aumento da inflação de 2002. Não vejo nenhum fundamento ou justificativa para tais aumentos. E o pior: o Governador do Paraná, Sr. Jaime Lerner, encaminhou projeto de lei que já passou por uma comissão na Assembléia Legislativa e deverá ser votado em regime de urgência, porque assim quer S. Exª, aumentando em 1% o ICMS da telefonia, da energia elétrica, dos combustíveis, dos cigarros e das bebidas alcoólicas.

Sr. Presidente, além do aumento das tarifas que incide diretamente na deterioração do salário do trabalhador, que terá de tirar um pouco mais do bolso para pagar a energia elétrica, a água, o IPVA e o pedágio, também ele terá de pagar, de forma indireta, pelo aumento do custo da indústria e da agricultura porque água, energia elétrica e telefone são instrumentos essenciais e necessários para a produção agrícola e industrial. É claro que o custo de produção aumentado resultará no aumento do preço da mercadoria para o consumidor. O trabalhador pagará, portanto, pelo aumento direto e pelo preço da mercadoria que será majorado em função do crescimento dos preços das tarifas.

Sr. Presidente, não poderia deixar de registrar este protesto. É preciso que a Assembléia Legislativa tenha um pouco de respeito - pelo menos uma parte dos Deputados que votaram a favor da venda da Copel - e consiga agora se recuperar perante a opinião pública. É a oportunidade de todos os Deputados estaduais se recuperarem diante da opinião pública, votando contra o projeto de lei que propõe aumento de impostos e tarifas, para que o trabalhador tenha seu salário preservado.

Daqui a alguns dias, creio eu, estaremos votando a correção da tabela das alíquotas do Imposto de Renda, medida necessária para tornar menos injusto o pagamento desse imposto por parte dos trabalhadores. No entanto, de nada adianta tomarmos medidas, se, nos Estados, assembléias e governos continuarem combinados, majorando tarifas, minando o salário dos trabalhadores, que não têm aumento.

Era o que tinha dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/12/2001 - Página 30377