O SR. WALDECK ORNELAS (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil ganhou, na última sexta-feira, em ato presidido pelo Vice-Presidente Marco Maciel, uma importante unidade industrial. Refiro-me à planta da Monsanto, instalada em Camaçari, na Bahia, que terá, de imediato, um reflexo positivo da ordem de US$300 milhões na nossa balança comercial.

            No momento em que se chega a afirmar que a opção é "exportar ou morrer”, a planta da Monsanto vem substituir importações da ordem de US$150 milhões e adicionar exportações de mais outros US$150 milhões. O investimento inicial envolveu US$350 milhões, na própria planta industrial, a que se acresceram outros US$100 milhões, investidos pelas empresas do próprio pólo, que tiveram que assim proceder para corresponder ao fornecimento de utilidades e matérias-primas para aquela indústria. Estima-se que outros US$200 milhões serão posteriormente investidos nessa empresa tão logo definições pendentes sejam adotadas.

            Essa planta vai produzir a matéria-prima para a fabricação do herbicida Round-up e será a primeira na América Latina que fornecerá o seu produto como insumo para as unidades da própria empresa, em São José dos Campos, em São Paulo, e em Zarate, na Argentina.

            Um aspecto interessante é que, ao dar outro tratamento a essa questão do operariado industrial nesse segmento, a indústria destinou 30% de suas vagas de empregos diretos para as mulheres. Trata-se de uma planta importante, que o País incorpora no mesmo ano e no mesmo momento em que a nossa agricultura alcança a meta de produção de 100 milhões de toneladas, um alvo buscado há mais de 15 anos. De modo que é muito positivo registrar aqui essa inauguração. Quero me congratular com os empresários e com o Estado da Bahia, que criou incentivos para atrair esse empreendimento.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Bahia, neste trimestre, inaugurou não apenas essa planta da Monsanto, como também uma importante planta da indústria automobilística, a mais moderna fábrica da Ford, em todo o mundo, com capacidade de produzir 250 mil veículos por ano. Dessa forma, a Bahia cria bases a fim de contribuir para a balança comercial do Brasil e para o crescimento do PIB.

            Registramos com satisfação que o PIB baiano voltou a crescer, a partir de 1995, em função da recuperação do Estado, realizada sob a liderança do então Governador Antonio Carlos Magalhães, de 1991 a 1994. Nossa expectativa é de que possa dobrar nesta década, pelo fato de ter sido a Bahia o primeiro Estado a se ajustar do ponto de vista fiscal, a se modernizar administrativamente e a ter continuidade administrativa. Isso vem garantindo uma seqüência de iniciativas que, até mesmo em momentos de crise internacional como esta que estamos vivendo, possibilita-nos incorporar novas plantas industriais, gerando emprego e renda, melhorando o nível de ganho da população e interiorizando a indústria e toda a atividade produtiva.

            Não é sem razão que, neste ano, tendo alcançado a meta dos 100 milhões de toneladas de grãos, o oeste da Bahia destaca-se como uma das regiões mais importantes, incorporando também a Frente do Algodão. Essa região que já produz soja, milho, café, desenvolve a fruticultura e a pecuária e, agora, também dá passos importantes, sendo a maior área de expansão de plantio de algodão no Brasil neste ano, com um incremento da ordem de 25%.

            Pretendo, ao mencionar essa inauguração, fazê-la constar dos registros desta Casa. Congratulo-me com todos, com o nosso País e, particularmente, com a minha Bahia pelos êxitos que vem obtendo nessa política de desenvolvimento, que melhora cada vez mais os indicadores sociais do Estado e, sobretudo, por força desse crescimento econômico, industrial e agrícola, faz com que novos recursos sejam incorporados a sua matriz produtiva.

            O Estado da Bahia, depois de ter ocupado um espaço na produção de bens intermediários, dedica-se agora, com afinco e com determinação, à expansão das atividades produtoras de bens de consumo, tais como as indústrias de calçados, de alimentos, de bebidas, as agroindústrias e as confecções, de modo a interiorizar seu processo de industrialização, integrar a economia do Estado e conformar, de modo sustentável, sua matriz industrial, produtiva e de desenvolvimento.

            Sr. Presidente, era o que tinha a registrar.

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