O SR. LUIZ OTÁVIO (Bloco/PPB - PA) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, as “peladas” se tornaram uma tradição e referência no futebol de quaisquer comunidades no país, em cidades e vilarejos de qualquer porte, inclusive nas áreas indígenas. As bolas de meia e, não raro, qualquer objeto que, mesmo não completamente esférico, possa ter alguma possibilidade de rolar, continuam fazendo a festa e a alegria, especialmente em fins de semana, em muitas ruas, praças e campinhos que ainda possam ser encontrados a salvo do crescimento das localidades e das avalanches da indústria imobiliária.

Sr. Presidente, grandes craques têm saído desses cenários simples, mas movimentados. Alguns brilham nos times de clubes organizados, galgam os degraus das divisões de base e chegam ao estrelato dos grandes times, inclusive no exterior. Outros “peladeiros” de ontem ou de hoje, mais voltados para os estudos e atividades empresariais, públicas e políticas, têm se tornado, em todos os tempos, craques nas carreiras que abraçaram, alguns ainda insistindo em rápidos bate-bolas, a despeito do peso da idade e conseqüente deformação física.

Poucos, entretanto, perdem as ocasiões em que possam rememorar os feitos e mergulhar nas lembranças dos bons tempos. Embora nem sempre haja possibilidade de reedição das jornadas e jogadas que renderam conquistas e troféus, os veteranos se juntam aos mais novos nas celebrações dos eventos e nas recordações que compõem a própria história das agremiações “peladeiras”.

No último fim de semana, dezenas de veteranos de um desses famosos times de peladas se entregaram às alegrias do reencontro e rememoraram momentos e feitos dos tempos de ontem. Foi a comemoração dos 50 anos de origem do ABC - o Atlético Batista Campos, nascido do time do “Capinzal”, do Colégio Progresso Paraense, do bairro e, depois, transformado num dos expoentes das “peladas” futebolísticas do Pará. É o time de peladas mais antigo do país.

Hoje eles são profissionais liberais, empresários, políticos e dirigentes de instituições públicas e privadas. Os afazeres do dia-a-dia os afastaram do convívio diário, marcado, principalmente, pelas “assembléias gerais” de quase todas as noites no banco da praça Batista Campos, quase na esquina da rua dos Tamoios, em frente ao então Centro Comercial do mesmo nome, em terreno hoje ocupado pelo edifício “Sílvio Meira”. O cinqüentenário do ABC permitiu, assim, a oportunidade para que todos se revissem e se confraternizassem em plena época natalina.

Ao registrar o transcurso dos 50 anos de existência do ABC - Atlético Batista Campos, esta Casa tanto fará inserir em seus Anais um evento que vale a pena ser celebrado, como tributará nossas homenagens a todos os times voltados para o futebol-pelada e seus “peladeiros”, exaltando os remanescentes a que continuem a desenvolver a salutar prática esportiva, tão necessária ao lazer e ao espírito esportivo de todas as gerações, em todos os lugares e sempre.

A manhã-tarde de lazer e almoço dos 50 anos de origem do ABC - Atlético Batista Campos, no sábado, reuniu dezenas de veteranos das peladas de outrora e das “assembléias gerais” no banco da praça Batista Campos em frente ao então centro comercial do mesmo nome e hoje edifício “Sílvio Meira”, na esquina da rua dos Tamoios. O ponto alto foi a homenagem ao ilustre torcedor de sempre e hoje almirante comandante do IV Distrito Naval, Kleber de Assis, a quem foi entregue plaqueta comemorativa. O ponto baixo, foi o cancelamento da partida dos veteranos, que teria 5 minutos de duração contra 85 de descanso. Faltou a andiroba para aliviar os traumas musculares a que os “atletas” estariam irremediavelmente condenados.

Era o que eu tinha dizer Sr. Presidente.