O SR. RICARDO SANTOS (Bloco/PSDB - ES. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srª^s e Srs. Senadores, gostaríamos de aproveitar nosso tempo, nesta tarde, para comunicar a realização de um importante evento na localidade de Pedra Azul, no município de Domingos Martins, no Estado do Espírito Santo, onde foi promovido o Concurso de Qualidade de Café, organizado pela Tristão - Companhia de Comércio Exterior, em parceria com a empresa Ueshima Coffee Company (UCC), do Japão, e cujo objetivo fundamental foi o de fomentar e estimular a produção de cafés especiais na zona serrana do nosso Estado e consolidar a marca do Café de Montanha do Espírito Santo.

            O concurso que, neste ano, contou com a participação de 166 produtores de 14 municípios, premiou 32 cafeicultores classificados, sendo garantida, inclusive, a aquisição dos lotes premiados a preços superiores a US$400.00 a saca. É interessante observar que esses preços correspondem a 10 vezes os preços médios praticados pelos cafés comuns produzidos em todo o Brasil.

            Foi vencedor do concurso, em primeiro lugar, neste ano, o produtor rural de Venda Nova do Imigrante, o Sr. Leandro Carnielli.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, este Concurso de Qualidade de Café tem significado muito especial para a cafeicultura de montanha no Espírito Santo e para todo o Brasil. O concurso representa o coroamento de um amplo e intenso trabalho de melhoria da qualidade e agregação de valor que vem se desenvolvendo naquela região, com a participação da Embrapa, do Incaper, autarquia estadual de pesquisa agropecuária e extensão rural, do Cetecaf - Centro Tecnológico do Café do Espírito Santo e das prefeituras municipais, cooperativas, sindicatos e associações de produtores.

            Cabe destacar que a cafeicultura de montanha, do Espírito Santo, possui uma área produtiva de aproximadamente 197 mil hectares, envolvendo 22 mil propriedades e gerando 120 mil empregos diretos.

            O volume de produção da cafeicultura de montanha atinge cerca de 2 milhões de sacas/ano, em que a produção de cafés especiais cresce de forma expressiva a cada ano, com potencial de atingir 1 milhão de sacas beneficiadas/ano, podendo aquela região capixaba tornar-se uma das principais regiões produtoras de cafés especiais do Brasil.

            Gostaríamos, nesta oportunidade, de congratularmo-nos com os produtores que vêm participando desse importante trabalho de produção de cafés especiais de alto valor agregado, mudando gradativamente a característica de commodity desse produto. Acreditamos, como já afirmamos diversas vezes desta tribuna, que este caminho - produção de cafés especiais nas diversas regiões brasileiras - representa, certamente, a principal saída para a cafeicultura brasileira que, dessa forma, pode diferenciar-se de outros países produtores, buscando progressivamente a agregação de valor ao produto.

            Nossos cumprimentos às duas empresas - Tristão Companhia de Comércio Exterior e Ueshima Coffee Company - pela promoção desse concurso e, também, por estar abrindo aos produtores daquela região a possibilidade de comercialização, em escala cada vez maior, dos chamados cafés especiais.

            Devemos registrar que conseguimos aprovar, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, com o apoio dos ilustres Senadores Paulo Hartung e Gerson Camata, a destinação de R$200 milhões do Funcafé para o desenvolvimento do Programa de Melhoria de Qualidade de Café, em todo o Brasil, no ano 2002.

            Esperamos, na votação definitiva das emendas, que esta seja aprovada em sua integralidade, para que possamos, dessa forma, dotar o produtor rural de uma linha de crédito adequada, em termos de disponibilidade, juros e prazos, para promover a modernização de seus processos pós-colheita de café, de modo a viabilizar a obtenção de produtos de alta qualidade.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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